[Especial] xxxHOLiC: Rei Vol. 1 – Como Se Nada Mudou!

xxxHOLiC Rei Vol. 1 - Como Se Nada Mudou Destaque 2

Arcos Principais: Sem título.
Publicação Original/ Brasil: xxxHOLiC Rei Vol. 1 (Kodansha, 2013)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: CLAMP.

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xxxHOLiC foi uma série criada pelo CLAMP (Sakura Card Captor, Guerreiras Mágicas de Rayearth) em 2003 que lidava com misticismo, esoterismo, magia, folclore japonês, personagens super cativantes e ótimos desenhos. Resumindo, é a história de Watanuki, um rapaz que consegue ver Ayakashis (espécie de espíritos), que passa a trabalhar para a “Loja de Desejos” de Yuko, entrando em contato com diversos tipos de clientes e mistérios. Originalmente, a série durou 19 volumes (2003-2011) e foi publicada no Brasil pela JBC em 38 edições. A conheci em 2009, quando assisti o anime e depois procurei pelo mangá. xxxHOLiC foi o verdadeiro responsável por me fazer gostar de quadrinhos hoje em dia. Já comentei aqui no blog todos os volumes (dê uma olhada no review do primeiro e do último) e até já fiz uma lista de 10 das suas melhores capas. Quando a série chegou ao fim, fiquei órfão de Watanuki e Yuko ao mesmo tempo que ficou um gosto amargo na leitura, pois ela terminou de maneira MUITO triste que, particularmente, não gostei tanto. Mas em 2013 a CLAMP decidiu retomar a história e passou a publicar xxxHOLiC: Rei, o que seria uma “pseudo-continuação“.

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Pra quem não tem familiaridade com o mundo dos mangás, as séries são geralmente publicadas através de pequenos capítulos que saem em revistas no estilo “mix” (junto de várias outras séries), com diversas periodicidades. Quando chega num determinado número de capítulos, a editora os reúnem e publica num volume (como se fosse um encadernado). xxxHOLiC Rei vem sendo publicado desde 2013 pra alegria dos fãs, mas em passos de tartaruga: ultrapassou o capítulo 50 em 2016 e só teve 3 volumes lançados até agora, com o quarto previsto para este ano. Neste review especial comentarei o Vol. 1 (capítulos #1-12) sem spoilers. Porém, como ocorre logo após o final da série original, naturalmente terá spoilers dela.

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O final de xxxHOLiC foi trágico, “matou” a Yuko e deixou Watanuki como dono da Loja e responsável por realizar os desejos dos clientes. Os últimos capítulos foram melancólicos e encerram a série de maneira muito inusitada: 100 anos se passaram, Watanuki permaneceu vivo e jovem, enquanto as figuras de Doumeki e Himawari viveram em seus bisnetos. xxxHOLiC Rei não tem nada disso, pelo contrário, começa como se nada tivesse acontecido. Temos Yuko lidando com mais uma cliente, precisando do apoio de seus pupilos. Tudo leva a crer que são histórias que ocorreram antes do fim da série original, mas que se parar pra analisar não faz tanto sentido, por exemplo: Doumeki só ganhou o ovo mágico da Yuko depois que Watanuki teve a cor dos olhos alterada; aqui, Doumeki ainda tem o ovo, mas Watanuki voltou a ter os olhos normais. Se são furos no roteiro ou estamos lidando com algum tipo de spin-off, ainda não dá pra saber. Mas vamos entrar na magia!

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A história desse primeiro volume segue os conceitos clássicos da série: Yuko recebe uma cliente que mantém um misterioso pingente de celular; dois coelhinhos, um limpo e outro sujo. Logo em seguida, recebe uma outra cliente que também tem um pingente igual e é amiga íntima da primeira. O suspense começa quando, dia após dia, a primeira cliente começa a ter machucados nos mesmos lugares que o “coelhinho” sujo é quebrado. O desenrolar da história é muito semelhante à primeira cliente que vimos na série original, com direito a fumaça negra saindo do pingente. A segunda história também nos remete ao passado: Watanuki volta a ser chamado por uma enorme Ayakashi e precisa do auxílio de Yuko.

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O clima de nostalgia é bem grande e parece, literalmente, que nada mudou e estamos acompanhando algo que não foi publicado lá atrás. O que é ótimo, pois mantém a qualidade. Um outro ponto que merece destaque é o relacionamento entre Watanuki e Doumeki, o casal que mais shippo dos quadrinhos. Há vários momentos tensos entre eles e as senhoras da CLAMP utilizam de Yuko pra nos entregar diversos fã-services. Himawari aparece pouco, assim como as gêmeas Moru e Maru. A impressão é a de que este primeiro volume serve como uma boa porta de entrada para novos fãs ao mesmo tempo que não traz nenhum estranhamento aos antigos.

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xxxHOLiC: Rei ainda não tem previsão de sair (se sair) aqui no Brasil. Felizmente, os capítulos foram traduzidos por fãs e é possível encontrá-los na internet. “Rei” em japonês é algo como “retorno“, e é exatamente disso que se trata este primeiro volume. É uma delícia ver Watanuki, Doumeki e Yuko unidos novamente, agora mais interligados e cheio de indiretas que nunca. A arte, um dos pontos fortes da série, continua ótima. Muita fumaça, listras, roupas exageradas e ótimas estampas, sem deixar o tom macabro de lado: o coelhinho trincando lembra o ótimo capítulo da mão do macaco. O final é muito bonito e estabelece a trindade da série, colocando no ar uma “escolha” que tá na mão dos menisnos. Um ótimo primeiro volume! Mas que tem suas questões, como os pequenos furos e de se encostar muito no início da série original.

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