Em 2015 a Central dos Sonhos recebeu o projeto Despertar, composto por colagens e músicas, explorando sua mitologia e apresentando a droga onírica Pandora, as Salas dos Sonhos e seus códigos em O Tráfico de Pandora; os Sonhos Ordinários e Extraordinários em Germinação das Ideias; e como os sonhos desaparecem em Cemitério dos Sonhos.
Agora em 2016 a Central recebe o projeto Perturbações, que irá explorar o lado sombrio do inconsciente, os pesadelos, os traumas e receios. Na Primeira Fase, toda segunda-feria teremos um cartão-colagem sobre uma dessas características, a partir dos conceitos de Julia e Derek Parker.
Desde os tempos primitivos o Homem temia o desconhecido e tentava compreendê-lo à sua maneira. A Criadora, o primeiro Arquétipo, surge a partir dos mistérios do nascimento, da criação e crescimento. E com eles vieram a compreensão daquilo que não se tinha conhecimento, no corpo de deuses e criaturas fantásticas do imaginário popular. Cada qual simbolizando e justificando um determinado medo. Seja ele o de morrer, e para onde ir; o das catástrofes e eventos naturais; ou até mesmo o da perda.
Surgem os sonhos perturbadores e, assim sendo, o Arquétipo que personifica os pesadelos: Don Bai, que habita o Limite dos Sonhos, responsável por trazer à tona os maiores medos de quem sonha, sem nenhuma censura, podendo enfrentar tanto traumas quanto desejos oprimidos.
Os pesadelos são fruto exclusivamente de quem os possui, moldados a partir de emoções e sentimentos ofuscados enquanto acordado. Tudo que é feito durante a vigília poderá e será utilizado na criação dos sonhos, sendo que as frustrações, repressões e autopunições são reservadas para os pesadelos. A carência, baixa autoestima, depressão, traumas, fobias… tudo é observado por Don Bai. E serão mostrados em forma de pesadelos no projeto Perturbações, toda segunda-feira.
Fim da Primeira Fase.
Segunda fase: #Drawlloween
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.