Nome Original: Spaceman #3; Scalped #32; House of Mystery #23; Hellblazer #208; American Vampire #21
Editora/Ano: Panini, 2012 (DC, 2011; 2009; 2010; 2005)
Preço/ Páginas: R$9,90/ 132 páginas
Gênero: Suspense/ Ação/ Alternativo
Roteiro: Brian Azzarello; Jason Aaron; Matthew Sturges; Mike Carey; Scott Snyder
Arte: Eduardo Risso; R. M. Guéra; Luca Rossi e Sam Kieth; Leonardo Manco; Jordi Bernet
Sinopse: Escalpo: Dash está numa espiral de desespero há tempo demais, e os últimos eventos tornaram a pressão insuportável. Para sobreviver, ele precisa de ajuda. Mas… em quem ele realmente pode confiar? Nitz vs. Corvo Vermelho, Queda D’Água vs. O Apanhador e Diesel vs. liberdade. A história esquenta! Hellblazer: John Constantine e seu guia demoníaco seguem sua jornada tortuosa pelo inferno quando um inesperado e surpreendente reencontro acontece! O Homem do Espaço: Orson está atolado até o pescoço num problema que não é dele. Enquanto isso, a família de Tara se pronuncia e a polícia aperta o cerco. Casa dos Mistérios: dúvida relevante: o que acontece se um morador da Casa tentar matar o outro? Artista convidado da edição: Sam Kieth (The Sandman, The Maxx). Vampiro Americano: um combate entre duas criaturas épicas pode decidir o destino dos índios e dos soldados que se preparam para a sangrenta batalha!
***
Escalpo se mantêm como a melhor série no mix Vertigo, com a narrativa ficando mais “fácil” de se entender para quem começou a acompanhar pela edição #29. Conclusão do arco A Fera da Caverna em Vampiro Americano e Sam Kieth (Sandman) é o artista convidado para a mini-história em Casa dos Mistérios. Falando na mansão, ela protagoniza novamente a sessão de cartas, dividindo a opinião dos leitores. Homem do Espaço parece andar no escuro e não sabemos ao certo o que esperar da série e, em Hellblazer, Constantine encontra seu clone no Inferno.
Escalpo: finalmente começo a entender a série mais empolgante do mix. Como já comentei nos reviews anteriores, peguei o “bonde andando” e, por conter uma gama variada de personagens e acontecimentos, é complicado ir ligando os fatos numa primeira viagem; o resumo que antecede a história também ajuda no entendimento. Lincoln Corvo Vermelho é o chefão da reserva indígena Rosa da Pradaria, no qual comanda tudo através de seu Cassino construído com o dinheiro de outra máfia (os Hmong). Earl Nitz é um agente do FBI que está disposto à fazer o que for necessário para incriminar Corvo Vermelho pelos seus crimes (inclusive assassinato) e infiltra o agente Dash Cavalo Ruim na reserva para descobrir os podres do cacique e incrimina-lo.
Os Hmong enviam um de seus homens à reserva para reivindicar o dinheiro gasto no Cassino e, irritado, Corvo Vermelho acaba matando-o na frente de várias testemunhas, entre elas um traficante da cela ao lado. É o momento ideal para Nitz incriminar o índio, mas o traficante acaba escapando e agora os dois grupos o perseguem para decidir quem vencerá esse jogo, além dos Hmong estarem bem irritados com o assassinato. O roteiro é de Jason Aaron (Justiceiro MAX), que se aprofunda em outros aspectos da trama (como Dash ter se relacionado com Carol, filha do Corvo; e o relacionamento dela com o pai) que enriquece a narrativa e torna Escalpo a série mais empolgante do mix. A arte de R. M. Guéra (Texas Riders) é ótima, muito dinâmica e com belas sequencias de ação, mas um dos trunfos da arte estão nas cores de Giulia Brusco (Wolverine/Deadpool), excelentes.
Homem do Espaço: terceiro capitulo desta mini-série em 9 partes. Criada pela mesma equipe de 100 Balas, é uma história que parece não levar à lugar nenhum. Brian Azzarello trabalha com uma boa narrativa, principalmente com os flashbacks, e os desenhos de Eduardo Risso também são ótimos, com panorâmicas detalhadas, capaz de prender a atenção do leitor e levá-lo à observar melhor os cenários em busca de algum personagem inusitado. As cores de Patricia Mulvihill continuam ótimas.
Mesmo assim, a história não vai pra frente. Orson é um “Homem do Espaço”, um humano modificado geneticamente pela Nasa para poder explorar Marte. Porém o projeto foi por água abaixo e Orson e seus companheiros foram largados num mundo que não conheciam. Agora, ele mora num ferro velho e vive como catador, contrastando com a tecnologia avançada do lugar. Tara é uma órfã participante de um reality show sensacionalista onde uma das crianças concorrentes será adotada por uma família rica, porém é seqüestrada e vira notícia em todos os jornais. Orson encontra Tara e decide esconde-la em sua casa, para que ninguém à seqüestre novamente. A série só dá uma guinada nas últimas páginas, quando Tara atende uma ligação da Prostitua Virtual de Orson e a existência de um possível Homem do Espaço mercenário.
Vampiro Americano: última parte do arco A Fera da Caverna. Skinner e James estão nos pés de uma montanha pensando se atacarão ou não os índios do chefe Buraco no Céu que, na última edição, atacou a “Deusa-Vampira” e lhe roubou os poderes. Enquanto Skinner apóia a destruição geral deles, seu irmão é mais precavido e espera uma posição de seu supervisor, que termina por prendê-lo por conta da escapada de Skinner. O roteiro é de Scott Snyder (Homem de Ferro: Noir) e ,apesar de ágil e interessante, concluiu o arco de forma precária. Onde foi parar a batalha que esperávamos entre os dois grupos?
Quando foi atacada, a Vampira quase não demonstrou resistência e agora ficou louca e saiu destruindo tudo. Ficou estranho. A luta entre os dois vampiros é interessante, apesar das criaturas um pouco caricatas, e o destaque fica para a cena com os mortos na montanha. Os desenhos de Jordi Bernet se destacam por serem diferentes e lembrarem um Tex da vida, mas estão longe dos ótimos trabalhos do artista como em Jonah Hex, da própria DC.
Casa dos Mistérios: o suposto irmão de Fig, Moranguinho, continua na Casa. A moça nega a todos que ele seja da família, mas meio que admitiu a si mesma que o esqueceu. Com medo que ele possa representar algum perigo, Cain e companhia o trancam num porão, enquanto os clientes do bar são expulsos. A relação entre eles fica tensa e temos a participação especial de Abel, o irmão de Cain.
É a série que mais divide a opinião dos leitores. Apesar de não apresentar nada de extraordinário, se mantêm na média e sempre traz uma “mini-história” interessante. Desta vez, um “defunto” conta sobre um homem que se deu mal ao ajudar alguém e o artista convidado é Sam Kieth, o mesmo que desenhou as primeiras edições de Sandman.
Hellblazer:Constantine e Nergal conseguiram passar da ponte de almas e rumam Inferno adentro para trazer de volta a alma de sua irmã. No caminho, porém, ele encontra antigos amigos e inimigos, entre eles um clone dele mesmo. O único jeito de se livrar da confusão e continuar a jornada é deixar que Nergal “adentre” nele… Enquanto isso Angie e Gemma discutem o fato de terem ficado de fora da missão e Rosacarnis reúne os três filhos de Constantine.
O estilo narrativo de Mike Carey lembra seriados de terror e, se não traz grandes inovações, é bem empolgante. Os desenhos de Leonardo Manco e cores de Lee Loughridge são excelentes, com destaques para as cenas dentro do apartamento e os closes, principalmente de Nergal.
No geral, a revista Vertigo traz um bom mix de histórias e mantem o ritmo desde a edição #29 (pela qual comecei a acompanhar), com Escalpo sendo a melhor série. Na próxima edição se inicia um novo arco de Vampiro Americano e o arco Sob Nova Direção de Casa dos Mistérios é concluído. Vertigo possui capa couché, miolo pisa brite e lombada redonda, com sessão de cartas e todas as capas originais.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.