Nome Original: Fables #22 e #28 ao #33
Editora/Ano: Panini, 2010 (Vertigo, 2004/2005)
Preço/ Páginas: R$24,90/ 168 páginas
Gênero: Alternativo/ Fantasia
Roteiro: Bill Willingham
Arte: Mark Buckingham, Steve Leialoha, Tony Akins e Jimmy Palmiotti
Sinopse: Os ventos da mudança estão sendo sentidos por toda a Cidade das Fábulas. Mesmo com a vitória contra os invasores do Adversário, os desafios não terminaram. Uma eleição está prestes a acontecer e, pela primeira vez, Rei Cole tem um concorrente! O Príncipe Encantado quer o cargo para si e prometerá o impossível para vencer! Enquanto isso, Branca de Neve prepara-se para entrar em trabalho de parto e os prisioneiros da batalha são interrogados. Para Bigby Lobo, os ventos trazem recordações do passado e a lembrança de uma missão e de uma dura batalha contra um monstro no tempo de uma guerra muito maior que a Batalha da Cidade das Fábulas. E ainda: Cinderela revela para quem secretamente trabalha!
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Finalmente consegui adquirir esse volume de Fábulas, esgotado a décadas e sendo vendido a preços exorbitantes. Confesso que o arco principal (Ventos da Mudança) é bastante interessante, mas as demais histórias do volume não são tão animadoras.
A primeira história, Cinderela Libertina, começa com Cinderela, Bela e Branca almoçando e falando do Sr. Encantando, bem ao estilo Sex And The City. A ex-Gata Borralheira, toda rebelde, acaba deixando o grupo avisando que partirá da cidade das Fábulas. Tudo não passa de um plano entre ela e Bigby para tentar encontrar possíveis traidores da cidade. Uma parceria que existe há anos, mas que ninguém conhece, nem mesmo o prefeito ou Branca. O destaque fica para a presença de Ichabod Crane, o professor de A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça.
Depois de ótimos 4 volumes, a gente fica mal acostumado e sempre espera por algo épico. O segundo arco, em duas partes, se chama Histórias de Guerra e trata-se de um flashback de Bigby Lobo, de quando lutou na Segunda Guerra Mundial, invadindo um quartel alemão e enfrentando um pseudo Frankenstein, a arma secreta de Hitler. De um certo modo, isso me lembrou daquelas velhas histórias onde Wolverine enfrentou o exército alemão, principalmente por causa da semelhança entre os dois. Apesar das boas lutas, há muitos recordatórios (e com aquela fonte de letra cursiva, que é uó as vezes pra ler).
O recheio do bolo está no arco-título, em quatro partes, onde a história volta a ficar interessante e “nos trilhos”. Diversos eventos estão acontecendo na cidade, com foco especial na disputa eleitoral entre o atual prefeito contra o Príncipe Encantando, que acaba ganhando e mudando drasticamente algumas posições das fábulas: Bela se torna a nova vice-prefeita e seu marido Fera, o novo Xerife. Bigby nem questiona a decisão, começando a passar pro novo empregado todos os segredos que guardava. Fera também libera o Papa Moscas de seus serviços comunitários, o que desencadeia um novo perigo (já que isso era a única coisa que o prendia na cidade, impedindo de voltar às Terras Natais pra procurar sua família).
Com a troca de prefeito, o Garoto Azul também foge da cidade roubando o corpo do Pinóquio, na tentativa de encontrar sua amada – a Chapeuzinho Vermelho de verdade. Nos calabouços, a velha Frau Totenkinder continua mantendo Baba Yaga presa, tentando tirar dela informações do Adversário. Ah, as cabeças dos Soldados de Madeira também continuam sendo investigadas. A troca de xerifes também apresentou uma nova personagem: a gansa que põe ovos de ouro, Gudrun, dada como morta pelas outras fábulas, mas que vive escondida.
Mas a cereja do bolo é a gravidez e parto de Branca de Neve, que não dá a luz não a um, dois ou três filhos: mas sim a 6 bebês! Sendo que apenas um possui forma humana, os demais – todos diferentes – vão do lobo ao meio-a-meio. E por não possuírem aparência humana, Branca precisa se mudar para a Fazenda. Bigby, entretanto, não pode pisar lá por decreto. O que causa a separação dos dois. Isso foi uma virada muito boa na história.
Pra apimentar o arco, Branca recebe a visita do Sr. do Norte, o pai de Bigby e líder dos ventos, disposto a ajudar na criação dos bebês. Engraçado que todos eles flutuam, assim Branca precisa amarrar uma cordinha no macacão de cada um (aí você volta pra capa e a considera fantástica!). Uma série de assassinatos interrompe a calmaria da Fazenda e da Cidade, culminando com a descoberta de um sétimo filho perdido de Branca. Ps: só não entendi como o Sr. do Norte chegou na cidade, não sei se ele já estava no mundo mundano ou nas Terras Natais.
Fábulas Vol. 5 – Os Ventos da Mudança é uma boa edição, porém que fica atrás dos volumes anteriores. O arco principal é muito bom, mas as demais histórias não seguram o tranco. Fica a expectativa para o sexto volume, se irão descobrir uma passagem para as Terras Natais e o que aconteceu com o Garoto Azul, Papa Moscas e o João, que no meio da mudança política, sumiu.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.