[Especial] Fabulosa X-Force: Execução Final!

Arcos Principais: Execução Final (Final Execution).
Publicação Original/ Brasil: Uncanny X-Force #25-35 (Marvel, 2012)/ X-Men Extra #141-144 (Panini, 2013).
Roteiro/ Arte: Rick Remender / Mike McKone, Phil Noto, Julian Totino Tedesco, David Williams.

Execução Final é o último (e grande) arco da Fabulosa X-Force escrita pelo Rick Remender, indo da edição #25 até a #35, quando a série foi cancelada por conta da fase Marvel NOW, ganhando um volume 2. E é um arco interessante pois retoma pontos que surgiram lá no início, do arco A Solução Apocalíptica, principalmente o destino do menino Evan, o clone que o Fantomex fez do Apocalipse criança. Review especial com spoilers.

EXECUÇÃO FINAL

As coisas começam com a Psylocke, após dormir com o Fantomex, resolvendo deixar a equipe. Ela acha que já foram longe demais, que precisa tomar um outro rumo. O próprio Fantomex também pega sua nave e cai fora. Os membros restantes (Wolverine, Deadpool e Noturno) investigam a organização Céu Branco, que fica escondida nas nuvens, e descobrem o novo Clã Omega, três pessoas modificadas a pensarem que a X-Force matou seus familiares, além de terem os poderes do Ômega Vermelho. Esse é o estopim pro caminhar do arco. Esse clã trabalha pro Daken, que reuniu uma nova Irmandade de Mutantes pra acabar com a raça do Wolverine: Mística, Dentes-de-Sabre, o Esfolado, Rei das Sombras e o Blob da realidade do Noturno. Eles atacam em diversas frentes, como o Rei das Sombras entrando na mente da Psylocke, a Mística lutando contra o Fantomex e o Dentes sequestrando o pequeno Gênesis.

Num dado momento, depois que o Fantomex morre ao ter o coração arrancado pelo Esfolado, quando a equipe está reunida, o Daken faz uma ligação direta e avisa que não está de brincadeira, enviado o Teleporter e liberando o Ultimaton, que explode como uma bomba atômica. No último segundo, a Psylocke conseguiu acessar os poderes do Teleporter, quase morto também, e enviá-los pra fora dali. Porém eles acabam indo parar no futuro, encontrando uma realidade onde o Apocalipse cresceu e ficou fora de controle, sendo derrotado pela X-Force, que agora são idolatrados, instaurando um regime fascista. E o melhor de tudo é que a líder dessa nova nação é a Psylocke. Essa parte no futuro tem algumas cenas boas, como a Psylocke (do presente) realizando o seppuku, que é o sacrifício samurai, tentando impedir que tudo isso ocorra. Mas tem outras cenas muito estranhas, como ela ter errado o golpe e, não o bastante, começa a ser perseguida por todo mundo e, mesmo sangrando e toda arrebentada, fica sendo arremessada pra um lado e pro outro, parecendo um boneco. Aliás, isso é algo que acontece bastante nesse arco: a galera é dura de morrer! Todo mundo fica só a caçamba do lixo, mas estão lá!

Nesse meio tempo, temos duas coisas bem interessantes. A primeira é a transformação da EVA: a nave, ao perceber o que aconteceu ao Fantomex, acaba evoluindo pra uma versão 2.0., com forma humana, lembrando a Perigo. A segunda, é o Rei das Sombras na cabeça do Evan, expondo as verdades de sua vida, que é um clone, que seus pais nunca existiram, que foi criado num ambiente virtual. O plano de Daken é liberar todo o potencial do menino, nem que seja na base da porrada, liberando esse Apocalipse, pra então ser controlado pelo Farouk, deixando na mão da Irmandade todo esse poder. E falando na Irmandade de Mutantes, não posso deixar de comentar sobre a minha mutante azul preferida: Mística! Além dela ficar finíssima jogando sinuca, a vilã vai pra cama com o Dentes de Sabre, protagonizando uma cena bizarra com direito a sangue escorrendo por todo canto. Uma parte que achei legal, e aí vai um ponto pro roteirista Rick Remender, é que o Rei das Sombras foi o responsável pela morte da Sina no passado, que foi o grande amor da Raven. Claro que ela não esqueceu disso e, mesmo temporariamente no mesmo grupo, ela planeja acabar com todos no final. Pensa que ela é besta?

Os desenhos do arco ficaram por conta de diversos artistas: Mike McKone, Phil Noto, Julian Totino Tedesco e David Williams. Há diversas sequências sensacionais, como a queda da nave EVA, renascendo como mulher. O Esfolado capturando o Fantomex com os músculos. Aliás, todas as cenas dele são bem interessantes, dá uma agonia danada a “pele” dele, além do rosto do Fantomex pendurado. Todos mantendo o visual elegante, mas ainda estilizado, que marcou toda a série. Tanto a Mística quanto a Psylocke estão maravilhosas. E as cenas de ação são ótimas, com muita violência, sangue escorrendo, chute na cara e por aí vai. Mas mesmo as mais grotescas, os desenhistas atacam com a finesse necessária nas que envolvem ninjas e golpes samurais.

Quando a equipe consegue voltar pro presente, eles vão até o QG do Daken pra resgatar o menino Apocalipse, dando início a Execução Final. Um ponto que ficou ótimo nesse arco é a relação familiar que o autor propõe. Há o conflito de pai e filho entre o Wolverine e o Daken, da Mística e o Noturno (mesmo de realidades diferentes) e também do Fantomex e o Evan, formando paralelos muito interessantes. O próprio Daken aprisiona o Wolverine e começa um monólogo sobre o quanto foi abandonado, terminando por aprisionar o pai num tanque de adamantium. Ele chegou a conclusão que só assim, afogado eternamente, poderá matar o imortal carcaju. A violência, diga-se de passagem, é algo bem extremo também: numa cena, por exemplo, o Noturno teleporta um tubarão pra dentro da barriga do Blob! Numa outra, o Deadpool apanha até dizer chega na frente do Evan.

De maneira geral, esse arco me empolgou bastante. Tem seus problemas, mas várias qualidades, principalmente no subtexto e no panorama que cria. O Evan realmente incorpora o Apocalipse e o Esfolado só falta gritar “a casa caiu!”, mas consegue se libertar. E uma das cenas finais, bem chocante até, é quando o Wolverine escapa do tanque e luta contra o Daken, pegando a cabeça do filho e afogando-o numa poça d’água (exagerado, sim…), formando uma cena forte, com ele segurando o filho morto nos braços. A Psylocke liberta um dos membros do Clã Ômega e coloca a consciência do Rei das Sombras dentro. O engraçado é que, um tempo depois, ela vai até o Extramundo pedir que guardem tanto essa carcaça quanto a armadura do Apoca. Particularmente, como fã da Mística, eu gostaria que ela tivesse algum momento de vingança, mas no fim ela acaba foragida (junto do Noturno e Dentes). Um personagem que se destaca é o Deadpool, que ninguém dava nada por ele ser um mercenário louco, mas é o que mais ficou ao lado do Evan, desempenhando um papel paterno muito interessante (novamente a questão da família). Inclusive ele leva o corpo do Fantomex pro Céu Branco, na tentativa de ressuscitá-lo, e o pior acontece: cada cérebro (ele tinha três) cria um corpo diferente. Então, em vez de um único Fantomex com três cérebros, agora temos três Fantomex!

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