[Especial] Fabulosa X-Force: Extramundo!

Arcos Principais: Extramundo (Otherworld).
Publicação Original/ Brasil: Uncanny X-Force #20-24 (Marvel, 2012)/ X-Men Extra #139-141 (Panini, 2013).
Roteiro/ Arte: Rick Remender /Greg Tocchini.

Depois do longo arco A Saga do Anjo Negro, onde tivemos uma visão diferente e bem maneira da cidade Akkaba e dos novos Cavaleiros do Apocalipse, temos o arco em 5 partes Extramundo, com Fantomex sendo capturado pelo Capitão Britânia a fim de ser julgado por ter matado o En Sabah Nur criança. Um arco bem exagerado, principalmente pelos desenhos de Greg Tocchini (LOW), que geralmente são bem bonitos, numa arte pintada e vibrante, mas que as vezes chegam a ser confusos. Há diversas mudanças na interação da equipe, principalmente a Psylocke. Review com spoilers!

EXTRAMUNDO

O Extramundo é a terra mística onde o Capitão Britânia e sua Tropa residem e ajudam a manter a estabilidade das diversas realidades, porém vem sendo atacada por um Monge Bode, numa briga a lá Senhor dos Anéis, já que o Extramundo é governado pelo Merlyn e sua filha Roma, recheada de magos, monstros e afins. Em meio a essa guerra pela sala do reino, onde o Bode quer dominar para poder corromper todas as realidades, o Capitão abduz Fantomex e sua irmã, Psylocke, da Terra 616 para o Extramundo. Lá, Fantomex é julgado por Saturnyne e condenado à morte pelo assassinato do pequeno En Sabah Nur. Enquanto isso, Psylocke se depara com seu outro irmão, o ex-maluco Jamie, agora restaurado, que lhe oferece a oportunidade de recuperar seu corpo e mente de volta. Só pra lembrar, a Psylocke era uma britânica que ganhou seu corpo oriental após uma saga envolvendo o Portal do Destino.

Wolverine, Deadpool e o recém chegado Noturno da terra do Apocalipse se reúnem e chegam ao Extramundo, bem no meio da guerra contra as hordas do Monge Bode. Um ponto interessante nesse começo é o fato do Capitão dizer que o Fantomex é uma anomalia no espaço-tempo, já que não tem outro como ele no universo (como geralmente acontece com todo mundo, tendo sua contra-parte por aí). O próprio Fantomex, que é odiado por muitos fãs (mas que até gosto), protagoniza algumas cenas legais, já que seus poderes são bem complexos. Quando ele é aprisionado na câmara da morte, recebendo injeções letais, os seus múltiplos cérebros vão se desligando, dificultando uma morte rápida. Ele acaba sendo salvo pela Psylocke, que negou as propostas de Jamie e Brian, preferindo salvar seu amigo do que ficar com sua família.

Ao mesmo tempo em que o núcleo familiar dos Bradock e a profundidade dos poderes do Fantomex são interessantes, as cenas com o Wolverine caem na velha pancadaria de sempre. E pela arte do Tocchini ser bem pesada e cheia de informação, as batalhas contra os mortos-vivos do Bode chegam a ser confusas. Sem contar que esse Noturno é chato pra caramba, ainda estampando uma marca de raio no olho, bem David Bowie. Num dado momento, surge a Arma III (nessa hora você já perdeu a conta de quantas Armas existem por aí, sendo o Wolverine a X e o Fantomex, a XIII). A III é o Esfolado, um cara que tinha o poder de esticar sua pele. O flashback com sua origem chega a ser cômico: depois de se tornar a Arma III, ele foi condenado pelo Tribunal do Extramundo, tendo toda sua pele retirada do corpo (bem pacífico esse reino…). O Esfolado conseguiu se adaptar, utilizando seus poderes com o próprio músculo e tendões, todos à flor da pele. Enquanto sua própria pele ficou guardada num baú onde, tempos depois, foi roubada pelo Fantomex. Que rolezão, bixo!

Como o Fantomex ficou bem destruído depois de perder alguns cérebros, a Psylocke fez um trato com o Senhor da Floresta dos Lamentos, antes exilado pelo seu pai, em troca da saúde dele: entregou sua capacidade de sentir tristeza. Isso ajuda na construção da personagem, que já teve seu corpo modificado antes e  foi recentemente revivido, ganhando agora uma frieza, sendo cada dia mais “artificial“. Ela também descobre que o Jamie estaria envolvido, de alguma forma, com o Monge Bode no futuro, sendo a morte dele a única saída de impedir que o inimigo chegue às outras realidades. O Capitão Britânia não consegue matar o próprio irmão e, numa cena bem chocante, a Psylocke (agora sem remorsos) domina o corpo do Brian e o faz quebrar o pescoço do Jamie, impedindo o avanço do Bode. Uma cena muito boa. Isto cria um paralelo entre o Capitão e o Fantomex, que tiveram que tirar uma vida baseado em algo que ainda estaria por vir. A edição #24, além de mostrar essas consequências, também temos o Noturno matando o Bobby de sua terra, tacando-o dentro de um forno quente! Pesado! Um arco divertido, com destaque para a Besty e Jean-Phillipe, onde o autor Rick Remender remexeu em mais um lugar da mitologia mutante. A série Fabulosa X-Force tem uma tendência bastante estética, abusando de cores vibrantes e cenas mais elegantes, por assim dizer, mas esse arco acabou meio fora da curva, com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo e sem muito sentido. Como o fato do Fantomex ser julgado pelo Extramundo, seria por ele ser uma anomalia? Não fica claro. Ou seria uma homenagem ao julgamento da Jean na Saga da Fênix Negra, ainda mais depois do arco anterior, Saga do Anjo Negro? E com a arte do Tocchini num estilo bem carregado, as coisas só ficam mais confusas, e não do modo legal e psicodélico.

Comments

comments

Conte-me o que achou do artigo :)