[Especial] X-Men Legado: O Nono Passageiro e De Volta à Escola!

Arcos Principais: O Nono Passageiro (Half a Step), Tribos Perdidas (Lost Tribes) e Mutante Bomba (Mutant Time Bomb).
Publicação Original/ Brasil: X-Men Legacy #259-265 e #260.1 (Marvel, 2012)/ X-Men Extra #134-139 e #136.1 (Panini, 2013).
Roteiro/ Arte: Mike Carey e Christos N. Gage/ Khoi Pham, David Baldeón e Rafa Sandoval.

Esses são os últimos arcos de X-Men Legado antes do evento Vingadores VS X-Men. As últimas histórias estavam decaindo, com o arco anterior sendo um porre. Felizmente, a situação dá uma pequena melhorada. Após salvarem Polaris e Destrutor do espaço, Vampira e sua turma voltam pra Utopia e precisam decidir se irão ficar na Ilha com Ciclope ou se vai para a nova Escola Jean Grey com o Wolverine, já que os dois se dividiram após o Cisma Mutante. O pequeno arco O Nono Passageiro (#259-260) é a despedida de Mike Carey, resgatando uma personagem já morta e realocando a Vampira. Enquanto Tribos Perdidas e Mutante Bomba (#261-#265) é a estreia de Christos N. Gage nos roteiros. Review com spoilers!

O NONO PASSAGEIRO

Mike Carey (O Inescrito) escreveu a revista X-Men por um longo período, ficando de 2006 a 2011, contando histórias interessantes no início como Supernovas e Infecção Primária, mas perdendo a mão em alguns momentos, quando passa a ser X-Men Legado, culminando no porre 8 KM ao Sul do Universo. Um run de altos e baixos. O Nono Passageiro é sua despedida, trazendo Vampira e toda a equipe que estava no espaço de volta para Utopia: Magneto, Rachel, Destrutor, Polaris, Gambit, Korvus e Frenesi; 8 membros no total. Porém a Cérebra percebe uma nona presença no lugar. Vampira sentiu essa presença ao tocar Magneto, então toca todos os outros e descobre que essa nona presença vem da espada de Korvus, que possui um fragmento da Força Fênix e teve sua “genética”, assim dizendo, alterada quando passaram pelo buraco de minhoca. A espada agora funciona como um portal e, quando Vampira passa pro outro lado, se surpreende ao descobrir quem está lá.

Antes de falar quem é a dita cuja, interessante reparar que agora que a Vampira está com seus poderes sob controle, ela passa a tocar todo mundo sem nem pestanejar. Outro ponto é que o romance entre Rachel e Korvus não convence tanto, sem dizer que ele é chato pra cacete. Ah, e tem o relacionamento entre Vampira e Magneto, que parece novela mexicana. Vampira monta um time e entra no portal, descobrindo que Ariel está lá, a mutante que se teleporta através de portas. Durante o Segundo Advento, Ciclope havia enviado Ariel para ajudar Wolverine e X-23, mas o carro onde os três estavam foi atingido por um míssil e ela tinha, aparentemente, morrido. Na realidade, como Mike Carey conta nesse arco, ela tentou se teleportar abrindo a porta do carro, mas não deu tempo, acabando por deixá-la presa entre as dimensões. Quando a espada do Korvus passou pelo buraco de minhoca, captou essa brecha. Uma explicação até que interessante, mas meio batida pra personagens com habilidades semelhantes. Não fazia muito tempo que a Blink tinha voltado dos mortos em Necrosha, depois de ter sido dada como morta, mas que na verdade ficou vagando entre as dimensões. É uma despedida mediana, com destaque pra própria Ariel, que tem carisma e até me animei pra ler a mini da equipe que ela fazia parte, os Anjos Caídos (1987). Um ponto bizarro foi ver a Vampira com o Magneto na cama. E eu pensando que era só um namorinho platônico!

TRIBOS PERDIDAS

Quem ocupa o lugar de Mike Carey é Christos N. Gage (Academia Vingadores). Antes disso temos uma edição especial, a #260.1, quando Vampira decide em ficar com Wolverine da nova Escola Jean Grey, por achar que tem sido uma boa professora. Nessa edição, temos vários demônios N’Garai saindo de um portal próximo à escola, que estava fechado até então. Ninguém fez uma pesquisa antes no terreno? É N’Garai, é Krakoa… A parte legal é que a Vampira pede que todos os alunos continuem suas atividades normalmente, enquanto tenta impedir os demônios com os outros professores. Ela quer que nada mude a rotina das crianças, que elas continuem crianças. Mas por outro lado continua bizarro ela sair pegando os poderes de todo mundo e virando uma grande monstrona híbrida, funcionando como uma Carta Curinga nas situações.

Já na #261 se inicia o arco Tribos Perdidas, com roteiro do Gage e desenhos do David Baldeón (Nova). O Êxodus chega na Escola, surpreendendo a galera. Ele começa um discurso de que todos os mutantes precisam ficar unidos, que não podem se separar. E que fará de tudo para juntar Utopia e a Escola. Já começa meio tosco porque ele chega com o velho discurso de vilão com o ego lá em cima, de que “ninguém me vence” e cia. Depois de um tempo, entrando na cabeça da Vampira, descobre que na verdade foi Ciclope que ocasionou tudo e que a Esperança, a Messias Mutante, pode correr perigo. Ele parece um robô, mudando de ideia imediatamente e partindo pra Utopia, pra matar Ciclope. Quase como um “os parâmetros da missão fora atualizados“. O arco se desenrola com Wolverine impedindo que alguém avise Utopia sobre o incidente, que eles mesmos irão derrubar Exodus, sem ninguém ficar sabendo. Eles pegam uma Nave e alcançam o vilão, caindo na porrada. Ele fala muito, mas não convence tanto. Fica unilateral, sem discussão. Só o diálogo entre ele a Frenesi, que era sua Acólita, soa mais interessante.

Vampira, percebendo que a equipe não tinha chance contra ele, enviou um aviso pra Utopia, sem o Wolverine saber. O aviso seria dado se, dentro de alguns minutos, a equipe não conseguisse vencê-lo. Dito e feito: ninguém o impede e o grupo da Esperança chega na cena, transportados pela Fada. Logan fica furioso, tanto por ter vindo crianças, quanto por Vampira ter desobedecido suas ordens. Resumo da ópera: conseguem derrotar e prender Exodus. Nesse final, na edição #263, que acontecem discussões mais interessantes. Há muita jogação na cara, com Vampira tentando convencer Pó e seus amigos de virem pra Escola, pra não serem apenas soldados. Enquanto eles revidam, dizendo que foram salvos pelos soldados que não querem criar. Um outro ponto legal é que Wolverine vira a cara e não confia mais na Vampira, quase igual quando Ciclope mandou ela proteger a Esperança e ela acabou seguindo outro plano, sendo escorraçada também.

MUTANTE BOMBA

O último arco antes de Vingadores VS X-Men é “Mutante Bomba” (#264-265), com MAIS UMA ameaça chegando na Escola. Dessa vez são Mímico e Arma Ômega que caem no terreno, pedindo ajuda: os poderes do Ômega estão descontrolados e ele precisa de energia mutante, está viciado. O próprio Mímico cedeu sua energia para o amigo, mas deu errado. Como Mímico não é mutante, deu uma reação e agora Ômega está em pane. É uma história de amizade, acima de tudo, de perdão. O Fera perdoa o Arma Ômega e sua máquina de o terem drenado quase que até a morte no conflito com os Vingadores Sombrios, e tenta ajudá-lo. Só que trazê-lo pra Escola, onde há diversos mutantes, junto a reação que já tinha, só complicou: ele virou uma bomba relógio, ameaçando explodir a qualquer momento. Assim, Fera e a “equipe” da Vampira (Gambit, Frenesi e cia.) vão para os subsolos tentar resolver a situação.

O legal é ver como estão se adaptando outros personagens, como o Câmara dando aula sobre modificação corporal, com direito ao Pedreira perguntando por que sente tesão mesmo sem ter “as partes”. Ou a Escalpo trocando de pele direto para não lidar com os próprios sentimentos, sendo chamada a atenção pelo Míssil: seu poder não é anti-depressivo. Apesar de todos os clichês, começando pela invasão da Escola, é bonito ver a amizade entre o Mímico e o Ômega. Calvin tem uma conversa com a Vampira, relembrando os velhos tempos em que era inimigo dos X-Men Originais, mas não deixa de cair no já batido lema da Vampira: eu fui aceita, você também pode ser. Nada funciona e o único jeito é desligar a mente do Ômega, para que ele não exploda e a energia vá saindo aos poucos. O próprio Mímico decide fazer isso, depois de abraços e declarações de amizade. Bem bonito! Mas no geral, esses arcos trazem temas extremamente comuns da franquia mutante: alguém chegando e causando tumulto, personagens que não morreram como imaginávamos, separação mutante e com a Vampira cometendo as mesmas coisas que já vimos e funcionando como Curinga. Christos Gage deu um up em relação ao arco anterior do Carey, mas não vai muito longe. A arte de Baldeón e Rafa Sandoval (Mulher-Gato) são boas e não trazem a cara de paisagem que comentei no último review, com tudo bastante fluido. Engraçado que Wolverine e os X-Men trazem esses mesmos pontos (até mais escancarados), mas aposta no humor, o que foi bem acertado.

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