[Especial] X-Men Legado: Legiões Perdidas e 8 KM ao Sul do Universo!

Arcos Principais: Legiões Perdidas (Lost Legions) e Oito Quilômetros ao Sul do Universo (Five Miles South of The Universe).
Publicação Original/ Brasil: X-Men Legacy #250-258 (Marvel, 2011)/ X-Men Extra #127-133 (Panini, 2012).
Roteiro/ Arte: Mike Carey/ Khoi Pham e Steve Kurth.

Já faz um tempo que venho lendo e resenhando X-Men, me dei a difícil tarefa de ir acompanhando desde o final da fase do Massacre, passando pelo Morrison, Whedon e atualmente estou em meados de 2011. Avancei bastante no último ano, quando comecei as resenhas por arcos (ao invés das mensais da Panini), mas cheguei nesses dois arcos de X-Men Legado e dei uma empacada. Demorei mais de um mês pra terminar, porque ele se arrastou até as últimas! Enquanto Legiões Perdidas ainda é bacana, Oito Quilômetros ao Sul do Universo é muito chata. Review dos dois com spoiler!

LEGIÕES PERDIDAS

Após a Era X, quando uma das personas do Legião reformulou a realidade, seis outras personalidades acabaram se materializando e fugindo pelo mundo. A nova missão é simples: encontrá-las para que ele possa absorvê-las. Charles, Magneto, Vampira, Gambit e Frenesi se unem ao time e partem na busca. Esse arco vai da edição #250-253 e é razoável, sem grandes momentos, mas também não incomoda (como o próximo). As primeiras personas são Chaim (uma espécie de Madrox 2.0), uma garotinha e Timeskin (que manipula o tempo), que estão a comando de Styx, a persona mais poderosa e que acaba sequestrando Charles. Algumas cenas de ação são boas, principalmente em céu aberto, com as inúmeras cópias de Chaim.

Frenesi foi uma boa adição ao grupo. Desde a Era X que ela resolveu mudar o visual, adotando o penteado que utilizou naquela realidade. Ela ficou meio deslocada, sem querer acreditar que era tudo uma farsa, além de ser barra pesada e ex-vilã, então não fica cheia de ladainha pra descer a porrada nos oponentes, o que é ótimo. O final, com Styx super poderoso dominando tanto Charles quanto o próprio Legião, é meio o clichê de histórias assim, onde tudo não passa de uma cópia da cópia, em que a verdadeira pessoa (nesse caso o Legião) está em outro lugar, planejando o contra-ataque. Há um duelo mental com o Professor bem interessante, que o tira da jogada. O desfecho é importante porque a Vampira acaba entrando na mente do Legião e pegando o poder de mil personas, dentre eles um de “GPS“, localizando no espaço o Destrutor, Polaris e Rachel, que estavam desaparecidos. Junto do poder veio um de teleporte, com toda a equipe indo pra um lugar estranho, que é o gancho do arco seguinte:

OITO QUILÔMETROS AO SUL DO UNIVERSO

A equipe acaba “pousando” em meio a uma guerra entre aliens. Magneto toma as rédeas da situação, rendendo uma cena interessante: Frenesi lembra do porque o seguia, de como era um grande líder. Na verdade esse lugar é uma nave gigante, onde duas raças de alienígenas estão em guerra. É como se fosse um mundo móvel, com bilhões de habitantes. Sim, bem exagerado! Coincidentemente, o grupo de caçadores de recompensa do arco Resgate também estão no lugar: o líder Sovel e seus membros Cavalo, Glitter e Jat. No meio de tudo isso encontram Rachel em estado comatoso. O que se segue é uma briga tosca entre Vampira e os caçadores. Sério, numa cena a Vampira leva uma porrada na fuça e fica com cara de paisagem, voltando a conversar como se nada tivesse acontecido. E o arco é disso pra pior. Se o anterior teve os desenhos de Khoi Pham (X-Factor Investigações), nesse o desenhista principal é Steve Kurth (G.I. Joe), que no geral segue o estilo mais tradicional de super-heróis, mas tem alguns momentos que entrega umas feições bem trash.

O arco se arrasta das edições #254-258. Rachel acorda, a situação com os caçadores é resolvida e todos partem para encontrar Polaris e Destrutor, que estão sendo manipulados mentalmente pela criatura Sem-Amigos, um alien que teve uma infância complicada e resolveu se vingar, controlando os líderes de sua raça e dos shiar, colocando um contra o outro dentro dessa nave-mundo. Esse é o argumento principal, mas vai se desenrolando em situações bizarras e forçadas. Primeiro pelo Destrutor, Polaris e o Korvus (que também tava com eles desde a Ascensão e Queda do Império Shiar) vendo um massacre ocorrendo e estando de boa com isso. Apesar do controle mental, é estranho. Quando eles caem na real, começam as forçações: a primeira é um rombo na parede da nave, que deveria tragar todo mundo, mas não, Magneto e Polaris conseguem tampar o buraco. A outra situação é que as engrenagens da nave estão pifadas e ela está indo em direção ao Sol. Ta todo mundo lascado e a única saída é chegar no topo dessa nave mega gigante e alternar sua rota gravitacional (ou algo assim). Só que fica a milhares de quilômetros de onde eles estão e a Vampira, quando pegou essas informações de um shiar, acabou perdendo o poder de teleporte do Legião.

Mas adivinhem só? Tem um tubo de energia no lugar, que leva diretamente ao topo. Simples assim. Vampira pega um pouco dos poderes da Frenesi e as duas arriscam entrar no tubo, levando um dispositivo do Korvus, caso precisem. Enquanto isso, Rachel entra num combate mental com o Sem Amigos, levando um cacete. E quando tudo parece perdido ou resolvido de vez, o vilão tira um canhão espacial de anti-matéria do nada e mira nos caçadores, Gambit, Polaris, Destrutor e cia. que ficaram pra trás. O disparo chega na sala onde estão em um segundo, mas parece diminuir de velocidade milagrosamente. Já que dá tempo do Korvus se teletransportar pra sala no topo onde estão Frenesi e Vampira (o dispositivo era um transportador), eles brigarem, Vampira entender como funciona e, aí sim, também usá-lo pra transportar o restante da equipe. E não é só isso!

É uma manobra atrás da outra. O Sem Amigos consegue reativar esse canhão mais uma vez, ainda rola um duelo mental dele com Rachel e Vampira, uma discussão de como vão fazer pra fugir dali ou salvarem a nave, que ainda está em direção ao Sol. Um milhão de coisas que poderiam acontecer de maneira mais simples e compacta. O final não é menos absurdo: Vampira, com os conhecimentos roubados do alien inimigo, consegue criar um buraco de minhoca e transportar a nave diretamente pra próximo da Terra. Simples assim². Ainda bem, já imaginou se tivesse mais um arco só pra eles voltarem? Fiquei pensando no Destrutor. Seu poder é derivado de raios cósmicos (enquanto o do Ciclope é solar) e ele estava no meio do espaço, será que não teria poder suficiente pra servir de propulsor da nave, colocando ela em outra rota? Se fosse possível, acho que seria bem mais épico do que simplesmente tirarem um buraco de minhoca milagroso. Legiões Perdidas até que foi um arco bacana, mas esse no espaço foi bem difícil de ler, com diversas situações que não dá pra engolir (como a Vampira apanhando, o canhão), sem contar que a nave abriga milhões de habitantes mas você vê quase ninguém da metade pra frente. Tudo isso pra trazer Polaris, Rachel e Destrutor pra Utopia a tempo de acontecer o Cisma.

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