[Especial] X-Men Legado: Resgate!

Arcos Principais: Resgate (Salvage).
Publicação Original/ Brasil: X-Men Legacy #219 ao #225 (Marvel, 2009)/ X-Men #96, #99, #100 e #103  (Panini, 2010).
Roteiro/ Arte: Mike Carey/ Phillippe Briones, Scot G. Eaton.

Este é praticamente o segundo ano de X-Men Legado, que se deu início após os eventos do Complexo de Messias. Depois de Os Pecados do Pai e Pecado Original, Mike Carey continua nos roteiros e parece querer nos provar, a todo momento, o quanto conhece da mitologia mutante através de inúmeros flashbacks. Felizmente, não há tantos quanto Os Pecados do Pai. Este especial comenta o arco Resgate, quando o Profº decide procurar Vampira e acaba encontrando Perigo na Austrália. Contém spoilers.

JAGANNÁTHA

Esta é uma história curta que precede o arco principal. Cain Marko, o Fanático, está esperando num bar por seu meio-irmão Charles, a fim de tirar uma satisfação. Marko se tornou um personagem bastante interessante na mão de Chuck Austen em sua fase nos Fabulosos X-Men (uma das poucas coisas que se salva dessa fase). Ele deixou de ser o vilão caricato e se redimiu, entrou para os X-Men e até fez uma amizade verdadeira com o menino-peixe Sammy Paré, sofrendo com sua morte. Mas como tudo é cíclico em se tratando de HQs de heróis, o Fanático enfrentou o Hulk (em Hulk Contra o Mundo: X-Men, uma mini em três partes que nem resenhei por ser meio pombo) e acabou se entregando ao demônio do Cytorak, a pedra que lhe dá os poderes. Voltando a se tornar o vilão que sempre foi. Nesse bar, ele e Charles debatem sobre bem/ mal, ser bom/ ser mau. Tudo ocorre, porém, no plano astral, dentro dos sonhos de Cain. Charles ainda solta um “não se mete no meu caminho” pra ele. Uma boa história.

RESGATE

O arco principal é interessante por envolver Perigo, a Sala de Perigo que tomou vida e detesta os X-Men e o Professor. Ela sempre rende bons momentos. Vampira está na Austrália, numa cidade abandonada que já serviu de base para os X-Men no passado. Ela quer encontrar paz interior, mas é atormentada pelos ecos da psique de Mística em sua cabeça. Acaba surpreendida com a chegada de Perigo e, logo em seguida, por uma nave Shiar caindo no lugar.

O Professor contrata Gambit pra servir de seu guarda-costas e chegam na cidade da Austrália, só que a encontra tomada por uma grande simulação de Perigo, revivendo os grandes momentos e lugares que os X-Men já passaram. A dupla consegue encontrar os tripulantes da nave, um grupo genérico de alienígenas caçadores de recompensa que estavam atrás da máquina (o líder arrogante, a mulher coadjuvante, o brutamontes que se descontrola….).

Apesar do ritmo meio arrastado das história, onde o autor faz questão de mostrar algo da história do Universo X, Mike Carey consegue surpreender e gerar expectativa na última página de cada edição. Num determinado momento, por exemplo, Charles encontra o que seria o “núcleo” dessa grande “Sala de Perigo” que tomou conta da cidade: uma Perigo gigante em posição fetal. Uma cena incrível! O Profº ainda consegue “entrar” dentro de seu programa, conversar com ela e iniciar um processo de reset.

Observando que Perigo está fora da jogada, o grupo Shiar trai o Professor, atingindo-o com uma bala e arrebentando o Gambit. Enquanto isso, Vampira consegue se livrar das projeções de Ms. Marvel, Mística e Magneto, três pessoas importantes de sua história. Ela supera, também, as projeções de Cody Robbins, o primeiro menino que ela beijou e drenou a energia. Livre, ela rouba a nave shiar e coloca os alienígenas pra correr.

Perigo é reiniciada e se sente livre pela primeira vez em sua “vida”. O Profº não quis cometer os mesmos erros do passado e lhe prender em sua programação de novo. Ao contrário do que poderia imaginar, Perigo não quer briga e meio que se une ao pequeno grupo. O Professor também quer finalmente ajudar Vampira a controlar seus poderes, acredita que seu dom era pra ter evoluído mas, com as constantes divisões em sua psique, travaram isso. Numa última tentativa, ele invade sua mente com ajuda de Perigo e “limpa tudo”. Vampira beija Gambit e, aparentemente, parece ter finalmente conseguido controlar seu poder de absorção.

BATENDO EM RETIRADA

Finalizando, uma história pequena onde Charles volta ao QG dos Acólitos para confrontar Exodus. Só que antes ele tinha feito uma viagem pelos sonhos de cada membro, implantando sugestões, para poder controlá-los despertos, mesmo usando escudos anti-telepatas. Ele consegue convencer Exodus que os Acólitos não precisam mais existir, que esses subgrupos só criaram mais intrigas e segregações entre os mutantes. E que agora, com a população tão baixa, eles precisam se unir. E claro, Carey aproveita pra jogar na nossa cara que pesquisou todos os membros que já passaram pelos Acólitos para mostrar num flashback. O que seria muito interessante, acaba parecendo algo forçado e repetitivo, essa coisa das lembranças. Até porque Charles relembra antigas equipes durante umas 5 páginas.

Não achei que só essa conversa seria o suficiente pra convencer Exodus, mas ele conseguiu. Charles ainda tira Frenesi do coma em que estava (tinha sido atingida por Magneto no arco anterior). A equipe se dissolve: Tempo, Random, Amélia Voght e Sentinela Ômega vão para o QG dos X-Men em São Francisco, enquanto Frenesi e a esquecida Unuscione saem revoltadas e iradas. Exodus está prestes a dar tchau, também, mas se surpreende com a presença de Norman Osborn. Não sei se foi a quantidade imensa de flashback em Pecados do Pai, mas gostei mais desse arco aqui. Carey continuou com as lembranças, mas em menor escala. Perigo foi um destaque, já que Charles se tornou um porre, sem contar na equipe shiar genérica. A arte de Scot Eaton (Homem de Ferro) é sempre muito competente, enquanto Phillippe Briones (Novo Esquadrão Suicida) também não desaponta e é até mais “limpa” (ele assina a primeira história com o Fanático e esta última).

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