[Review] Batwoman: Medo e Aversão no País das Maravilhas!

Arcos Principais: Medo e Aversão (Fear and Loathing).
Publicação Original: Batwoman #7-12 (Marvel, 2018).
Roteiro/ Arte: Marguerite Bennett/ Fernando Blanco, John Rauch.

Demorei um pouco, mas retomei a leitura da série da Batwoman durante o Renascimento! Só recapitulando, a revista foi lançada lá em 2017 e era a segunda vez que a heroína ganhava uma série solo, após sua estréia em 2011 com uma elogiada fase escrita pelo J.H. Williams III. Com o roteiro de Marguerite Bennett, o primeiro arco dessa nova fase não agradou tanto os fãs e entregou uma história meio batida e sem o espetáculo visual que tínhamos visto antes, algo que comentei na review de Os Muitos Braços da Morte. Tanto que a revista foi cancelada na edição #18, rendendo apenas 3 arcos. Em Medo e Aversão, segundo arco que compila as edições #7-12, temos um retorno ao visual mais psicodélico numa trama envolvendo o Espantalho. Review especial sem muitos spoilers!

MEDO E AVERSÃO NO PAÍS DAS MARAVILHAS

A Batwoman está em busca do grupo terrorista Muitos Braços da Morte, enquanto sua líder, a Mãe da Guerra, também está na cola da Mulher Morcego. Depois de sofrer um acidente e cair no deserto do Saara, Kate se perde em alucinações e é pega pelo que os terroristas chamam de O Agulha, mas também conhecido como Espantalho! E se temos o Espantalho numa história, é bom que os desenhos sejam minimamente alucinógenos, afinal de contas sua especialidade é o soro do medo, que gera visões envolvendo os maiores pesadelos de quem inala.

E nesse ponto, o arco manda bastante bem. Presa no laboratório subterrâneo do Espantalho e submetida aos gases do medo, a Batwoman se vê perdida em seu próprio pesadelo: um País das Maravilhas distorcido. Se junta à sua jornada para escapar, outro prisioneiro do lugar, um dos soldados da Colônia. Os desenhos são de Fernando Blanco (Mulher Gato: Longe de Gotham), com as cores de John Rauch, recheados de referências à história da Alice, com direito a lagartas fumantes, sorrisos em forma de meia lua e a descida pela toca do coelho, provavelmente algumas das sequências mais interessantes e legais do arco, com muitos detalhes que elevam seu visual, como pequenas cartas e rosas vermelhas espalhadas pelas páginas. Para um fã de Alice, como eu, será uma viagem!

No que diz respeito ao roteiro, ele também está melhor trabalhado que o primeiro arco. Vemos o treinamento da Kate Kane em ação, quando ela tenta admitir que tudo não passa de uma alucinação e que precisa encontrar a saída. E a grande sacada da história é fazer com que a Batwoman aceite seus próprios medos e defeitos, suas falhas. Num dado momento, quando entra em conflito direto com o Espantalho, ela inclusive deixa bem claro a diferença entre ela e o Batman, numa sequência muito boa e assustadora. Afinal de contas, ela admite não possuir os filtros morais do primo Bruce. E o Espantalho é um vilão sempre interessante de se ver, mas que muitas vezes cai na fórmula de alucinações sem sentido e nada mais. Felizmente, aqui ele é uma ferramenta para conhecermos melhor o inconsciente da Kate. Essa batalha no País das Maravilhas distorcido vai da edição #7 à #10, com as duas edições seguintes funcionando de maneira mais individual.

A edição #11 traz o Professor Porko como vilão, mostrando seu processo de criação das “bonecas” e é tão assustador quanto as edições anteriores. Quer dizer… no melhor estilo Albergue de ser, ele sequestra e tortura turistas, para depois aplicar uma máscara de porcelana e ossos em seus rostos. Uma máscara tão quente que chega a derreter! E entre suas vítimas temos a Julia Pennyworth, que vem sendo procurada pela Batwoman. Apesar da história não ser muito convincente, com a Kate ligando os pontos e encontrando o esconderijo muito facilmente, o lado “horror” da coisa toda merece destaque, sendo uma edição bem apavorante. E o Professor Porko não é alguém que aparece com frequência, então foi uma boa surpresa.

Um dos temas abordados nesse arco é o passado da Batwoman, como ela é perseguida por ele, sem conseguir superar a morte da mãe, a insanidade da irmã e até mesmo acreditando que não é capaz de salvar ninguém e nem a si mesma. A edição #12, que fecha o arco, mostra o “ano perdido” de sua vida, quando ficou presa na ilha Coryana e se apaixonou pela Safiyah Sohail, a Mãe da Guerra. Temos luta, traição e amostras da crueldade de Safiyah, algo que não estava tão transparente. Até porque ela é a chefona de um grupo terrorista, né? Esse segundo arco da Batwoman foi bem mais interessante que o primeiro, com várias sequências que merecem destaque, ótimos desenhos (principalmente nas cenas psicodélicas no País das Maravilhas) e, apesar de alguns momentos meio forçados, a história ganha força ao mostrar a fragilidade da heroína e, logo em seguida, sua ascensão.

Confira a sequência dos reviews da Batwoman que fiz aqui no site:

Fase Rebirth (Marguerite Bennett):
Batwoman: Os Muitos Braços da Morte
Batwoman: Medo e Aversão no País das Maravilhas
Batwoman: Queda da Dinastia Kane

Arcos importantes em Detective Comics:
Detective Comics: Batwoman Begins e Edição #950
Detective Comics: A Queda dos Batmen
Detective Comics: O Julgamento da Batwoman

Ou acesse o Índice de Reviews para conferir outras séries!

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