[Review] Mulher-Gato: Longe de Gotham!

Arcos Principais: Longe de Gotham (Far From Gotham).
Publicação Original: Catwoman #7-13 (DC, 2019).
Roteiro/ Arte: Joelle Jones/ Fernando Blanco, Elena Casagrande e Joelle Jones.

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Depois de um primeiro arco divertido e com os desenhos excelentes da Joelle Jones, apesar da história um tanto batida, As Imitadoras me deixou com gostinho de quero mais e confesso que estava bem ansioso para ler esse sengudo arco, Longe de Gotham. A intriga entre Selina e a plastificada Raina Creel continua e agora toma outras proporções quando até o Pinguim entra na trama. Review especial sem muitos spoilers desse segundo arco:

LONGE DE GOTHAM

Selina continua em Villa Hermosa, seguindo sua vida em meio às joias e telhados, quando o Pinguim aparece na cidade e detona uma roda gigante para chamar a atenção da gata. O roteiro de Joelle Jones segue num formato de “vai e vem“, com histórias paralelas que vão se cruzando no passado, presente e futuro. Como a vilã Raina Creel, que tem o atendimento negado em clínicas de plástica (pela quantidade que já fez) e consegue o contato de uma mulher que vende uma espécie de elixir da vida. Percebi uma certa semelhança com o filme A Morte Lhe Cai Bem (que adoro), em que as personagens Madeline Ashton (Meryl Streep) e Helen Sharp (Goldie Hawn) vão atrás de um elixir da vida e beleza eternas. Mas a semelhança não para por aí: Madeline, antes de procurar a tal proposta mágica, também tem seus pedidos de novas plásticas negados numa clínica. A mulher que vende o elixir, Lisle Von Rhoman (Isabella Rossellini), guarda o líquido mágico com a presença de cães, assim como no quadrinho. Gostei dessa homenagem, caso seja.

O Pinguim chamou a atenção da Gata para lhe fazer uma proposta: localizar e roubar a escultura que guarda esse elixir. O que se segue são várias cenas de ação ocorridas no futuro e, com o passar das 7 edições, vamos voltando no tempo pra descobrir como a Selina roubou a escultura, o que ele representa e esconde, o que aconteceu com Raina Creel, entre outros detalhes e novos personagens que vão surgindo, como um detetive. Alguns pontos interessantes são a relação de Raina com seus filhos, um que quer se candidatar a prefeito da cidade e ficar longe dos problemas da mãe, enquanto o outro foi revivido e se comporta como um pet zumbi que faz tudo pela mãe.

Sem contar que o Pinguim não faria uma proposta dessas pra Gata sem nada em troca ou sem alguma tramoia, né? Vamos descobrindo que tem muito mais por detrás de tudo isso, como a Mulher-Gato caindo numa boa emboscada. A gente percebe que a Selina fez de tudo pra fugir de Gotham, mas Gotham sempre dá um jeito de aparecer e complicar as coisas pra ela. Mas no conjunto, a história fica meio trincada e só começa a fazer mais sentido nas últimas edições do arco. Talvez se fosse feita de maneira linear, o entendimento e a diversão seriam maiores.

No arco anterior, os desenhos da Joelle Jones eram um dos pontos principais da HQ: tudo muito bonito, ágil, detalhado e “lustroso”, um estilo bastante característico seu. Já nesse segundo arco, Jones divide as páginas com Fernando Blanco e Elena Casagrande, que também são ótimos desenhistas, mas que querendo ou não, são diferentes. Nesse arco, as cenas de ação são sensacionais, deixando muitas séries de heróis no chinelo. Tem perseguições da polícia, de carro, de moto, luta corpo a corpo, zumbis e até uma sequência bastante parecida com o filme Atômica (mais uma referência?), quando a Selina amarra um cara com o chicote e se joga de um prédio. Tudo muito bombástico, com explosões e acrobacias. Por outro lado, esse exceço deixa algumas edições (como a #11) meio cansativas, quando parece que toda a edição foi apenas uma perseguição de 5 minutos.

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