[Review] Mulher-Gato: As Imitadoras

Arcos Principais: Imitadoras (Copycats).
Publicação Original: Catwoman #1-6 (DC, 2018).
Roteiro/ Arte: Joelle Jones.

A Mulher-Gato não havia recebido uma revista mensal com os eventos do Renascimento, mas vinha ganhando destaque na série do Batman, co-protagonizando as histórias. Até então, um dos focos era o namoro entre ela e o Bruce, culminando na aguardada edição #50 que celebraria o casamento entre eles. Infelizmente, porém, o casamento não ocorreu e a gata voltou para as ruas. A DC aproveitou a situação e, com a chegada da edição #50 do Batman, deu início a uma nova mensal da Mulher-Gato. O primeiro arco é chamado Copycats ou Imitadoras (edições #1-6), colocando a Selina de volta ao jogo, lidando com uma família mafiosa e diversas imitadoras suas atacando pela cidade. Review especial sem muitos spoilers.

IMITADORAS

Selina Kyle desistiu do casamento com Bruce Wayne e, já na capa da primeira edição, diz que você precisa ter lido a edição #50 do Batman para compreender melhor a história. Apesar de ser interessante o leitor saber como o casamento não ocorreu, na verdade o arco caminha muito bem sozinho. O roteiro e a arte é da Joelle Jones, que já havia trabalhado no arco As Regras do Noivado da revista do Batman, com as cores da Laura Allred (Art Ops). Após sair da mansão, a Gata foi morar num apê escondido pela cidade, recebendo o auxílio de Linda e Carlos, que também moram e meio que gerem o local. Alfred inclusive encaminhou à ela seu uniforme num pacote e, vale comentar, ele está um tanto diferente. Com a revista nova, claro que ela merecia uma repaginada, agora com as luvas e as mangas mais “curtas”.

Mas enquanto ela tenta retomar sua vida, Gotham vem sendo atacada por várias “Mulheres-Gatos” que não tem medo do perigo, atirando e até matando policiais. De cara já sabemos que se tratam de impostoras, já que a Gata verdadeira nunca usaria uma arma. E por algum motivo, essas Gatas estão ligadas a família Creel que governa a cidade, mais precisamente à Sra. Raina Creel: uma mulher plastificada que vive de aparências, manipula o marido e a política. A arte de Jones, como de costume, é muito bonita de se ver, com sequência excelentes. Logo no início, é incrível ver a Sra. Creel “se desmontando”. Por outro lado, no roteiro, a história esbarra em vários clichês do gênero, trazendo um modelo que já vimos antes. A Sra. Creel, por exemplo, está envolvida na produção e uso de uma superdroga que amplifica os sentidos, mas possui efeitos colaterais e, claro, isso terá uma participação importante no arco. Quantos arcos mais genéricos envolvendo a mafia com a produção de uma droga que dá poder a quem usa você já leu por aí? Já vi isso em Luke Cage, em X-Men, entre outros. Um outro ponto é o encontro da Mulher-Gato com suas impostoras, gerando uma cena de ação muito boa, mas que também dá aquela sensação de deja vu. A Arlequina já teve sua cota de cosplayers, nada mais justo que a Gata ter a sua agora. Espero que a Hera seja a próxima, minha preferida das três.

Um ponto interessante é a volta de Maggie, a irmã da Selina, que vive em estado catatônico num hospital. A Gata se sente culpada por isso e, através de flashbacks, conhecemos um pouco sobre ela, como viveu a infância com a irmã, a vida no convento, casando e depois sofrendo o incidente que a deixou assim. É bom pra situar a personagem nessa nova era Renascimento e, o mais importante, muito melhor de como já apareceu em outros momentos, como num arco trash das Sereias de Gotham. Gostei que algumas cenas são bem pesadas, se comparadas com a temática mais juvenil do título, como martelada na mão e outras torturas. Um outro ponto a favor da série e da Jones é que, ao contrário de como foi no início do volume anterior nos Novos 52, aqui não temos uma versão hiper-sexualizada da personagem. “Imitadoras” é um arco legal, com cenas de ação boas e sequências interessantes, como o momento em que soldados dobram a bandeira norte-americana num enterro ou quando a Gata sai destruindo tudo enquanto rola uma reportagem na TV, mostrando o belo estilo da autora. Não temos aquela sensualização típica que costumamos ver, além da história fugir um pouco do Batman, o que é ótimo (afinal de contas, ficamos 50 edições nessa ladainha). Mas por outro lado, a história usa uma fórmula meio batida de vilão que usa superdroga, confronta o herói e no final parece que nada mudou. Mas ainda um arco legal, divertido de ler e com ótimas capas. Fica a expectativa para as próximas edições.

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