[Especial] Detective Comics: O Julgamento da Batwoman!

Arcos Principais: O Julgamento da Batwoman (The Trial of Batwoman).
Publicação Original/ Brasil: Detective Comics #974-975 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: James Tynion IV/ Philippe Briones e Alvaro Martinez.

No último arco, o Cara de Barro protagonizou algo que estávamos aguardando desde o início, que era o seu surto, a perda total de controle, saindo destruindo tudo. Ao colocar um ex-vilão na equipe, o Batman sabia dos riscos que corria. Porém, com a ameaça aumentando cada vez mais, a Batwoman tomou uma decisão polêmica: atirou e matou Basil. Essas duas edições (#974-975) tratam exatamente dessa decisão, com o Batman e sua família debatendo sobre o que ela fez, se estava certa ou errada, se deve continuar ou não utilizando o símbolo do morcego. Review especial com alguns spoilers!

A QUEDA DO CAVALEIRO

A edição #974 é uma continuação direta do arco anterior, A Queda dos Batmen, com a Órfã lidando com a morte do Cara de Barro, que morreu em seus braços, graças ao tiro da Batwoman com uma arma especial. Todo mundo fica chocado e começa uma discussão sobre essa decisão. A Órfã, inclusive, dá uma porrada na cara da Batwoman e rasga o morcego do seu uniforme, como se ela não fosse digna de fazer parte da batfamília. O Batman e o Robin Vermelho também não apoiam essa decisão, já que foge completamente da moral máxima dos super-heróis (a de não matar), que poderia haver outra saída, que sempre há outra saída. Por outro lado, o Batwing e o Azazel ficam do lado dela, já que isso impediu o Cara de Barro de crescer ainda mais e matar centenas de pessoas. Particularmente, também estou do lado da Batwoman. O Cara de Barro se tornou um dos meus personagens preferidos, aguardei ansiosamente pelo momento em que ele explodiria e tacaria tudo pra cima. Mas não muda o fato de que essa moral dos heróis, a de não matar os vilões (porque eles estariam se “rebaixando”) quase sempre só ajuda a mantê-los soltos por aí. Quantas mortes não se teria evitado com a retirada do Coringa do jogo, por exemplo? Então fico do lado da Batwoman, que escolheu salvar a cidade.

O JULGAMENTO DA BATWOMAN

Já a edição #975 não é menos interessante, principalmente porque ela junta quase todos os membros da batfamília. O Batman e o Robin Vermelho fazem uma reunião especial, chamando a Batgirl, Asa Noturna, Damian e o Capuz Vermelho, pra ouvir de cada um deles o que pensam sobre o ato da Batwoman e o que deverão fazer com ela. O Damian liga o foda-se, mas o diálogo de cada um deles é muito bom, ponto pro autor James Tynion. A Bárbara, por exemplo, se destaca ao chamar o Tim de idealista, que não tem os pés no chão; ela joga na cara do Bruce todo esse esquadrão que ele formou, que foi mais pra impedir que a Batwoman fosse pro lado sombrio, do que pelo sonho do Tim. O Asa Noturna acaba sendo sentimental demais, mas o Jason também chuta o balde e comenta que, apesar de não usar mais força letal, entende o que ela fez e considera tudo isso uma ceninha.

Quer dizer, uma confusão só! Em paralelo, vemos flashbacks da Kate Kane, de como enterrou a mãe quando criança e cresceu uma garota perturbada e com sede de vingança. O pai dela, o General Kane, acaba a convidando para chefiar a Colônia, que chegou a hora de sair das asas do morcego. Num review anterior eu também comentei que essa era uma das diferenças entre o Batman e a Batwoman, o uso de arma letal. Ela recebeu treinamento militar, então é muito mais prática (nesses aspectos de guerra), que o Batman. E aquele era um cenário de guerra, necessitando de atitudes extremas. Mas por ter ido contra os ideais super-heroicos, cruzado a linha sagrada, a discussão que fica é: ela merece ou não continuar usando o símbolo do morcego no peito? E ainda faço outra pergunta: o código dos heróis de não matar os vilões, faz mais bem ou mal? Duas edições com discussões bastante relevantes, além de vermos de perto o quão grande se tornou a batfamília. Os desenhos dessa edição são do Alvaro Martinez e precisam de um pouco mais de atenção nas páginas duplas, pra não se perder na sequência dos quadros. Fora isso, tanto ele quanto o Philippe Briones na edição anterior, mandam muito bem nos desenhos.

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