[Especial] X-Men Legado: Vs. Vingadores e a Mente-Colmeia!

Arcos Principais: Vingadores Vs. X-Men (Avengers Vs. X-Men).
Publicação Original/ Brasil: X-Men Legacy #266-275 (Marvel, 2012)/ X-Men Extra #139-140 (Panini, 2013).
Roteiro/ Arte: Christos N. Gage/ David Baldeón e Rafa Sandoval.

Finalmente, a última série da saga Vingadores Vs. X-Men que estava faltando: X-Men Legado, depois de Fabulosos X-Men e Wolverine e os X-Men. E, assim como Fabulosos, essas edições de Legado (#266-275) foram as últimas desse volume, escritas pelos Christos N. Gage (Academia Vingadores) e continuando algo que, desde o fim d’A Era X, já tava se tornando chato e repetitivo: a Vampira como uma power whore, virando uma monstrona multipoderosa em qualquer situação; e alienígenas bizarros que não levam a lugar nenhum. Engraçado que, apesar de estar no meio dos eventos de VvsX, praticamente não tem influência da mega-saga. Review com spoilers!

VINGADORES VS. X-MEN

Legado foi uma das três séries mutantes (junto de Wolverine & os X-Men e a Fabulosos) que participaram, efetivamente, da saga Vingadores Vs. X-Men. Mas Christos Gage conseguiu burlar o sistema e deixou toda a briga contra os Vingadores meio que em segundo plano. Claro que as edições começam no evento, com a Mulher-Hulk, Falcão e o Cavaleiro da Lua chegando na Escola Jean Grey, avisando que estão ali só pra vigiar. A Vampira não curtiu muito a ideia, mas entraram num acordo: que ficariam numa determinada distância do lugar, podendo vigiar de longe. Mas óbvio que uma hora as coisas sairiam do lugar: a Frenesi provoca o Spector, dando início a uma porradaria. As edições #266-267 focam nesse confronto, que é até divertido. Numa cena a Mulher-Hulk dá a famosa palmada sônica e consegue nocautear vários estudantes, gerando a ira da Vampira, que se descontrola e começa a bater em geral. O trio de Vingadores ainda trazem uma armadura do Homem de Ferro, vazia, que a Vampira Verde faz questão de rasgar ao meio, quase uma homenagem à cena da Mulher-Hulk em A Queda.

HOLOFOTES EM FRENESI

Apesar desta edição #268 focar na Frenesi, não se engane: todo o fim de Legado é sobre a Vampira. Percebemos um pulo em relação à VvsX, com as Cinco Fênix já formadas e a Pax Utopia reinando no mundo. A Frenesi é enviada a um país na África, pra tentar manter os cidadãos livres de uma milícia local, enquanto as Cucos fazem um tratamento na cabeça das pessoas. Lá, Cargill se depara com um homem espancando sua esposa, o que a faz lembrar de seu pai. É uma história interessante por mostrar um pouco do passado da personagem, que ganhou uma reformulação depois da Era X, além de maior destaque. Ela cresceu sob a sombra do irmão, que seguiu os passos do pai, militar. Diferente de agora, ela era muito frágil e doente, sofrendo na mão da família. Quando o irmão morreu em campo, seu pai foi descontar a raiva nela, justo no momento em que seus poderes despertaram e, ao se defender, atravessou ele com o braço. Isso ajuda a ampliar o contexto da personagem, a entendermos seu lado barra pesada, seu passado militar, sua dificuldade em lidar com as pessoas.

MS. MARVEL NO LIMBO

Tem um certo recurso utilizado pelos autores, principalmente em HQs de heróis, que odeio: o famoso bate primeiro, pergunta depois. É o caso das edições #269-270, com a Vampira dando de cara com a Ms. Marvel e, pensando ser uma armadilha, ataca a Vingadora e não escuta o que ela tem a dizer. O que se segue é uma porradaria sem sentido, bem zoada. A Ms. Marvel só queria avisar que as Cinco Fênix poderia, em alguma hora, sair do controle. Mas não, tem que ter porrada. Até porque, por serem edições focadas na Vampira e pelo próprio nome da revista, tiveram que revirar o passado da personagem, tanto em sua luta contra os Vingadores quanto sua ligação com a Ms. Marvel. Mas fica tudo muito superficial. Pra ter ideia de como Gage vai descartando as coisas, a Magia aprisiona a Ms. Marvel em seu Limbo particular, só pra Vampira se arrepender de tudo que ocorreu (ou seja, uma briga a toa) pra tentar salvar a Vingadora e acabar sendo enviada, também pela Magia (que sempre foi insana) pra uma outra dimensão, como castigo.

A MENTE-COLMEIA

Uns arcos pra trás, tivemos a péssima história dos X-Men no espaço lidando com alienígenas-insetos. E pro meu pesadelo, a Vampira é transportada pra uma dimensão onde duas raças alienígenas estão em guerra: uma mais humanoide chamada Vray; e outra chamada Enxame, com soldados estilo insetos. O conceito desse mundo é bem interessante, nisso dou crédito ao autor. O Enxame possui um sistema chamado Mente-Colmeia onde todos estão interligados, seguindo ordens de uma Rainha, porém agindo no que a Colmeia exige, assim como a maioria dos insetos que fazem esse tipo de sincronização. É um arco em três partes (#271-273) com arte de Rafa Sandoval (Hal Jordan e a Tropa dos Lanternas Verdes), criando um ótimo ambiente, com árvores de cristal e inimigos que parecem saídos do filme Tropas Estelares. Há uma cena que morri de rir: a Vampira é tida como uma guerreira pelos Vray, uma Alfa, e é convidada a ficar na cidade; e como os grandes guerreiros geralmente são recebidos, é oferecido à ela três Vray pelados pra ela poder escolher com quem vai passar a noite. A reação é hilária!

Há toda uma trama envolvendo o Rei dos Vray e a Rainha do Enxame, que simulam essa guerra pra poder matar cada vez mais dos seus, podendo, assim, administrar melhor os recursos do planeta, que vem acabando. Um arco bacana, melhor que aquele anterior que comentei, mas mais pelo ambiente que criaram. Realmente gostei do conceito das mentes interligadas, sem contar na aflição em ver os insetos furando a nuca das pessoas. Esteticamente, o desenhista também criou alguns painéis, pra retratar essa conexão, que remetem às colmeias de abelha. Bem pensado.

VAMPIRA E MAGNETO

Vampira consegue retornar à Terra 616, mas nem vemos direito o que está acontecendo no mundo. A Vampira e o Magneto se unem pra salvar algumas pessoas de um desmoronamento no metrô, encontrando um homem perfurado pelos escombros, que começa a conversar com eles, dizendo que estava a caminho da casa do namorado proibido, pensando se continuaria ou não num relacionamento, funcionando como um gatilho pra história entre Vampira e Magneto, se vão continuar juntos ou não. Ele quer, mas ela não acha que seja a hora certa pra isso. No fim das contas o homem acaba morrendo, mas a Vampira toma sua decisão: será melhor que ambos estejam separados, por um momento.

VAMPIRA E MÍMICO

X-Men Legado #275, a última edição desse volume. Poderiam acontecer várias coisas, fazer valer o título que carrega. Mas temos uma história com o Mímico… Sim, Vampira e Mímico são chamados, de última hora, pra impedirem maiores danos numa prisão de segurança máxima, onde alguns prisioneiros super-humanos se soltaram e iniciaram um motim. A pancadaria é a usual, com destaque pros questionamentos do Mímico, que cansou de ser esse personagem de segundo escalão, sempre à margem de outros heróis, e que quer seguir sua própria vida. Seria bacana se isso realmente funcionasse, mas termina a edição com ele indo embora e o leitor pouco se importando. No meio da confusão, a Vampira vai na ala dos prisioneiros fazer um convite! Ela inicia um monólogo, que ninguém aguenta mais, sobre como ela era uma vilã e foi aceita pelos X-Men, perguntando quem poderia ajudá-la ali. Chega a ser ridículo, mas dá certo: ela angaria alguns poderes, vira a power whore e ganha dos prisioneiros soltos. E fim, duas últimas edições que deixaram a desejar.

O Harem da Vampira. Ah, se fosse o Namor no lugar dela… não teria tempo ruim!

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