Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] DC + Aventura #6 !
História da Edição: Pupilo
Nome Original: Superman/ Batman #7; 52 #31
Editora/Ano:Panini, 2012 (DC, 2004)
Preço/ Páginas: R$1,99/ 28 páginas
Gênero:Ação/ Super-Herói
Roteiro:Jeph Loeb; Mark Waid
Arte:Pat Lee; Freddie E. Williams II
Sinopse:Batman e Superman incumbem Robin e Superboy a contatarem o garoto Hiro Okamura, o autodenominado Homem dos Brinquedos, e o convencerem a lutar ao lado dos mocinhos. Uma tarefa simples, a princípio, mas que dará muita dor de cabeça aos jovens heróis.
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Mais uma DC + Aventura com o Batman e o Superman… Pô, Panini! Com exceção da edição #2 (do Lanterna Verde) TODAS as outras foram com eles! Tivemos Batman nas edições #1 e #5, Superman na #3 e os dois na #4… O Universo DC não possui outros personagens? Cadê a Mulher-Maravilha, Caçador de Marte, Aquaman, os Titãs, os vilões?
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Na introdução desta edição o editor quer deixar claro a importância desses dois personagens para o Universo DC e, também, para os leitores. De fato, são os personagens mais importantes da DC, só não entendi escolherem uma história protagonizada pelo Superboy e o Robin, numa missão à pedido do Batman e Superman. História já publicada em Superman #32 (2005), inclusive utilizando a mesma capa.
Deixando de lado os motivos acima, a história “Pupilo” é até divertida, mas totalmente dispensável. O roteiro é do Jeph Loeb (Batman, o Longo Dia das Bruxas; Superman: As Quatro Estações), que criou uma trama sem profundidade e sem grandes momentos. Tim Drake (o Robin) e Conner Kent (o Superboy), recebem um chamado de seus mentores, que pedem para os jovens irem até o Japão encontrar com Hiro Okamura, uma criança que se auto-intitula o novo Homem dos Brinquedos, para tentar convence-lo à entrar para o lado do “bem”, já que são todos jovens e podem se entender melhor. Acho que os Novos Titãs tinham integrantes melhores na tática da persuasão…
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Ao encontrarem com Hiro, são atacados por robôs e descobrem que o menino havia aprisionado o vilão Metallo, que acaba se soltando e fugindo para a cidade numa espécie de robô gigante. “Sensibilizado”, o menino empresta dois robôs para Drake e Conner enfrentarem o vilão. Resumindo, temos uma luta entre robôs gigantes, destruindo uma cidade, no melhor estilo Megazord dos Power Rangers. Seria trágico se não fosse cômico.
Engraçado que eles destroem todo o cenário, mas não fazem nenhuma vítima! O Japão deve ser um país com poucas pessoas mesmo… A caracterização dos protagonistas está bem diferente da que conheci em Novos Titãs #1, sem dizer que me confundi todo com tantos Robin’s e Batman’s diferentes. A arte é de Pat Lee, que desagrada bastante gente. Apesar que gostei bastante de seu estilo, que lembra bastante animes mais sofisticados, e os traços são bem delineados, mas não combina com heróis. Até o Batman e o Superman ficaram estranhos. O destaque fica para a cena onde os heróis balzaquianos chegam e nas lutas dos mechas. Mas o que esperar do desenhista de séries como Transformers e Cyberforce?
Não sei se foi a intenção do autor, mas toda a história tem um ar de ironia, desde os exageros às conversas entre Conner e Drake, que parecem um casal de namorados que só discutem. Se não for levar a sério, dá pra se divertir.
Fechando a edição, uma história de duas páginas contando a origem do Robin, tirada da série 52, como de costume. Apesar de ser bem resumida, acredito que um artigo ou uma “ficha” do personagem ficaria melhor, pois essas histórias geralmente destoam bastante da história principal.
O formato + Aventura está excelente, com um preço baixo e ótimo acabamento (capa couché e papel LWC), porém mal utilizado pela Panini. Apesar de ser bimestrais, ficamos meio perdidos com a data correta que será lançada. Se a intenção, no início, era atrair novos leitores com história “clássicas”, uma edição com uma boa origem dos principais personagens da editora já seria de bom tamanho, pois ficaria mais coesa e, a essa altura do campeonato, teríamos uma história clássica para 6 dos 7 integrantes da Liga da Justiça clássica, a principal equipe da DC.