Nome Original:X-Men Forever #5 e #6; X-Men Unlimited #31 e #33
Editora/Ano:Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero:Ação/ Super-Herói
Roteiro: Fabian Nicieza;
Arte: Kevin Maguire;
Sinopse: manipulados desde o início, Fênix, Homem de Gelo, Mística, Fanático e Groxo descobrem toda a verdade por trás do plano de Prona. E surge um novo adversário! É a surpreendente conclusão de X-Men Eternamente.
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Conclusão da mini-série X-Men Eternamente, iniciada em X-Men Extra #1, escrita pelo ótimo Fabian Nicieza (X-Force, Legion Lost) um dos poucos autores que conhecem a fundo a cronologia mutante, criando diversas referências e uma aventura acima da média. As últimas histórias do grupo estão entre o regular e o ruim, com Chris Claremont no roteiro das séries principais, sem saber pra onde ir, como mostrado em X-Men #1 e #2.
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Geralmente, quando uma série principal começa a cair na mesmice, os spin-off surgem para dar um “up” no leitor, e é o caso de X-Men Extra, edição voltada à essas mini-séries paralelas. E a conclusão de Eternamente é boa, apesar de um pouco forçada. Os 5 mutantes envolvidos na trama de Prona descobrem a verdade por trás de tantos vai e vens no tempo, além de enfrentarem o super comentado Estranho. Os destaques ficam para Mística, mais uma vez, por seu sarcasmo típico e pela falta de paciência nos joguinhos da máquina; e pelo Homem de Gelo, por conseguir elevar seu poder à nível molecular.
Mas, lá no fundo, a intenção da Marvel com essa série foi de deixar alguns mutantes mais parecidos com suas versões cinematográficas. Quem conhece os filmes sabe que alguns personagens possuem aparência (as vezes até poderes) bem diferentes da versão em quadrinhos. Mística acabou ganhando uma pele mais escamosa e Groxo teve seus poderes modificados, assim como sua aparência. Raven ficou bem legal nos filmes, mas não nas HQs. Seria uma mudança bem radical e importante para eles, mas, como bem sabemos, tais efeitos foram por tempo limitado.
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A arte de Kevin Maguire (Já Fomos a Liga da Justiça) continua ótima e podemos perceber bem o porque dele ser chamado de “mestre das expressões”: os personagens são cheios de caras e bocas, sendo até exagerados em certos pontos, pra não dizer cômicos. Mas não chega a ser um defeito.
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A Panini acertou em reproduzir as duas capas originais, mantendo o formato da edição anterior, com as páginas numeradas, sessão de cartas e novidades, capa em cartão e miolo de qualidade. Quanto a qualidade gráfica, não há o que reclamar. Ficou faltando apenas algumas referências. Num certo momento, Bobby diz que Fanático está vestido de “comando para matar”, ele se referia ao filme homônimo do Arnold Schwarzenegger. O uso da palavra “eletroencefalógrafo” também é questionável, principalmente na naturalidade que os personagens possuem de dize-la.
Com o término de X-Men Eternamente, temos 3 histórias de X-Men Unlimited, série com histórias curtas e paralelas à cronologia. As três não são ruins, mas também não são boas, se destacando apenas pela arte experimental utilizada pelos desenhistas nas duas primeiras. Um apresentador de circo encontra um Sentinela antigo e chama um amigo para tentar concerta-lo, a fim de torna-lo uma apresentação. Só que os dois não sabem que são mutantes… Essa é a primeira história, com os desenhos de Walter Taborda (Thor) e as cores de Jung Choi (Ultimate Spider-Man). A arte de ambos é repleta de pontilhados, muito interessante. Na segunda história, Jean e Vampira estão passeando na rua, tentando se divertir, mas acabam tendo um ataque psiquico, fazendo Vampira atacar os outros e perseguir um tarado. Das três histórias, é a mais legal, principalmente pela arte “underground” de Michael Golden (Conflito no Vietnã, Astro City), que lembra os desenhos de Tedd McKeever (O Extremista, Super-Homem: Metrópolis).
A última história é com Nate Grey, o X-Man. O telepata viaja até uma ilha para salvar uma mutante capaz de tornar ouro tudo aquilo que toca, um dom e uma maldição ao mesmo tempo. A menina é mantida presa, para sua própria segurança, e em troca deixa um empresário milionário. O final tenta ser comovente, mas é muito curta e não cria um clima no leitor para isso. Nate também está com um visual totalmente diferente do mostrado pela última vez (numa aventura com o filho do casal fantástico, se não me engano), estando mais velho e sério. Nenhuma explicação foi dada quanto à essa mudança.
*Por enquanto as histórias de X-Men Extra estão acima da média, se comparada às séries principais em X-Men #1 e #2.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
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