[Review] Super-Homem – Metrópolis !

Super-Homem - Metrópolis

Nome Original: Superman’s Metropolis
Editora/Ano: Brainstore, 2002 (DC, 1996)
Preço/ Páginas: R$14,90 / 68 páginas
Gênero: Super-Herói/ Alternativo
Roteiro: Jean-Marc Lofficier, Randy Lofficier & Roy Thomas
Arte: Ted McKeever
Sinopse: Na cidade de Metrópolis, a classe operária é escravizada pelo Senhor Jon Kent e manipulada por Lex Lutor. Cabe à Clarc tentar quebrar o capitalismo e salvar os trabalhadores. Inspirado no filme Metropolis de Fritz Lang.

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Antes de começar a resenha, queria informar que esta é a 250ª HQ que comento aqui no site ^^. Para conhecer as outras 249, acesse o Índice de Reviews.

“Super-Homem – Metrópolis” é a primeira parte de uma trilogia lançada pela DC em 1996 para seu selo “Elseworlds”, que trata de realidades paralelas (mais conhecida por aqui como “Túnel do Tempo” ou “Realidade Alternativa”), inspirada no cinema expressionista alemão. “Metrópolis” é baseada, obviamente, no filme homônimo de Fritz Lang e clássico dos cinemas lançado em 1927, onde trata de capitalismo, desigualdade social, escravidão entre outros temas. O filme foi um marco, sendo uma das produções mais caras na época e considerado como o primeiro longa-metragem de ficção científica. Sua história continua tão atual quanto antes.

Super-Homem - Metrópolis página 2

As outras duas HQs inspiradas no expressionismo alemão foram: Batman: Nosferatu, baseada nos filmes Nosferatu (1922), O Gabinete do Doutor Caligari (1920) e também em Metrópolis; e Wonder Woman: The Blue Amazon, baseado nos filmes Dr. Mabuse, o Jogador (1922) e O Anjo Azul (1930). Infelizmente, ambas são inéditas no Brasil. No cinema, o expressionismo alemão teve seu auge na década de 1920 e tinha como principal característica o combate da realidade através da fantasia, distorcendo personagens e cenários para criticar o sistema da época.

Voltando para “Super-Homem – Metrópolis”, a HQ foi escrita por Roy Thomas (Conan) em parceria com o casal Jean-Marc Lofficier & Randy Lofficier (Superman – Transilvânia) e desenhada pelo Ted McKeever (O Extremista, The Matrix). As demais HQs da trilogia também é assinada por eles. Metrópolis é a típica cidade do futuro, com seus prédios enormes, poluição e sistema capitalista. Por debaixo dela está a classe operária, trabalhando dia e noite para fazer a cidade funcionar, em condições precárias. Muitos deles morrem de exaustão ou por algum incidente. O grande “Senhor” da cidade é Jon Kent, porém sua mente foi alterada e está sendo controlada por Lutor. Clarc Kent acaba descobrindo a situação dos operários e tenta fazer algo para ajudá-los. Enquanto isso, no subterrâneo, a revolucionária Louis Lane tenta encorajar os trabalhadores e conta sobre o “Escolhido”, o “Super-Homem” que virá para salvá-los.

Super-Homem - Metrópolis página 3

Interessante como tudo se encaixa perfeitamente. As referências ao filme são bastante claras, desde o edifício-chefe às cenas dos trabalhadores operando as máquinas, passando pela icônica transformação da robô Futura em mulher. Vale comentar que “Futura” foi um dos nomes descartados para o filme. A sacada do coração de kriptonita também foi genial.

O grande ponto positivo da HQ é a crítica que a mesma faz sobre o capitalismo e da substituição do homem pela máquina, que fica claro em diversas cenas. Numa, Lutor comenta sobre Futura: sua experimentação máxima que poderá trabalhar dia e noite sem se queixar ou cometer erros. Apesar de parecer tão utópico, ao mesmo tempo é uma realidade constante.

Super-Homem - Metrópolis página 1

Ted McKeever está entre meus desenhistas prediletos e sua arte se encaixa perfeitamente ao expressionismo alemão, já que é bem forte, anatomicamente esquisita e contorcida. Ele fez um belo trabalho em retratar as passagens do filme e em modificar a aparência dos personagens. Se não fosse alguns detalhes, nem daria pra perceber que se trata do Superman.

Infelizmente, alguns diálogos parecem forçados ou rápidos demais. A edição da Brainstore, apesar de lombada quadrada e papel off-set, não possui nenhum extra. Nem sinopse, nem introdução, nada. O que é uma pena. Alguns podem não gostar por conta da arte experimental de McKeever ou por ter “sugado” demais do filme. Particularmente, gostei muito.

nota 9,0 b

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