[Review] The Matrix Comics Vol. 1 !

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Nome Original: The Matrix Comics Vol. 1
Editora/Ano: Panini, 2009 (Burlyman Entertainment, 2003)
Preço/ Páginas: R$42,00/ 164 páginas
Gênero: Ficção Científica/ Ação
Roteiro/ Arte: Larry & Andy Wachowski, Geof Darrow, Bill Sienkiewicz, Ted McKeever, Neil Gaiman, Gregory Ruth, John Van Fleet, Dave Gibbons, Troy Nixey, Peter Bagge, David Lapham, Paul Chadwick, Ryder Windham e Kilian Plunkett.
Sinopse: Doze histórias inspiradas pelo revolucionário mundo do filme Matrix e produzidas por alguns dos maiores criadores contemporâneos. 
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Matrix é uma das poucas séries que consegue ser multimídia E boa ao mesmo tempo. Os filmes, todo mundo já conhece e já tem uma ideia do que se trata. Estamos num futuro onde as máquinas dominaram tudo e possuem “consciência” própria. Elas escravizaram a raça humana e prenderam a todos em casulos, desde o nascimento à sua morte, utilizando de sua energia para alimentar as máquinas. Para manter a mente das pessoas encapsuladas “ocupadas”, elas criaram a “Matrix”, um sistema que simula a realidade, implantado nos humanos, para que pensam que estão, realmente, no mundo real. Poucas pessoas conseguem “fugir” da Matrix, através de bugs do sistema. E a história só complica mais daqui pra frente hehe.
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Eu simplesmente adoro Matrix, desde o roteiro ao visual arrojado. Teorias de “realidade paralela” existem aos montes, nos diversos formatos, mas Matrix conseguiu se sobressair em vários aspectos e nos fascinar, só o fato de não podermos distinguir se estamos num mundo real, ou sonhando ou até mesmo na Matrix, já que a realidade é formada pelos nossos sentidos, como aquilo que vimos, sentimos ou cheiramos. E tudo isso é relativo, experimente olhar uma determinada situação de diversas maneiras, verá que tudo não passa daquilo que achamos ou acreditamos ser real.

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Matrix é multimídia porque nasceu numa trilogia de filmes, os excelentes Matrix, Matrix Reload e Matrix Revolution, criado pelos irmãos Wachowski. O “furo” entre o segundo e o terceiro filme é contado no game Enter The Matrix e outras facetas do universo fictício também foi mostrado na coletânea de animações Animatrix. Para aumentar ainda mais o leque multimídia, os conceitos de Matrix foram utilizados para a criação de diversas histórias curtas e reunidas na coletânea The Matrix Comics Vol. 1 e Vol. 2. Por de trás das histórias temos grandes nomes dos quadrinhos, como Neil Gaiman (Sandman), Dave Gibbons (Watchmen), Bill Sienkiewicz (Elektra: Assassina), Gregory Ruth (Aberrações, no Coração da América) entre muitos outros. Com tantos nomes envolvidos o resultado não poderia ser menor que ótimo. Infelizmente, a Panini publicou apenas o primeiro volume e só nos resta aguardar pelo segundo.
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Mas nem tudo são flores. Devido o tema “Matrix” ter sido levado à exaustão, chega um determinado momento que você não sabe o que realmente está lendo. Para os fans da trilogia, Matrix Comics pode agradar bastante, mas para quem não gosta ou não conhece/entende sobre esse universo, acabará entendendo e gostando muito menos. Assim como nos filmes, algumas das histórias traz um visual arrojado e criativo, mas as semelhanças acabam por aí. Quase nada nas histórias nos remetem aos filmes (com exceção, claro, do tema e dos personagens citados), pois cada desenhista possui um determinado estilo de arte ou modo de contar a história, não que isso seja algo ruim, mas para quem possui pouco conhecimento de Matrix, tudo parece um emaranhado de histórias sem pé nem cabeça.

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Mas isso não tira o mérito da coletânea. Algumas das história são ótimas e valem a pena ser lidas por qualquer um, já outras são apenas razoáveis. Detalhe especial para Fragmentos de Informação, que mostra a história de um robô/mordomo que sentiu medo de morrer (ser desativado) e optou por viver, matando seu dono e sendo indiciado por isso. Essa é a primeira história, que une textos e desenhos, indicando o começo da conscientização das máquinas e nos mostrando uma cena de chacina fortíssima e incrivelmente real. 
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Preocupando-se Com as Pequenas Coisas é a segunda história e nos mostra como é programada a Matrix e é uma das melhores, em parte pela ótima arte de Bill Sienkiewicz. O conto ilustrado Golias, de Neil Gaiman, também é muito bom, praticamente uma literatura surrealista. A História do Moleiro é interessante por nos contar um pouco sobre o passado de Morpheus e de como é a “fauna/flora” do mundo real. Não Existem Flores no Mundo Real, Borboletas e Uma Espada de Cor Diferente são outras ótimas histórias, explorando várias teorias da Matrix, como o que ocorre no mundo real pode afetar você no mundo da Matrix, o campo onde os fetos de humanos são coletados, e a visão que cada um pode ter do mundo.

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A história que mais gostei foi a terceira: Uma Vida Menos Vazia. Nela, temos uma hacker que, assim como Neo, teve a oportunidade de escolher entre continuar vivendo na realidade programada da Matrix (a pílula azul) ou acordar e enxergar o que há por trás de tudo isso (a pilula vermelha), porém ela acaba optando por uma escolha que se arrependeria pelo resto da vida. É uma história mais “simples”, se comparada as demais, mas nos mostra um outro lado da Matrix. Se tudo isso fosse verdade, você preferiria continuar protegido nesse mundo ou acordar e enfrentar os perigos do mundo real ? Sem contar que sou fan da arte peculiar de Ted McKeever (O Extremista), que é excelente. 

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Analisando a edição nacional, não há o que reclamar: capa dura, papel de qualidade, boa introdução e uma mini-biografia de todos os desenhistas e roteiristas envolvidos, em suma, está excelente. Interessante notar nas obras literárias citadas no decorrer das histórias, muitas vezes escondidas, como Moby Dick, Dom Quixote e Guerra de Troia. Concluindo, super recomendada para fans da trilogia Matrix, de histórias cyberpunks e de animes como Cowboy Bebop e Ergo Proxy. Porém, para os “não-fans”, pode ser um pé no saco. Ou não.
nota 8,5 ;

*O preço de capa é R$42,00, um pouco caro, mas é possível encontrar bem barato. Comprei meu exemplar numa promoção do Submarino, saindo por R$20,00.
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3 comentários

  1. Sempre me indigna essa preocupação com os que não são fãs da série, se eu não conheço uma série, o meu pensamento racional deveria ser pegar o primeiro capitulo dela e a assistir em sequência, ao invés de exigir que um enredo fique mais “aberto” por eu estar com “preguiça” de pegar tudo do começo e querer ser incluído no que ta acontecendo. Por isso que muitas vezes, até filmes “menores” como os da ´serie Hellraiser, se desenvolvem menos, porque reduzem substancialmente o roteiro para tornar mais “acessível ao público que não conhece a história”, se eu fosse escritor ou diretor, pegaria uma briga ferrenha por isso, pois eu não cortaria boas partes da história para agradar esse público mais inculto.
    Desculpa ae o desabafo Sr. Felix, quanto a HQ de Matrix, eu tenho ela em scan, mas nunca cheguei a ler, achei seu texto bem interessante, vou pesquisar por ela e mandar buscá-la em Dezembro ( Já que estourei meu orçamento com quase 300 reais em HQs em menos de dois meses ).
    Força e Honra.

    1. Obrigado pela leitura e comentário ^^. Essa HQ é muito interessante, pena que o Vol. 2 permanece inédito até hoje. Matrix é uma franquia muito intrincada e não dá colher de chá pra quem não conhece. Sobre o que você falou, as vezes nem é questão de deixar as coisas mais abertas ou fáceis de entendimento pro novo leitor, mas de como o autor manipula tudo isso. Neil Gaiman, por exemplo, conseguia criar ótimas histórias do Sandman que podiam serem lidas por qualquer um, independente de conhecer o início ou não.

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