Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Review] X-Men Extra #1 !
Nome Original: X-Men Forever #1 à #4
Editora/Ano:Panini, 2002 (Marvel, 2001)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas
Gênero:Ação/ Super-Herói
Roteiro: Fabian Nicieza
Arte:Kevin Maguire
Sinopse: Fênix, Mística, Homem de Gelo, Fanático, Groxo. Cinco inimigos unidos por uma missão: salvar o futuro do universo. Uma viagem por alguns dos mais importantes momentos da história dos X-Men, com a excepcional arte de Kevin Maguire.
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Edição paralela à X-Men #1, a revista “Extra” tem o intuito de trazer spin-offs dos mutantes assim como mini-séries, sem prejudicar as edições principais, como X-Men, Uncanny X-Men e Wolverine. X-Men Extra #1 trás as primeiras quatro edições de X-Men: Eternamente, mini-série em 6 partes lançada em 2001. Finalmente, uma edição acima da média se comparado às últimas aventuras dos mutantes. Na trama, Prona reúne cinco mutantes para uma missão que consiste em viajar no tempo. Não gosto de histórias que viaja muito em dimensões/ realidades paralelas, assim como viagens ao passado, principalmente em heróis, pois só complicam (mais ainda) a cronologia. Mas neste caso foi diferente, Fabian Nicieza demonstra que entende do universo mutante como poucos. Não é pra menos, o autor passou anos escrevendo para os títulos X-Men e X-Force, entre outros “spin-offs”, além de séries como Thunderbolts e Red Robin. Nicieza também é o autor de Legion Lost, do reboot da DC.
Os cinco mutantes escolhidos por Prona são: Jean Grey, Mística, Groxo, Homem de Gelo e o Fanático. Eles viajam por várias épocas do passado, podendo mudar ou não os fatos. Porém ninguém sabe o que Prona quer que eles façam, só sabem que está em suas mãos a salvação do Universo. O destaque fica por Nicieza nos mostrar o que cada personagem fazia em determinadas épocas, como o que Cain estava fazendo quando a Fênix morria, ou quando Mística planejou o assassinato de seu próprio filho, GraydonCreed. São visões muito interessantes, principalmente para quem já possui um certo conhecimento sobre os mutantes e irá relacionar os fatos. Mesmo para quem não conhece esses eventos, é interessante para se aprofundar melhor na personalidade de cada um.
Mística é a que mais se destaca no grupo. A terrorista freelance (como é dito na edição) passa por diversas crises emocionais, principalmente por ser transportada para épocas marcantes de sua vida. Ela é levada para o momento em que preparava a arma que iria matar Creed, seu filho anti-mutante; para o momento em que Sina morreu e em outro momento enquanto ela ainda estava viva. Mística teve um forte relacionamento com Sina e esses encontros acabam com ela. Interessante comentar que, quando Jean volta aos tempos de aprendiz com Xavier, descobre que ela e Homem de Gelo são mutantes do tipo ômega, com poderes ilimitados. Isso prova que Charles já sabia disso há muito tempo, só não posso afirmar se essa é a primeira vez em que o termo “ômega” é utilizado na série.
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Interessante comentar que Sina, Creed e o senador Kelly são bastante comentados na história, em vários momentos, assim como o Estranho. A presença de Creed e Kelly pode ser um sinal do que virá pela frente, pois atualmente Kelly está se candidatando à presidência e Mística quer mata-lo. Já a presença de Sina provavelmente deve-se à X-Treme X-Men, o próximo grande evento com os X-Men, que envolve os diários de Irene Adler. Agora o Estranho é um personagem que desconheço.
Os desenhos de Kevin Maguire (Já Fomos a Liga da Justiça) são ótimos e acompanha os roteiros, ficando bem dinâmico. O artista é conhecido pelos personagens cheios de caras e bocas. Essa mini-série, entre outras coisas, fez com que alguns personagens se parecessem mais com suas respectivas versões cinematográficas, como no caso de Mística e Groxo, mesmo durando pouco tempo. Essas transformações serão melhor exploradas na próxima edição.
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Tecnicamente a revista está igual à X-Men, em formato maior (18,5 x 27,5 cm), capa couché, lombada redonda e 100 páginas, porém com algumas melhorias: as páginas estão numeradas e incluíram duascapas originais no miolo. Também possuí a sessão de novidades e de cartas. É pedir muito que uma revista onde há várias edições originais possua as capas das mesmas? Devido as várias viagens ao passado, ficou faltando algumas notas de referências para que os leitores que não conhecem os fatos se localizarem.