[Especial] Batman Rebirth: Eu Sou Bane!

Batman Rebirth - Eu Sou Bane Destaque 1

Arcos Principais: Eu Sou Bane (I am Bane).
Publicação Original/ Brasil: Batman #16-20 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Tom King/ David Finch.

Batman Rebirth - Eu Sou Bane 1

Nessa altura do campeonato, com mais de 20 edições publicadas, já dá pra ter uma noção de como o Tom King (O Visão) vem lidando com o Batman, que é um dos personagens que mais vende (se não o maior) da DC. Ele trouxe um lado mais megalomaníaco e diria até que depressivo de Bruce Wayne. O peso de anos de combate ao crime sobre as suas costas, o fardo de nem sempre poder salvar o dia. Em quase todos os arcos até agora temos a sensação de que “algo está vindo pra Gotham“. Foi assim com a Noite dos Homens-Monstro e também com Eu Sou Bane, a continuação direta de Eu Sou Suicida, com o super vilão Bane (um dos poucos capazes de destruir o Batman) ameaçando invadir a cidade e destruir tudo que houver no caminho, matar Bruce, cuspir na sua cova e acabar com tudo que o morcego ama. Review sem spoiles!

Batman Rebirth - Eu Sou Bane 2

EU SOU BANE

Em Eu Sou Suicida, vimos Bane utilizando do Pirata Psíquico para conter seu vício na droga Veneno. Ele estava “feliz”, de certa maneira. Vivendo sem a droga, andando nu por sua nação e curtindo o momento. Mas o Batman precisava do Pirata e seus poderes pra curar a Gotham Girl. Como Santa Prisca é uma nação soberana, o Morcego achou que nenhum herói toparia sua missão de resgate, então ele mesmo pegou a Mulher-Gato e alguns vilões do escalão B do Arkham e foram pra Ilha, enfrentando Bane e pegando o Pirata de volta. Mas claro que teria retorno e é disso que o arco se trata. O Batman tem medo que o Bane venha pra cidade. Ele até reúne seus Robins (o Asa Noturna, o Capuz Vermelho, Damian e Duke) e pede que deixem Gotham por uma semana. Afinal de contas, ele é o seu mais poderoso vilão (e Bane deixa isso bem claro, nem que seja por cima de outros vilões!). Chega a ser divertido ver a participação especial de outros personagens, aliás.

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Porém de nada adianta, tanto os garotos quanto outros próximos ao Batman são tirados do jogo pelo Bane, como a Mulher-Gato e o Comissário. Colocando o herói numa espécie de cheque-mate: ou larga mão da Gotham Girl e do Pirata Psíquico, ou verá seus entes queimarem. Eu Sou Suicida, pra mim, falhou em dois pontos principais: o primeiro em ter um plano estilo As Panteras com direito a pegadinha; e o segundo por ter feito e pisado por cima de todo mundo só por conta da garota. O bom é que nesse arco temos uma outra perspectiva das coisas, de como o Batman já está cansado e depositou sua esperança nela, de como a vê como uma inocente nisso tudo. Principalmente depois da morte do Robin Vermelho, ele não quer correr o risco de sacrificar mais ninguém em nome da cidade. Isso é um ponto legal, justificando ele se sentir responsável por ela. Um outro lado interessante é colocar o passado do Bane e do Bruce lado a lado, mostrando como tiveram origens “semelhantes” (guardando as devidas proporções), de perderem os pais e se sentirem sozinhos no mundo, crescendo com a expectativa de mudá-lo (cada um à sua maneira) e o peso da culpa nas costas. Tom King já tinha usado uma técnica parecida nas cartas trocadas entre o Bruce e a Mulher-Gato.

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As cenas de ação continuam ótimas. A arte fica por conta do David Finch (Vingadores: A Queda), num estilo mais tradicional e menos “rápido” que do desenhista do outro arco. O ápice de Eu Sou Bane fica, claro, com o momento que finalmente temos o confronto (novamente) do Batman com ele, que dessa vez veio nutrido com o Veneno e está furioso! A gente fica na expectativa de como será, aflitos a cada passo que ele dá sentido à Gotham. E é sempre bom vê-lo usando sua máscara novamente, super inchado. O que segue é muito tiro, porrada e bomba, muito sangue, pontapés e companhia. Ótimas lutas, tendo como palco o próprio Asilo Arkham e seus prisioneiros! Apesar de mais contido e melhor que Eu Sou Suicida, esse arco ainda traz as duas questões que me incomodaram antes: temos mais um plano esdrúxulo, chega a ser cômico vermos a criatura cair no mesmo erro duas vezes; e um Batman saco de pancadas. Ainda mais quando o plano envolve os dois pontos. De novo. Também é interessante comentar o quão “pacífico” o Bane estava, graças ao Pirata Psíquico, o quão bom seria se o Batman tivesse deixado do jeito que tava. Porque ele simplesmente trocou a paz de um pela paz de outro, só que com consequências mortais. Ele está certo ou errado? Fora isso, um arco cheio de ação, com algumas boas sacadas, colocando em paralelo dois dos maiores rivais da DC, uma briga danada de egos: “eu sou Bane” de um lado, “eu sou Batman” do outro; só faltou um “eu sou GROOT!”. Nos fazendo pensar em como o Batman, apesar de todo o drama e a velhice batendo (porque é praticamente isso que as edições vem tratando), ainda tem pano pra maga!

 Trilogia:
Eu Sou Gotham, Eu Sou Suicida e Eu Sou Bane.

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