[Especial] Batman Rebirth: Eu Sou Suicida!

Batman Rebirth - Eu Sou Suicida Destaque 1

Arcos Principais: Eu Sou Suicida (I am Suicide).
Publicação Original/ Brasil: Batman #9-13 (DC, 2016)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Tom King/ Mikel Janin.

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A série principal do Batman vem recebendo diversas críticas negativas desde o início dessa fase Renascimento. O primeiro arco, Eu Sou Gotham, foi criticado por trazer uma dupla de personagens genéricos (Gotham e Gotham Girl), situações exageradas como ele praticamente “cavalgando” um avião e um história meio qualquer coisa. Particularmente, não achei aquele primeiro arco tão ruim, até curti, e o segundo arco também foi divertido, com o crossover colorido A Noite dos Homens-Monstro. Mas agora, nesse terceiro arco, não tem muito como defender. Mesmo com o super vilão Bane e a arte de Mikel Janin, a história não se vende. Review sem spoilers de Eu Sou Suicida.

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EU SOU SUICIDA

Bane mora na ilha de Santa Prisca, cercado e protegido por centenas de soldados. É um dos vilões mais inteligentes e também um dos mais brutais. Além de viciado na droga Veneno, que aumenta suas habilidades, praticamente não podendo viver sem. Mas agora ele tem um ás na manga: o Pirata Psíquico, mantendo-o preso e utilizando de suas habilidades pra se sentir bem e livre da droga. Só que o Batman também quer o Pirata Psíquico. E pra algo bem semelhante: deixar a Gotham Girl, que ficou meio enlouquecida, bem. Dois pesos e duas medidas, hein? E pra entrar em Santa Prisca e pegar o Pirata, o Batman elabora um dos planos mais surreais de todos (e ainda com o apoio da Amanda Waller, já que está mancomunado com ela também): entra no Asilo Arkham e escolhe alguns presos pra montar uma equipe própria, que trabalhará pra ele e, se tudo der certo, vão ganhar alguns benefícios em suas penas.

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Sim, tem uma pegada “Esquadrão Suicida” e tudo o mais. O que é estranho, e aí começa um monte de coisa que não curti nesse arco, é por que ele não chamou algum herói? Ele tem toda a equipe da Batwoman (com Salteadora, Cara de Barro e Órfã), tem o Batwing, tem até mesmo outros heróis que topariam a parada. Mas optou por alguns vilões do escalão B. Um outro ponto é a saída do Batman para essa missão, ele simplesmente fala pro Alfred que pode ser sua última, porque ou ele volta com o Pirata ou ele não volta. Really, queen? Os vilões que ele recruta são o Ventriloquo, Mulher-Gato, Tigre de Bronze, Colombina e Pierrô. O desenrolar até promete algumas coisas: a narrativa é intercalada com uma troca de cartas entre Batman e a Mulher-Gato, como se fossem confidências de um para o outro, revelando (e incluindo) alguns detalhes do passado sombrio de ambos e justificando o título “Eu Sou Suicida“, que não é pelo simples fato de entrar numa missão suicida. Aliás, essa revelação muda bastante o perfil do Batman. E não sei se pro bem.

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A estratégia bolada por ele é digna d’As Panteras, com cada membro fazendo uma coisa e com um final que tenta ser surpreendente. Tom King está longe de ser um roteirista ruim, em 2016 mesmo ele fez a incrível série do Visão, só que algumas de suas ideias para o Batman não fluem muito bem. A estratégia, por exemplo, não consegui comprar a ideia. Por um lado eu realmente queria ver a Mulher-Gato sendo uma vilã de alto nível e dando um chute na bunda do Bane e do próprio Batman, mas por outro o Batman seria muito estúpido em reunir esses vilões (que tirando ela, todos são do escalão B) e ser enganado por eles. E King faz toda uma tramoia que no fim não sei se rolou. O Ventríloquo é um personagem carismático, você simpatiza com ele e seu “drama” com o boneco, já o casal Columbina e Pierrô parecem cosplay do Coringa e Arlequina. O Bane, mesmo sem toda a sua parafernália e com discurso de felicidade, foi um dos destaques. Terminado o PROERD Livre das drogas, ele fica peladão em seus aposentos, rolando pelo chão com o Batman! Em menos de um ano, já vimos a bunda do Bane e do Hugo Strange. Good.

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O desenhista Mikel Janin (Liga da Justiça Sombria) é muito bom, ele faz sequências de ação sensacionais e exageradas. Os capangas de Bane enchem páginas e mais páginas, parecem que brotam de tudo quanto é lugar. Na edição #12, especificamente, ela é praticamente de páginas duplas, mostrando a versatilidade do desenhista, com planos de continuidade sem quadros muito legais. As séries do Batman vem tendo ótimos artistas, o que é super bem vindo. Eu Sou Suicida é um arco que não me empolgou, mesmo com uma arte boa e Bane correndo por aí, principalmente por trazer um Batman quase mudo e arrogante, movendo céu e mar pra fazer algo não muito diferente do que o próprio vilão estava fazendo, um plano meio trash e um monólogo de cartas sem fim. Ah, interessante comentar que aparentemente a Mulher-Gato sabe a identidade secreta dele nesse Rebirth, assim como também foi revelado com o Duas-Caras em Grandes Astros.

Trilogia:
Eu Sou Gotham, Eu Sou Suicida e Eu Sou Bane.

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