[Especial] X-Factor Investigações: Dizimação e a Singularidade!

X-Factor Investigações Dizimação e a Singularidade - destaque

Arcos Principais: Dizimação M (Dizimation), Guerra Civil (Civil War) e Isolados (X-Out).
Publicação Original/ Brasil: Madrox #1 a #5 e X-Factor #1 à #12 (Marvel, 2005)/ Wolverine #16 à #20 e #26 à #37 (Panini, 2007).
Roteiro/ Arte: Peter David/ Pablo Raimondi. Ryan Sook & Dennis Calero.

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Em 2005, Peter David (Supergirl, Justiça Jovem) escreveu a mini Madrox em 5 edições, com desenhos de Pablo Raimondi (Os Livros do Destino), que são ótimos (ele fez um Bishop que ó…) e que abusa das páginas duplas, tem umas quatro em cada edição. David nos mostra os dramas de Jamie Madrox, o Homem Múltiplo, ao inaugurar a empresa XXX Investigações, convidando os antigos colegas de X-Factor Lupina e Fortão para participarem e ajudarem a formalizar o clube. David explora os poderes de Madrox através de duas linhas narrativas: a primeira é investigar um assassino que está na sua cola; a segunda é tentar resolver o caso de uma cliente. Em todo momento Madrox tenta deixar claro seu gosto pelos filmes de investigação Noir, adotando esse estilo.

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A mini tenta explicar a dimensão dos poderes de Jamie, que consegue criar uma duplicata cada vez que seu corpo bate em alguma coisa. Essa duplicata tem quase vida e consciência própria, cada uma representando uma possível personalidade sua. Ele passou a enviar as duplicatas à diversos lugares, para aprenderem as mais variadas coisas. Assim, quando elas voltarem e serem absorvidas, o Jamie original consegue tudo que a duplicata aprendeu. Um meio de conhecer várias coisas ao mesmo tempo, que ficou muito bom. Só que cada dia que passa as duplicatas estão ficando mais instáveis. A mini fez sucesso na época, dando a oportunidade de Peter David continuar escrevendo sobre a equipe e criando a revista mensal X-Factor Investigações, que durou mais de 100 números, todos sobre seu roteiro. Esse especial narra as 10 primeiras edições, com os arcos ocorrendo durante o Dia M e a Guerra Civil, podendo conter spoilers pra quem não leu.

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DIZIMAÇÃO

Com a X-Factor Investigações inaugurada, Madrox também convida para completar o time a Syrin e Monet, como se fosse nos velhos tempos. Uma outra mutante também surge no edifício velho que ocupam, é Layla Miller, a menina que sabe das coisas. Ela parece prever quase todos os acontecimentos, sempre estando um passo a frente. Cada um do grupo imagina que ela foi convidada por alguém, sem questionar muito. É uma personagem carismática, que tinha surgido em Dinastia M, a mutante capaz de “acordar” os outros. Mesmo quando descobrem que ela simplesmente apareceu no QG, resolvem deixar ela no grupo, já que ajuda bastante. Layla, na verdade, não quer que a equipe saiba a verdade sobre o Dia M, pois isso mudaria o rumo das coisas. E ela sabe das coisas

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Nas primeiras edições, que não formam um arco propriamente dito, a X-Factor investiga a companhia Investigações Singularidade, que aparenta serem rivais mas que são muito mais que isso. Damien Tryp é o homem por trás da Singularidade, que veio do futuro para o presente, mas que mantém suas formas futuro/ presente/ passado convivendo ao mesmo tempo. Tryp pai, Tryp filho e Tryp Jr., como são chamados, querem acabar com a fonte que está prejudicando o curso do tempo: Layla Miller. Inclusive mandam um capanga para matar a menina, mas ela consegue se virar sozinha. Madrox também está cada dia mais preocupado com as suas duplicatas, que estão agindo de maneira imprevisível.

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Enquanto isso, Monet e Syrin cuidam de um grupo de revoltados que querem atear fogo num prédio com mutantes e ex-mutantes. A filha de Banshee tem uma habilidade especial agora, conseguindo induzir as pessoas a fazerem algo apenas com a voz, se estiver calma o suficiente. Mas como ela não consegue, expulsa a galera na base do grito, mesmo! Essas 4 primeiras edições são desenhadas pelo Ryan Sook (capitas de Liga da Justiça Dark) num estilo noir e sombrio excelentes, destoando de todas as outras séries X da época. O sombreamento e cores é um destaque à parte, com o trabalho de um dos meus coloristas prediletos, o genial Jose Villarubia (Sweet Tooth), que já tinha colorido a excelente mini do mutante Câmara.

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A situação no Distrito X anda perigosa, com ex-mutantes revoltados e insanos pela perda dos poderes. Um deles consegue encontrar Syrin desacordada num beco, após ser atingida por Tryp, e a leva para um teatro abandonado, amarrando-a numa cadeira e a torturando. Peter David quer nos deixar bem claro o estilo que está adotando, o de investigação noir. Há todo um clichê de filmes do gênero, mas um clichê bom. Esse cara, como todos os vilões, quer seus 15 minutos de fama e começa um imenso monólogo sobre como foi perder os poderes, o que dá tempo de Rictor encontrar o teatro e agir. O mutante está sem os poderes agora, mas aceita o convite de Madrox para integrar a equipe. Dennis Calero assume a arte, mantendo a mesma qualidade de Sook. Mais tarde, Calero desenharia alguns títulos da linha NOIR da Marvel, como X-Men e Luke Cage.

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Uma assistente social chega do QG para levar Layla embora, que havia fugido do orfanato. Após o Dia M, a menina perdeu seus poderes e família, ficando nesse abrigo. Madrox e Lupina tentam convencer a mulher a deixar Layla com eles, mas não conseguem. A assistente, porém, diz que se “ela fugisse de novo…”, não teria problema nenhum. Assim, Layla está de volta à equipe. O rumo das investigações mudam quando Ciclope chega no edifício para avisar Syrin da morte de seu pai, Banshee, entregando um vídeo que ele deixou como herança. Ela diz que é mentira, que na verdade ele deve estar escondido em algum lugar. Bom, Banshee foi atingido e morto pelo Jato X. Mas Thereza está tão confiante, que fica a dúvida sobre sua morte.

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GUERRA CIVIL

Madrox descobre que Tryp pai e filho são a mesma pessoa. Na verdade, uma duplicata sua descobre, já que é jogada de um prédio no processo. O comportamento das duplicatas passam a dar trabalho quando uma delas visita o QG, uma que Madrox pediu que aprendesse sobre investigação na SHIELD, mas que acabou sendo parte dos funcionários da empresa nesse período e agora quer que todos da X-Factor assinem a Lei de Registro de Super-Humanos. O grupo, claro, espera que o líder tome a decisão final. Mas o Homem Múltiplo nunca foi bom em escolhas. Nesse meio tempo, Mercúrio invade o QG para confrontar Layla, que seria sua nemesis (também por saber que ele foi o responsável pelo Dia M, fato que ninguém sabe). Há um conflito, mas o X-Factor decide apoiar Mercúrio, que está sem seus poderes mas influenciado pela névoa terrígena dos Inumanos, e oficialmente se declaram contra a Lei de Registro.

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A situação complica quando os Surpreendentes X-Men batem na porta, querendo pegar Pietro. O X-Factor está puto tanto com um, que foi o responsável, quanto com os X-Men, que sabiam de tudo e mentiram. O embate entre os dois grupos é muito bom! Syrin jogando na cara as verdades é impagável! Ciclope prova mais uma vez o líder que é, além de sempre frio e calculista. Prefere não brigar com a equipe, mas diz lavar as mãos em relação ao Mercúrio, à Lei de Registro e tudo mais. Que não terão apoio dos X-Men.

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ISOLADOS

Finalizando esse primeiro ano de Peter David a frente da X-Factor, um arco que tenta fechar as pontas com o mistério da Investigações Singularidades e Tryp. Um professor pede a ajuda do grupo, por se sentir ameaçado pela companhia, passando informações para Madrox que poderão ajudar na investigação. Os poderes de Tryp vão além e conseguem hipnotizar o Fortão, fazendo ele matar o professor. O clímax está quando Madrox encara o Tryp ancião, que lhe mostra o futuro e o passado, e descobre que na verdade ele pode nem mesmo ser mutante. Jamie sempre pensou que seus pais tivessem morrido num acidente, mas na verdade foram assassinados por uma versão do vilão. Os dois fazem parte de uma mesma “espécie“, que antecede a mutação que conhecemos hoje. O que explicaria o fato de Madrox ter desenvolvido seus poderes desde o nascimento (se duplicando ao receber uma palmada do médico) e não na adolescência, como de costume. O Homem Múltiplo ainda descobre que a Singularidade está desenvolvendo um vírus semelhante ao Legado, que havia matado uma de suas duplicadas no passado (e todos pensavam ser o original). Todas essas informações deixa Madrox insano, mas uma de suas duplicatas, mais insano e imprevisível ainda, arma algumas bombas em volta da barriga e explode todo o edifício onde estão, num ataque suicida, possivelmente matando todo mundo do lugar, inclusive os Tryp’s.

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A arte deste último arco é de Renato Arlem (Aniquilação) e Roy Allan Martinez (A Magia de Aria), menos densos que antes, mas ainda assim muito boa, principalmente na utilização de algumas colagens. Tanto Sook quanto Calero são ótimos, com traços pesados e o sombreamento escuro com os toques contrastantes de Villarrubia, talvez tenham funcionado melhor para a proposta do que Arlem, mas todos excelentes. Poderia se passar por uma série da Vertigo tranquilamente. X-Factor se revela uma leitura muito agradável, rápida e interessante. Os personagens são cativantes (eu também tenho uma queda pelo escalão B e C dos mutantes) e Peter David mantém a seriedade das histórias, mesmo com vários toques de humor. O clima sombrio chega a lembrar Arquivo X, principalmente nas primeiras edições. Monet é um dos destaques, principalmente quando um duplicata acaba seduzindo e dormindo com ela e com a Syrin, rendendo subtramas muito boas e engraçadas.

nota 9,0 k

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