Ícones: Homem de Gelo foi escrita pela dupla Dan Abnett e Andy Lanning, a mesma de Nova e Ressurreição, e apresenta um roteiro exagerado, cheio de momentos forçados e pouco empolgante, sendo a pior dentre as 5 minisséries. Bobby recebe um e-mail anônimo informando que sua ex-namorada, Opal, teve um filho dele. Seu espírito paterno aflora e ele viaja até Hong Kong para reencontrar a moça e o suposto filho, chegando na cidade descobre que o menino sofre de uma rara doença e é mantido em animação suspensa. A empresa onde Opal trabalha é especialista em genética e aceitou tratar dele, porém a cura está nos genes do pai, por isso a importância do Homem de Gelo no lugar.
Na realidade, a empresa trabalha com experiências envolvendo transplante de genes mutantes para humanos, além dessa história de filho ser bem difícil de engolir. Logo no início, no aeroporto, ele é atacado por “duendes” mega equipados, destruindo todo o lugar e, logo em seguida, saem de fininho e Bobby fica com cara de paisagem, como se nada tivesse acontecido. Mais pra frente, ele é atacado novamente pelos Augmen e seus poderes se descontrolam, congelando todo o mar de Hong Kong. O Sr. Weiss, por detrás da empresa, não mede esforços para capturá-lo e, inclusive, diz que destruirá toda a cidade se preciso. No meio do caminho Bobby recebe a ajuda do velhinho Foe-Dog, capaz de se transformar num ninja e se transportar entre as sombras (?).
E é nesse clima de exagero e destruição que Ícones: Homem de Gelo termina, num final bastante previsível. Depois de lutar umas 3 vezes com os mesmos Augmen, Bobby enfrenta o “chefão” e descobre a verdade sobre seu “filho”. As razões que levaram Opal a entregar o menino como “isca” não foram explicadas e sequer sabemos se a criança realmente passava por algum problema. Apesar dos bons momentos de ação, é intragável algumas partes.
A arte, no geral, é bem fluída e lembra uma animação, com ótimas sequencias de ação. Os desenhos são do próprio Andy Lanning com arte-finalização do Karl Kerschl (Novos Titãs) nas duas primeiras histórias e na final. Já a terceira história possui desenhos de Skottie Young (série Oz da Marvel), bastante estilizados e cartunescos, criando um contraste estranho na obra. Seu Bobby ficou parecendo um cantor de Hip-Hop. Em ambos desenhos, o destaque fica para quando Homem de Gelo usa seus poderes ao máximo. O acabamento da Panini segue o mesmo de Ícones: Noturno: capa couchê, miolo LWC, formato “econômico” (menor que o americano) e reprodução das capas originais.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.