[Review] Surpreendentes X-Men: Até Que Nossos Corações Parem!

Arcos Principais: Até que nossos corações parem (Until our hearts stop).
Publicação Original: Astonishing X-Men #13-17 (Marvel, 2018).
Roteiro/ Arte: Matthew Rosenberg/ Greg Land.

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Ao contrário dos dois primeiros arcos desse volume de Surpreendentes X-Men, que trataram do retorno do Charles Xavier em A Vida de X e Um Homem Chamado X e escritos por Charles Soule, esse terceiro e último arco segue por um caminho totalmente diferente, com uma nova equipe criativa e com novos personagens em destaque: Alex Summers, o Destrutor, está de volta e quer liderar sua própria equipe de X-Men. Review especial com spoilers!

ATÉ QUE NOSSOS CORAÇÕES PAREM

Depois de um período conturbado em sua vida, já que estava sob controle do Caveira Vermelha e cometendo atentados, o Destrutor tenta se redimir e ser um herói novamente. E nada como tentar derrubar um monstro em meio à cidade para chamar atenção e destruir alguns prédios no processo, não é? E assim começa o arco, que tem roteiro do Matthew Rosenberg (A Ressurreição da Fênix) e os desenhos do famigerado Greg Land (Fabulosos X-Men: Quarentena). E assim também começa uma série de esculachos pra cima do Alex, começando pelo Homem de Ferro interferindo na luta contra o monstro do Toupeira e dizendo que estava tudo sob controle, que ele não precisava ter destruído um prédio pra abatê-lo, que os Vingadores já tinham resolvido a situação. E o pior: o Alex responde as perguntas como se fosse um novato idiota. Em seguida ele vai até o Instituto Xavier e, do nada, tenta dar uma aula pra uma classe problemática, recebendo mais xingamentos tanto dos alunos (que questionaram sua fase como vilão) quanto da própria Kitty Pryde, que vem dirigindo a escola. Sua última parada é na Universidade de Harvard pra falar com o Fera, que também dá uns coices.

Um grupo de Carniceiros ataca a Universade, obrigando o Fera e o Destrutor a se unirem pra combatê-los. Esse evento desencadeia o convite do Destrutor: ele quer criar uma nova equipe de X-Men, mas como o nome X-Men está sob domínio da Kitty, seria uma equipe clandestina. Se unem à empreitada o Banshee, que estava dado como morto até agora, mas que sobreviveu numa espécie de coma e vem sendo mantido em segredo pelo Fera (e parecendo um morto-vivo, de qualquer forma), um Colossus bêbado e barbudo após o término com a Kitty, além do Apache à mando da própria Kitty para vigiar a equipe. O último integrante seria o Forge, que está trabalhando na turnê da Cristal, mas o mesmo nega o convite, rendendo um momento bem engraçado: a Cristal quer entrar no time e provar o seu valor, ficando super brava por ter sido ignorada! Como sua turnê vem sendo um fiasco mesmo, ela não tem muito a perder. E assim temos a última integrante dessa equipe bizarra, sob a liderança duvidosa do Destrutor.

A trama do arco gira em torno da UNI (Unidade Nacional de Intervenção) sequestrando o Donald Pierce e fazendo refém seus Carniceiros, usando a tecnologia deles pra criar um super sentinela. Eles também estão em busca do X-Men que possui uma tecnologia secreta inserida dentro do corpo, sendo esse X-Men o próprio Destrutor, que recebeu a tecnologia pelas mãos do Bastion e por isso resolveu montar essa equipe “guarda-costas“. Alguns pontos interessantes do roteiro são a mídia retratando a equipe como terroristas, já que não estão ligados oficialmente aos X-Men, e também o destaque dado à Cristal, que é a integrante mais interessante da revista. Além de engraçada e colorida, ela utiliza seus poderes de maneira inusitada em várias situações, como controlar o grito supersônico do Banshee ou gerar figuras de luz para enganar os inimigos. O Colossus também tem certo destaque, retratando sua depressão e a tristeza por ter se separado da Kitty (relacionamento que vem de anos, nunca dá certo e ninguém aguenta mais).

Quando a UNI sequestra alguns membros da equipe, o Destrutor tenta uma estratégia perigosa: se une aos Carniceiros, entregando o objeto que tem dentro da sua cabeça à eles, em troca de ajudarem a resgatar seus amigos e também Donald Pierce. Claro que ia dar errado, né? Destrutor e os Carniceiros de fato vão até o quartel secreto da UNI e libertam a galera, porém os vilões ciborgues utilizam dessa tecnologia do Bastion para se fundirem aos Sentinelas, acoplando os robôs gigante em seus corpos. E com esses Carniceiros-sentinelas à solta, o alvo óbvio é o Instituto Xavier, gerando o clímax do arco e o confronto final. É quando a Cristal libera todo seu poder e consegue derrubar sentinelas com a força das luzes numa cena sensacional! Com a poeira abaixando, a equipe se desfaz: Fera, Colossus e Cristal fogem, escapando tanto da mídia quanto da UNI; Destrutor é preso, admitindo ser um péssimo líder; e o Apache afirma o contrário (?), dizendo que irá segui-lo onde for.

Os desenhos do Greg Land nesse arco até que estão agradáveis, não abusando tanto das caras e bocas sempre iguais e super sexies pelo qual é conhecido. Mas claro que as posições clássicas que ele usa estão lá, como a capa da edição #14, mas temos um Colossus bonitão pra compensar. Um arco bem divertido de se ler e despretensioso, lembrando a antiga X-Factor, e sem medo de expor os problemas de seus membros (como o alcoolismo do Colossus) e aproveitando muito bem a Cristal, que sempre é subestimada e se torna o verdadeiro destaque da história. Apesar desse ser o último arco de Surpreendentes X-Men, Matthew Rosenberg continuou escrevendo os mutantes no volume de Fabulosos X-Men que veio logo em seguida no final de 2018 e em breve apare resenhado por aqui.

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