Arcos Principais: Sem título.
Publicação Original The Beauty #12-16 (Image, 2017).
Roteiro/ Arte: Jason A. Hurley e Jeremy Haun/ Jeremy Haun e Thomas Nachlik.
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Há um tempo que não continuava a série The Beauty! Ultimamente tenho lido muita mensal da Marvel e DC e esse mês meio que fiquei enjoado das tramas batidas que cercam os heróis. Essa semana li a clássica Asilo Arkham – Uma Séria Casa em um Sério Mundo pra poder ver algo com mais profundidade e qualidade, também retomei a leitura de The Beauty. Recapitulando: uma nova DST foi descoberta há cerca de 2 anos, capaz de melhorar a pele, o cabelo e até a cicatrização de quem a contrai, deixando a pessoa “bela”. Cada vez mais a população quer pegar essa Beleza, porém recentemente foram descobertos alguns efeitos colaterais, que ninguém imaginava… No Vol. 1 – A DST Beleza ficamos por dentro dessa nova proposta da editora Image, num excelente início. Já no Vol. 2 – Bela Vingança, tivemos algumas histórias paralelas que, de alguma forma, estão ligadas à Beleza. Chegou a hora de comentar o Vol. 3 (edições #12-16), quando um serial killer surge na cidade, assassinando pessoas com a Beleza! Review especial sem muitos spoilers.
UM SERIAL KILLER NA CIDADE
A edição #12, apesar de constar no volume 3 da série, não faz parte do arco principal. Se trata de uma história à parte bem interessante: um rapaz muito bonito tem dificuldades de se relacionar, pois todo mundo que se aproxima dele pensa que ele possui a Beleza (e assim tentam se “aproveitar“). O legal é ver as tentativas de primeiro e segundo encontros que ele tem, as desilusões e frustrações. Até que ele encontrar uma moça numa galeria de arte, totalmente ao acaso, e passam a se conhecer melhor. Uma história curta, mas muita simpática, nos faz lembrar daqueles encontros que já fizemos, o frio na barriga, as descobertas, muito bom.
As edições #13-16 já tratam do arco principal, que não ganhou título oficial (mas apelidei de “Um serial killer na cidade“). Os detetives Kara Vaughn e Drew Foster estão de volta, nossos Mulder e Scully do mundo da Beleza. Eles estão investigando uma série de assassinatos, todos de pessoas que tinham a doença. Em paralelo, precisam reportar atualizações da missão para a apresentadora Jocelyn Grace, que recentemente adquiriu a DST e funciona como o elo entre a polícia e a comunidade da beleza.
O assassino leva o apelido de Narcissus, devido ao seu modo de matar, que é bem teatral: ele deixa a vítima em pé e imobilizada, perdendo sangue lentamente através de um tubo e cercada por espelhos. A situação fica complicada quando outras mortes, também de pessoas com a beleza, começam a surgir e aparentemente não possuem ligações com o Narcissus, pela forma como são mortas: uma, por exemplo, foi queimada viva. Seriam dois serial killers na cidade? A maneira como Jason A. Hurley e Jeremy Haun constroem a narrativa é muito boa, principalmente quando desenvolvem o relacionamento entre as personagens. Destaque para a Kara Vaughn, que já teve a Beleza e acredita ter sido escolhida pela polícia somente por conta disso, gerando uma ótima trama paralela.
Um volume melhor que o anterior (que mal comentava sobre a doença). Apesar do desfecho não ser wow, é uma leitura divertida e que desenvolve bem as personagens e a mitologia em torno da Beleza. Aparentemente ela ocorre antes do primeiro volume. E também vemos o impacto que ela pode causar na vida de quem tem, quem não tem e até quem quer ter a doença, como polêmicas na mídia, assassinatos, solidão e o desejo de ser popular. A arte de Haun permanece de boa qualidade, com bons enquadramentos e limpa, aliás, é ótimo voltar a ler uma HQ com gente comum!
Confira a sequência dos reviews de The Beauty que fiz aqui no site:
The Beauty Vol. 1: A DST Beleza
The Beauty Vol. 2: Bela Vingança
The Beauty Vol. 3: Um Serial Killer na Cidade
The Beauty Vol. 4: A Industria Farmacêutica Por Trás da Beleza
Ou acesse o Índice de Reviews para conferir outras séries!
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.