[Especial] Batman Rebirth: Super Amigos!

Arcos Principais: Super Amigos (Superfriends).
Publicação Original/ Brasil: Batman #36-40 (DC, 2018)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Tom King/ Clay Mann, Seth Mann, Travis Moore, Joelle Jones.

O Batman está noivo da Mulher-Gato. Essa é o grande fato que guiou as últimas edições da revista. No arco anterior, vimos o que a Talia Al Ghul achou de tudo isso, num combate com a Gata. E agora nesse arco, chamado Super Amigos (#36-40), mergulhamos na amizade entre o Batman e o Superman e a Mulher-Maravilha, o que eles também pensam sobre o noivado. Com ótimos desenhistas e roteiro de Tom King (Visão), review especial sem muitos spoilers!

SUPER AMIGOS – SUPERMAN

As edições #36-37 focam no Superman e, particularmente, foram as minhas preferidas. Em várias edições o Tom King vem usando um mesmo estilo narrativo, que é utilizar dois contrapontos. Tipo na edição em que o Batman e a Gata trocam cartas. Aqui, temos a Lois Lane de um lado, conversando com o Superman, dizendo para que ligue pro Batman, que é seu amigo. E do outro lado a Gata fazendo a mesma coisa, só que com o Batman. A Lois quer conhecer a “tal noiva”, ver se é a criminosa que todos falam. A edição seguinte é divertidíssima, com os dois casais indo a um parque de diversões, invertendo os uniformes e entrando na festa, que é temática de heróis. O interessante aqui é vê-los de uma maneira descontraída, ao mesmo tempo que os laços de amizade vão se aproximando. A Lois e a Selina possuem uma química incrível. Também fica nas entrelinhas o quanto o Batman sente admiração pelo Superman e vice versa, talvez essa seja a maior mensagem dessas duas edições. Além da aprovação da Mulher-Gato. Os desenhos são de Clay e Seth Mann (Hera Venenosa: Ciclo de Vida e Morte), tudo muito fluido e bonito, com destaque para as roupas e movimentação (estamos falando de, na maior parte do tempo, duas narrativas simultâneas).

A ORIGEM DE BRUCE WAYNE

A edição #38 tem a ideia de aproximar a origem e história do Bruce ao público e também ver o quanto isso afeta Gotham. Um garoto milionário e fã do Bruce Wayne acaba perdendo os pais nas mãos de um assassino e, percebendo as semelhanças, acaba querendo se aproximar do Bruce. Inclusive o mordomo desse menino o chama de “Patrão Bruce“. Enquanto isso, vários outros pais acabam sendo encontrados mortos, assassinados por algum criminoso misterioso, que vai deixando pistas e jogos de palavras por onde passa. Seria o Duas-Caras, Charada? Com a arte do ótimo Travis Moore (Freedom Fighters), que não tem medo de ser bastante explícito nas cenas de crime.

SUPER AMIGOS – MULHER-MARAVILHA

As duas últimas edições do arco focam na Mulher-Maravilha e foi a parte que menos gostei. Os desenhos são de Joelle Jones, que fez o arco anterior, lindos como sempre. Mas a história não me convenceu tanto. Diana aparece em Gotham, ligando o Batsinal (só por diversão) e chama o Batman pra uma missão, pra cumprirem uma promessa que fizeram há anos ao Cavalheiro, uma espécie de guardião de uma dimensão infernal, que impede dia e noite uma horda infinita de demônios de atravessar a dimensão. A promessa seria de que o Cavalheiro, quando quisesse, poderia “tirar folga” durante um dia e, nesse dia, a MM e o Batman lutariam em seu lugar. Algo simples. Porém um dia no nosso mundo equivale à décadas nessa dimensão. E a Gata não gostou nada ao saber que o seu Morcego vai passar tanto tempo assim com a Maravilhosa. A premissa é legal, porém tudo é muito rápido (são duas edições), não dá tempo da gente sentir o que realmente está pegando entre o Batman e a MM nessa dimensão, pra acreditar que haverá uma tensão amorosa ali. E temos o Cavalheiro, que tirou esse dia de folga pra visitar a esposa que ficou pra trás. Senti um tom de Spawn nisso tudo. E, claro, temos os contrapontos do Tom King, com a Gata analisando sua própria situação a partir do romance do Cavalheiro. Um arco muito bom e divertido, que segue mostrando o que algumas das pessoas mais importantes pro Batman acharam de toda essa história de noivado. Batman nera solitário? Mas que perdeu um pouco do fôlego no segmento da Diana, que poderia ter sido tudo menos o que foi, principalmente pela arte da Jones ser linda, poderia se passar em Themyscira.

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