[Especial] A Poderosa Thor: A Guerra Asgard/ Shi’ar!

Arcos Principais: A Guerra Asgard/ Shi’ar (Asgard/ Shi’ar War).
Publicação Original/ Brasil: The Mighty Thor #15-19 (Marvel, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Jason Aaron/ Russell Dauterman.

A série da Poderosa Thor começou trazendo uma iminente Guerra dos Reinos, arquitetada pelo elfo Malekith em conjunto do dono da Roxxxon, Dario Agger, que quer o petróleo desses reinos. Eles começaram por Alfheim, o Reino dos Elfos de Luz. Em seguida conhecemos os Senhores de Midgard, os ricaços da Terra que não gostaram nada da nova empreitada de Dario, que não avisou ninguém. E então conhecemos a origem do Mjolnir e a nova Liga dos Reinos, organizada pela Thor para resgatar a Rainha dos Elfos de Luz, Aelsa, que estava nas mãos de Malekith. Até aqui, tudo caminhando em torno da Guerra dos Reinos. Mas agora, nesse arco que vai das edições #15 à #19, Jason Aaron traz algo quase que totalmente à parte desse conflito com Malekith, com uma outra guerra, agora entre os Shiar e Asgard. O interessante é que, apesar de serem um dos maiores reinos alienígenas da Marvel, o Império Shiar nunca teve grandes conflitos com os Reinos de Ygdrasil, estando mais relacionados com os X-Men. Aaron cobre essa brecha num arco eletrizante, mas cujas intenções são duvidosas. Review com alguns spoilers. Depois da nota tem spoilers!

A GUERRA ASGARD/ SHI’AR

Jane Foster está de volta à Asgard e enfrenta problemas com Cul, o irmão de Odin e Deus do Medo, que está ocupando o cargo do Pai de Todos. Ele quer a mortal fora do Congresso dos Mundos e de Asgard, o quanto antes, não a acha capaz de exercitar suas funções, devido ao câncer. Claro que Jane não irá sair de mão beijada. Enquanto isso, Heimdall, o deus que tudo vê e Guardião da Bifrost, acaba deixando passar o líder da Guarda Imperial Shiar, Gladiador, pela ponte. O que poderia ser uma invasão mal explicada, já que Heimdall não deixa nada passar despercebido, temos uma sacada muito boa: até os deuses piscam. A chegada do Gladiador é ótima, chutando Heimdall e abrindo a porteira para o restante da Guarda Imperial. Cul reúne os guardas de Asgard, junto de Sif e cia., para repelirem os inimigos. Mas por que os Shiar, nessa altura do campeonato, entrariam em guerra com os asgardianos? É aí que está o x da questão, com uma motivação que tenho minhas questões.

O Gladiador, que crusho bastante, diz que os Deuses dos Shiar querem ter um papo com a Thor. Ninguém tinha visto esses deuses até então. Assim, Thor é levada para conhecer o casal excêntrico e egoísta Sharra e K’ythri. O motivo do encontro é até que simples: apesar de serem adorados pelo seu povo, descobriram que no resto da galáxia quase ninguém os conhecem, além de saberem de uma tal Thor que está aumentando em popularidade; assim a sequestram para iniciar o Desafio dos Deuses, que consiste em assolar as pessoas com os mais diversos sofrimentos, só para aumentar a fé neles mesmos. Ganha aquele que se popularizar mais. Jason Aaron segue o conceito de que a força dos deuses está ligada diretamente à neles colocada, que acho bem interessante e já vimos em Fúria de Titãs ou até em Fábulas, por exemplo. Mas, sério… um desafio desses? O que se segue são várias tentativas de Sharra e K’ythri de destruírem seu próprio povo, enquanto a Thor tenta se rebelar e ajudar as pessoas. Um ponto legal é que ela passa a ganhar popularidade entre os próprios alienígenas.

Enquanto isso, Lady Sif convence Cul a entrar em guerra contra os Shiar, para resgatar Thor e comprovar o poder de Asgard. Russell Dauterman volta aos desenhos e, claro, só temos algumas das melhores sequências da revista até então. É fantástico ver os barcos viking flutuando pelo espaço e arremessando flechas. Tudo só fica maior e mais complexo quando a Força Fênix é despertada e entra na Guerra. Mais uma vez, Dauterman manda muito bem na arte: tem um momento que a Thor dá uma espécie de energizada, convocando a Tempestade Mãe do arco anterior (parecendo o Execução Aurora do Yoga) que é fenomenal. Em matéria de ação gráfica, não há do que reclamar. A própria Fênix rouba a cena, dando um gostinho de sua Sala Incandescente. Além da Guarda Imperial Shiar, temos a participação mais que especial do rebelde Kid Ômega, que foi dado como o futuro portador da Força e, sendo assim, tem bastante interesse nessa guerra. O legal é que ele estava na Krakoa, conversando com seus próprios botões, quando ficou sabendo.

A Guerra Asgard/ Shi’ar é um arco interessante por trazer dois dos maiores Impérios da Marvel numa disputa épica: tudo é grandioso, exagerado, sangrento; em parte graças à arte. Mas ao mesmo tempo foi uma decisão estranha, pois não tem nada a ver com a Guerra dos Reinos que estava acontecendo, sem contar que os Deuses Shiar, que surgiram do nada, parecem duas crianças mimadas que não sabem perder, gerando uma intriga tosca. Deixando a impressão de ter sido uma decisão editorial para alinhar alguns títulos, como O Indigno Thor, e também para o filme que está por vir, com o roteirista criando algo megalomaníaco pra isso. Teria sido mais interessante toda essa guerra ter sido, finalmente, entre Asgard e Malekith, fechando a ideia que vem trazendo desde o início. Com os motivos certos, caso os Shiar já estivessem trocando farpas com Asgard e já tivéssemos conhecido o casal de deuses e seus problemas de ego, este arco teria sido sensacional. Mas particularmente, assim de supetão não convenceu.

Spoilers: o Quentin Quire foi uma ótima surpresa, ele é sempre carismático e, sentado na Krakoa (que calada tem mais carisma que muitos personagens por aí), foi hilário. No final do arco, ele acaba entrando na Sala Incandescente e tendo uma conversinha com a Força Fênix que, diga-se de passagem, parece uma cretina. Ele acaba sendo o novo hospedeiro dela. Os Deuses dos Shiar são aprisionados e o próprio Quentin se torna o rei deles, numa bela reviravolta. E falando em participação especial, o Odinson surge do nada (Jason Aaron forçou a mão das surpresas nesse arco, hein?) pra ajudar a Thor. Tudo indica que teremos uma nova reviravolta em quem ficará com o Mjolnir. Uma outra problemática que tive ao ler foi perceber que juntos eles derrotam a Fênix, mas não conseguem eliminar o Malekith? Certo que tiveram auxílio do Quentin, que é um dos mutantes mais poderosos, mas também era a Fênix! Um outro detalhe é que a Jane abdica de seu cargo no Congresso e o dá para a Agente Solomon.

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