[Especial] Batman/ Flash Rebirth: O Button!

Arcos Principais: O Bóton (The Button).
Publicação Original/ Brasil: Batman #21-22 e The Flash #21-22 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Tom King e Joshua Williamson/ Jason Fabok e Howard Porter.

Quando a DC iniciou sua fase Rebirth, há um ano, relançando todas as suas séries e misturando conceitos dos Novos 52 aos eventos mais clássicos, vieram várias dúvidas. O que seria aproveitado ou não? Como ficaria a realidade do Ponto de Ignição? E um dos mistérios que surgiu na revista especial do Rebirth foi o button de smile do Comediante, personagem de Watchmen, aparecendo na Batcaverna. O que isso significava? Que os personagens de Watchmen entrariam no UDC? Bom, as respostas vieram um ano depois. O crossover em quatro partes The Button entre as revistas Batman e The Flash mostra a investigação dos dois heróis em torno do artefato, na tentativa de rastrear sua origem. É um arco bem alucinante e frenético, com muita corrida cósmica-espacial-temporal, como quase todo crossover envolvendo o Flash. Se dormir no ponto (ou não), você não sabe mais onde está. Review especial sem muitos spoilers!

O BUTTON

Antes de mais nada, o hype em cima desse arco foi imenso. Afinal de contas, seria o grande responsável por incluir personagens de uma das mais aclamadas HQs de todos os tempos, Watchmen, ao Universo tradicional da DC. Isso, por si só, já causou um rebuliço, principalmente porque uma parcela considerável dos leitores não concordam com essa união, desejado que a história do Alan Moore fique intacta. Mas querendo ou não, a união já está a caminho. E foi feita de maneira bem interessante, usando o bóton, que é o grande símbolo de Watchmen, como artefato de união entre os dois mundos. O grande problema, além da expectativa, é que “O Button” é um evento pequeno, que prenuncia algo grande. E um evento com ligação a muitos outros, que se o leitor desconhece, não conseguirá curtir em sua totalidade. A começar de Watchmen: quem não leu ou conhece, a união ou não dos universos pouco importa. Envolve a realidade do Ponto de Ignição, que foi o evento que deu origem aos Novos 52. Envolve o próprio Rebirth e sua edição especial. Além de referências a outros eventos (e as Crises) da DC. Em se tratando do Flash, essas histórias que bagunçam o tempo as vezes é um pé no saco. Ou seja, é um evento para um outro evento (no fim do ano), que deriva de outros eventos!

Tudo começa com o Batman analisando o bóton na Batcaverna, colocando-o ao lado da máscara do Pirata Psíquico, desencadeando uma energia estranha. Ele chama o Flash, para investigarem juntos, que dá um minuto pra chegar ao local. É tempo suficiente para o Flash Reverso surgir, tentar pegar o bóton e dar um cacete no Batman. O roteiro do arco é dividido entre o Tom King (O Visão) na Batman e Joshua Williamson (Nailbiter) na The Flash. Essa primeira parte, em Batman #21, segue um design de páginas bastante arrojado, com os desenhos de Jason Fabok (Batman Eterno) simulando o estilo do Watchmen, com páginas repletas de retângulos, dando uma sensação de “câmera lenta” muito boa. Mas segue com o mesmo problema que venho comentando em todos os arcos do Batman nesse Rebirth: o Batman saco de pancadas. Ele apanha até dizer chega até a situação começar a se resolver, como vem ocorrendo sempre. O arco se desenrola quando o Flash Reverso, rastreando a origem do artefato, diz ter visto “Deus” e, logo em seguida, é desmaterializado. O Flash usa sua Esteira Cósmica e, junto do Batman, vão passeando em alta velocidade entre as linhas do tempo (podemos chamar assim?), revendo eventos antigos e chegando na realidade do Ponto de Ignição. A parti daí, é uma busca pela origem do bóton, de saber o que aconteceu ao Flash Reverso, quem era esse “Deus” e o grande encontro do Batman com o seu pai, o Batman do Ponto de Ignição.

É, literalmente, uma viagem. Há vários pontos interessantes, como a presença dos Flash: Barry Allen (o protagonista), Waly West e Jay Garrik. Enquanto Fabok segue simulando o “efeito Watchmen”, o desenhista em Flash, Howard Porter (Batman do Futuro – Sem Limites), já optou por manter a pegada do personagem, em sequências rápidas, lotadas de fagulhas, raios e distorções temporais. Algo legal é o encontro entre o Batman e seu pai, que também “virou” um Batman. E as questões que são levantadas a partir disso, de como se tornar o Batman pode ter valido a pena ou não. A dinâmica entre ele e o Flash também funciona, já que ambos perderam seus pais e viraram o que é por conta disso. As técnicas de investigação do morcego, unidas às técnicas forenses do velocista combinaram bem. O resultado final é um arco curto e rápido, com várias coisas ainda pra resolverem, agora num evento que a DC promete pro fim do ano. Uma leitura legal, mas sinto que deixei passar um monte de referências, por não ter acompanhado muito dos Novos 52 ou da totalidade do UDC e seu esquemas de terras paralelas. E acabei de ler Os Supremos, então a mente tá um nó com essas camadas todas. Uma frustração que tive foi esperar a presença do Dr. Manhattan, já que é bem óbvio que ele é quem está por trás de tudo isso, e esse momento ter sido meio… sem graça. Fica a impressão de que o leitor poderia pular esse arco sem problema nenhum, já que a revista do Batman, por exemplo, vinha resolvendo o problema com o Bane.

Como curiosidade, a DC lançou versões especiais de algumas edições, com efeito lenticular na capa. Aquele efeito “tazo”, você move e a imagem vai se transformando. Algo que foi uma febre nos anos 1990.

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