Arcos Principais: H2.0 (H2.0).
Publicação Original/ Brasil: Aquaman #19-22 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Dan Abnett/ Philippe Briones e Scot Eaton.
O último arco do Aquaman dos Novos 52 foi escrito pelo Dan Abnett, que incluiu um novo vilão: Água Morta, uma espécie de dragão marinho. Ele surgiu quando Jonah Payne entrou em contato com uma água misteriosa, sendo transformado na criatura. Aquaman dos Novos 52 acabou e Dan Abnett permaneceu como escritor da série nesse Rebirth, fazendo coisas boas e outras nem tanto. Nesse arco, H2.0 (#19-22), ele retoma o Água Morta e tenta explicar de onde e como ele nasceu. O resultado é um pouco melhor que o arco anterior, do Ogiva. Review com alguns spoilers.
H2.0
Os Aquamarines, a equipe americana de super soldados que se transformam em tubarões e em outros animais marinhos (que tentaram matar o Aquaman em O Dilúvio) voltam à Atlantis para, dessa vez, pedir sua ajuda e expertise para investigarem a água misteriosa. Mera não concorda muito com isso, mas acaba acompanhando o namorado. O arco se desenrola numa base americana que vinha investigando essa água, mas que todos os 30 cientistas sumiram do nada. Em meio ao suspense, surge o Água Morta para aterrorizar os Aquamarines, Arthur, Mera e outras pessoas que foram juntos. Devo admitir que Dan Abnett merece créditos por tentar deixar a história com cara de O Enigma do Outro Mundo/ Alien/ Arquivo X, num clima de terror, com todos isolados do mundo e enfrentando uma criatura desconhecida, que viaja através de poças d’água.
O próprio Aquaman e a Mera mergulham no espaço onde essa água estranha está, com máscaras de oxigênio, já que eles não conseguem respirar nela. O Água Morta, além de se transportar pela água, também consegue ficar inatingível, tornando seu corpo em água e rendendo ótimas cenas de ação, como Mera absorvendo toda a água do lugar. A relação entre os dois ainda é um dos pontos altos da série, funcionando super bem e fazendo o leitor se importar com eles. Ao mesmo tempo que a água estranha está sendo investigada, os Aquamarines possuem um plano de contingência, caso as coisas fujam do controle, que é nada mais, nada menos que explodir tudo. Algo que prejudicou o arco, pegando esse clima de mistério, são os desenhos de Philippe Briones e Scot Eaton, que são os desenhistas regulares (e muito bons), mas que não possuem um estilo que casa com o gênero de horror. Talvez teria sido melhor alguém como o Mitch Gerads, que fez a bela edição do Batman com o Monstro do Pântano, ou alguém com o traço mais pesado e obscuro como o Clayton Crain na antiga X-Force. Os desenhos mais tradicionais deixam o arco meio “genérico”. Um ponto interessante é que a água misteriosa funciona como um portal e a Mera acaba discutindo com o Aquaman sobre como ele enxergou isso, não sendo muito diferente do povo da superfície. Um arco que possuía bastante potencial, mas que caiu nos problemas que já estamos cansados de ver, apesar de divertido.
Ah, as capas variantes do Joshua Middleton continuam maravilhosas!
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.