Arcos Principais: O Ogiva (The Warhead).
Publicação Original/ Brasil: Aquaman #16-18 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: Dan Abnett/ Brad Walker e Scot Eaton.
Dan Abnett vem escrevendo a série do Aquaman nesse Rebirth e, se acertou em muitas coisas, também perdeu a mão em várias outras. No arco anterior, o super-herói finalmente socou o Arraia Negra e impediu que o povo da superfície entrasse em guerra com Atlantis. O Aquaman, inclusive, bateu de frente com o Presidente dos EUA, se colocando como Rei da nação mais poderosa da Terra e, assim sendo, exigindo respeito. Foi um momento WOW! Assim como, no decorrer das edições, tivemos vários ótimos momentos, principalmente aqueles em que Arthur se põe como o ser poderoso que é. Mas em contrapartida, quando parece que vai engatar, surge algo genérico. Esse arco, O Ogiva, que ocorre nas edições #16-18, traz mais um vilão sem muito carisma, como foi com O Imparável. Review sem spoilers!
O OGIVA
Após os eventos do Dilúvio, o Aquaman vem experimentando uma popularidade que não estava acostumado. Há “aquafãs” em todos os lugares, agradecendo por ter salvado o mundo, impedido uma Terceira Guerra Mundial. Ele e alguns habitantes de Atlantis estão na Baía da Anistia, ajudando na recuperação da cidade, enquanto há outros atlanteanos em outras partes dos EUA. Mera admite temer a profecia das Viúvas, enquanto Erika conta ao Arthur que tinha uma queda por ele, mas pelo Aquaman de antes, não esse popular de agora, que não tinha noção do quanto “Rei” ele era até então. O legal é que isso não vira motivo pra uma crise no namoro dele com a Mera, pelo contrário, talvez a Erika passe a gostar de Kae, que está ajudando na Baía. Eles trocam olhares. Tudo muito bem, muito bom, até que vemos vislumbres de um vilão/ máquina acessando a rede telepática do Aquaman, tentando controlá-lo.
O arco se desenrola sem grandes atrações. Temos um vilão X, que tenta atacar o Rei, que passa por maus bocados durante um instante, principalmente pela opinião pública, mas que logo é resolvido. O vilão em questão se chama Ogiva (Warhead), uma máquina senciente que possui um alto instinto de sobrevivência. O confronto entre os dois até é interessante, em lembrar que Atlantis é poderosa o suficiente para aniquilar outras nações, mas que também pode funcionar como refúgio. É um arco que mostra mais como o Aquaman está sendo visto pelo restante do mundo, agora que sua popularidade aumentou, com aquafãs e tudo o mais. Mas lá no fundo, ele sente que continua sendo o herói deslocado de sempre, que não o respeitam, mas sim o temem. O resultado final é meio água com açúcar, sem muitas emoções.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.