[Review] Jean Grey: O Retorno e Guerras Psíquicas!

Arcos Principais: O Retorno de Jean Grey (Nightmare Fuel) e Guerras Psíquicas (Psych Wars).
Publicação Original: Jean Grey #1-11 (Marvel, 2017).
Roteiro/ Arte: Dennis Hopeless/ Harvey Tolibao, Paul Davidson, Victor Ibanez, Anthony Piper, Alberto Jiménez Alburquerque.

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A jovem Jean Grey, assim como os outros quatro X-Men originais, foram deslocados do passado e trazidos ao presente pelo Fera, numa tentativa frustrada de tentar reviver o antigo sonho de Xavier. Presos no presente, agora eles precisam lidar com suas contra-partes adultas e as decisões que tomaram no futuro. A Jean, em especial, precisa lidar com o peso e a fama que a Fênix trouxe à sua versão mais velha. Ela inclusive ganhou uma série própria que durou 11 edições, culminando na mini-série Ressurreição da Fênix, onde ela começa a ver o espírito da Jean morta e prevê o retorno da Fênix! Review especial com spoilers dos dois arcos que compreendem essas 11 edições.

O RETORNO DE JEAN GREY

O arco começa com a jovem Jean em Tokio, tentando ter um pouco de paz num lugar distante de vilões, mas claro que isso nunca acontece com super-heróis, não é mesmo? Coincidentemente, ela encontra a Gangue da Demolição roubando, culminando numa batalha bagunçada no meio da rua. Perseguindo um dos vilões, a Jean avista a entidade cósmica Fênix num estacionamento, descobrindo que ela se aproxima da Terra.

A Jean chega a contar o ocorrido pro Fera adulto, mas ninguém acredita nela, que apela pro Colossus, Rachel Grey, a Magia e até mesmo o Quentin Quire, todos que já estiveram em contato com a Fênix de alguma forma. Ela quer saber o que pode ser feito, como ela deve agir. Entrando na mente de cada um, percebe que todos estão com sequelas desse contato, deixando lá no fundo da mente o quão quebrados estão. E esse é o recado que dão: não se tem como fugir. A Hope também entra na história, com a Jean a salvando de vários Carrascos. O roteiro é do Dennis Hopeless (da ótima Vingadores – Arena), que se destaca por resgatar diversos personagens e sua relação tanto com a Fênix quanto com os X-Men e outros núcleos de super-heróis, rendendo uma trama que leva a jovem Jean a entrar em contato com vários outros heróis.

Ela visita, por exemplo, o Namor. Inclusive batalha ao lado dele contra um monstro marinho e descobre que, assim como os outros, ele também tá cheio de sequelas. Mas seu conselho é diferente: se não pode fugir, que enfrente a Fênix! Numa próxima parada, ela visita o Thor no topo de uma montanha, batalhando contra alguns Orcs e escutando as histórias do deus do trovão. A própria Jean está bem simpática e até engraçada, diferente da versão chata que li em outras histórias. É nesse encontro com o Thor que ela consegue criar um martelo psíquico, uma arma semelhante ao que a Psylocke ou o Quentin utilizam.

Aliás, a Psylocke é sua outra passagem. Ela tira uns dias para treinar com a ninja, invadindo um QG do Tentáculo e batendo em alguns mortos-vivos. É quando ela começa a ouvir uma voz estranha falando com ela, vindo do além. Próxima parada: Doutor Estranho. Esse primeiro arco é todo nesse formato, cada edição com um encontro diferente. Por um lado é muito interessante, por ver a interação entre personagens que não são do núcleo dos X-Men, mas também fica meio repetitivo. O Doutor Estranho realiza uma viagem astral com a jovem e dão de cara com o espírito da Jean morta, que leva sua versão mirim numa viagem pelo que já passou. Mesmo depois da sessão espírita, o espírito da Jean adulta passa a andar lado a lado da Jeanzinha, que aceitou mais quem é, desistindo de tentar fugir de sua contra-parte adulta, decidindo enfrentar a realidade.

GUERRAS PSÍQUICAS

Chega a ser engraçado a Jeanzinha andando por aí com o espírito da falecida, que ninguém consegue ver. E ainda mantendo a estrutura do arco anterior, o autor Dennis Hopeless nos leva agora até a Feiticeira Escarlate! Essa edição #7 é desenhada pelo Alberto Jiménez Alburquerque, que trouxe aquele efeito da magia do caos da Wanda, aquelas pecinhas de tetris! E essa é a ideia da edição, com a garota tentando entender a magia do caos, mas acabando cedendo para o espírito da outra Jean, que a possui!

Próxima parada: Emma Frost! A velha Jean Grey, no corpo da jovem Jean, invade a cobertura da Emma e já parte pro ataque, possuindo seu corpo antes de se transformar em diamante. A gente sabe que as duas tem um histórico e tanto de convivência e não são as melhores amigas, principalmente em se tratando do Ciclope (que foi casado com as duas). Entramos numa viagem pelas lembranças da Emma, ocorrendo na época dos Novos X-Men do Morrison, fase que ela perdeu duas das Irmãs Cucos, que são como suas filhas/ clones. Entrando fundo em sua mente, a Jean descobre que a Emma guarda uma centelha do poder da Fênix na figura do Ciclope. E ao entrar em contato com essa centelha, a Jean sai do corpo dela e começa a pegar fogo, o fogo cósmico da Fênix. É uma das melhores partes do arco, principalmente por abordar esse lado mais emocional da Emma.

Na tentativa de salvar o corpo da jovem Jean, a Rainha Branca consegue ver o espírito da Jean adulta (que na verdade só quer ajudar sua versão mais jovem a se livrar da Fênix), leva o corpo para próximo do Instituto e chama reforços: as Cucos, Quentin e até a Hope (que é igualzinha ao Cable em se tratando de armamento, hilário). A situação só piora quando a própria Fênix surge, com os psíquicos a levando para o norte, para onde tem gelo e poucas pessoas, iniciando o confronto.

Um outro ponto positivo do roteiro do Hopeless está em deixar alguns personagens mais carismáticos do que o normal, como a Hope Summers, que durante sua jornada com o Cable em Bebê em Guerra e além era bem chatinha (apesar que também não sou fã do Cable). A Jean inclusive usa a Psimitarra dela para tentar matar a Fênix, mas não consegue. Aos poucos, os psíquicos vão caindo um a um e o próprio espírito da Jean adulta tenta interceder, dizendo que ela é muito jovem e não vai aguentar o poder da entidade. E pra surpresa geral, é o que a força realmente quer: matar a jovem Jean, que ela considera um erro no tempo, incinerando o corpo da garota.

A edição #11 encerra a série, mostrando a protagonista na Sala Incandescente, onde todos que já foram avatares da Fênix deixam uma parte sua. A Fênix diz o quanto essa Jean é um erro, que não tem conserto e tinha que ser eliminada, mas a jovem consegue manipular os joguinhos mentais e num golpe inusitado utiliza do poder da própria entidade para se auto-ressuscitar (ô família que adora isso!). De volta à vida, ela corre para o Instituto, fula da vida e sem vontade de falar com ninguém, mas acaba se deparando com a Jean adulta em carne e osso!! Essa última edição ocorre após a mini Ressurreição da Fênix, quando a Jean Grey que conhecemos foi trazida dos mortos. Uma série que foi mais divertida do que eu pensava, já que não sou muito fã dos X-Novinhos e pensei que seria um porre! Mas que acabou se tornando uma leitura divertida, com a arte de diversos desenhistas (uns mais, outros menos interessantes), com as capas sensacionais do David Yardin, reunindo um elenco variado de heróis da Marvel, como Doutor e Estranho e Thor, mas que inevitavelmente cai na velha intriga entre a família Grey e a Fênix, que ninguém aguenta mais!

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