[Especial] X-Factor Investigações: Bebê Madrox e Crises Temporais!

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Arcos Principais: Tempo e Meio (Time and a Half) e Ao Longo do Tempo (Overtime).
Publicação Original/ Brasil: X-Factor #39-50, X-Factor: Layla Miller (Marvel, 2009)/ Wolverine #58, #62-63 e X-Men Extra #101-108 (Panini, 2010).
Roteiro/ Arte: Peter David/ Valentine de Landro.

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Este review especial comenta (com spoilers) as edições #39-50 de X-Factor Investigações, a última fase da equipe com essa numeração. Depois da edição comemorativa #50, a série retomou sua numeração original a partir da #200. Peter David, que é o autor desde o início dessa nova fase, traz de volta a Layla Miller e tenta fechar algumas pontas soltas numa trama que envolve presente e futuro, além de mostrar o aguardado nascimento do bebê da Syrin com Madrox, que tem um desfecho sensacional. Depois de alguns arcos capengas, a série voltou a caminhar bem.

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LAYLA MILLER

Antes de comentar os arcos principais, vamos falar da edição especial “X-Factor: Layla Miller” que ocorre antes. A garota que “sabe das coisas” tinha sido enviada ao futuro junto de uma duplicata de Madrox para encontrar alguma solução à extinção dos mutantes em Complexo de Messias, ficando presa num campo de concentração mutante. Este especial mostra como ela escapa do lugar, após “prever” e escapar de uma chuva de detritos espaciais. Nessa realidade, 80 anos no futuro, ela conhece um Scott Summers cibernético, mais máquina que humano, e sua filha Rubi. Apesar de uma boa leitura, não há nada de muito extraordinário e funciona apenas pra contextualizar os eventos e apresentar a “Rebelião Summers” que acontece depois na série principal. Rubi, enquanto está em sua forma de “rubi”, não envelhece, algo que deve ter herdado de sua provável mãe Emma Frost.

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BEBÊ MADROX

A edição #39 trata do nascimento do bebê da Syrin com Madrox. Após entrar em processo de parto no último review, Theresa é levada pra um hospital e todos da equipe ficam no aguardo. Seus gritos estouram todas as janelas e deixam a equipe médica aflita. Mas o clímax da edição acontece quando o bebê finalmente nasce: ela o segura no colo, todos ficam apaixonados pela criança e quando a nova mamãe entrega para o pai segurar…. Jamie Madrox simplesmente o absorve automaticamente, como se fosse uma duplicata. Uma confusão segue a cena, com Tess furiosa e a separação dos dois. Foi uma das sacadas mais interessantes de Peter David, colocar que uma duplicata havia feito sexo com Tess ao invés do original, gerando um bebê-duplicata.

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Jamie, frustrado, decide abandonar a equipe e consultar sua duplicata que “deu certo”, o padre Maddox. Ele confessa o que aconteceu e diz que as duplicatas não podem ter filhos, então o garotinho que Maddox tem não pode ser seu filho, o que ele já sabia, porém. Madrox, sem saber mais o que fazer, tenta se matar e é surpreendido com a chegada de Layla Miller na realidade, só que crescida e o levando para o futuro novamente. São duas edições excelentes, que elevaram o status quo das personagens pra outro nível.

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CRISES TEMPORAIS

As demais edições tratam da relação entre a realidade de Layla (80 anos no futuro) e a da X-Factor (presente) e como qualquer história de viagem no tempo, realidade alternativas e cia., há muita confusão e nó na cabeça. Layla apresenta Madrox aos novos amigos, o Ciclope cibernético e a Rubi, que tiveram uma relação conflituosa antes. Um cara chamado Falcone criou o “Córtex“, um vilão que volta pro passado pra tentar acabar com a raça de alguns mutantes-chave da Rebelião Summers, cuja capacidade é a de controlar as pessoas. E então seguimos duas frentes: a primeira, com Layla e Madrox recrutando um decrépito Doutor Destino para tentarem voltar, corrigir o passado e eliminar Córtex. E a segunda, com a X-Factor Investigações lidando com seus membros sendo controlados por Córtex.

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Uma das primeiras “possessões” ocorre quando Rictor e Guido vão visitar a Duplicata Padre pra tentar localizar o Madrox original, mas são atacados de surpresa por Shatterstar! Sim, um dos membros da extinta X-Force e que tinha um relacionamento duvidoso com Rictor na época. Mas na edição #45, quando Shatt se livra da possessão de Córtex e volta ao normal, ele tasca um beijo em Rictor. E como um bom cavalheiro, Rictor lhe retribui depois. A cara do Guido é impagável!

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Outro membro a ser possuído é a Monet St. Croix, que se tornou uma das melhores coadjuvantes na mão de Peter David. Além da protagonizar a capa da edição #44 tão sexy quanto a Emma Frost. Ela começa a dar em cima do Darwin em insinuações nada sutis e consegue escapar de Córtex com a ajuda de Syrin, continuando a lutar nua pelos céus. Rende bons momentos.

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No futuro, um Trevor Fitzroy ainda do bem envia sem querer alguns sentinelas ao passado, com o seu poder. Por que todo futuro mutante tem os Sentinelas? Doutor Destino, que mesmo sem um cérebro é perigoso, surpreende a equipe de Layla e a Rebelião Summers ao mostrar que estava por detrás dos eventos e traz de volta Córtex, que era a outra duplicata de Madrox enviada ao futuro (como coincidiu no mesmo futuro depois, não sei) e o reprograma para… destruir todos os mutantes. Como de costume. Shatterstar voltou também com um poder diferente: de teletransportar objetos e pessoas através de um X gigante que ele cria. Com a equipe reunida, enfrentam e vencem os Sentinelas no presente.

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Mas a situação fica feia, mesmo, no futuro: Doom ataca o velho Ciclope e, além do Córtex, aparece o Velho Tryp (um vilão que surgiu no começo da série e que manipula o tempo) e um Sentinela gigante capaz de sugar qualquer mutante para dentro de si. A Rebelião Summers consegue vencer, mas há várias baixas e algumas surpresas para o leitor: Layla consegue reviver seres vivos (o que já foi mostrado, sutilmente, com uma borboleta), mas ela também consegue reviver pessoas, mas trazendo-as sem alma.

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Com o fim desse arco sobre reviravoltas no tempo, Madrox é enviado à sua realidade “normal”, enquanto Layla volta para quando ainda era criança, dando várias informações a si mesma. Só pra complicar a vida do leitor, que já não sabe se ela realmente previa e “sabia das coisas” ou se foi tudo contado pela sua versão mais velha. Mas aí dá um nó no espaço-tempo, uma confusão. Mas o saldo positivo é maior. Todas as edições são desenhadas pelo DeLandro, que é ótimo e sabe lidar com a sensualidade das personagens (como Monet) e com as entrelinhas de Shatt e Rictor, o novo casal. Olhando para as 50 edições de X-Factor (e comentei todas aqui no blog), Peter David fez um belo trabalho. Teve seus momentos baixos, como alguns arcos ensossos e o distanciamento da proposta noir inicial, mas no geral foi tudo muito coeso e acima da média, com destaque para o desenvolvimento das personagens: todos na equipe ganharam um nível a mais, não ficaram de enfeite.

nota 8,5 d

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