Nome Original: New X-Men #16 ao #19
Editora/Ano: Panini, 2006 (Marvel, 2005)
Preço/ Páginas: R$6,90 / 100 páginas
Gênero: Super-Herói/ Ação
Roteiro: Nunzio Defilippis & Christina Weir
Arte: Aaron Lopresti
Sinopse: Miragem comanda os Satânicos, uma equipe de combate da Shield. Enquanto Karma comanda os Novos Mutantes, treinados para uma vida de diplomacia. A rixa entre as equipes é aumentada quando um grupo terrorista ameaça a tranquilidade mutante na realidade da Dinastia M.
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Depois de tantas histórias ocorrendo na realidade da Dinastia M, não aguentava mais ler sobre… afinal, são momentos que bem provavelmente não irão retornar no futuro. Mas fiquei bem surpreso com essa versão dos Novos X-Men: Academia X! A narrativa é rápida e mais madura que na série regular, sendo que o roteiro é da mesma dupla, o casal Nunzio Defilippis & Christina Weir. Acabaram abandonando o lado Malhação das histórias e apostaram em algo mais adulto, uma melhora e tanto. Vale lembrar que é a reta final de Academia X sobre o enredo dos dois, que se despediram da série em X-Men #61.
Nessa nova realidade ainda há a rixa entre Novos Mutantes e Satânicos, mas de uma outra maneira. Com os humanos sapiens em extinção, há o esquadrão mirim da Shield treinado para combate – os Satânicos – liderados pelo casal Satânico e Ventania, com Faísca, Ouriço e Sincro na equipe, sobre a tutela de uma Miragem estressada. E por outro há uma escola que treinam jovens para a diplomacia e, entre eles, estão Feromona, Prodígio, Mercury, Jubileu e Pó, sobre a tutela de Karma. As irmãs Stepford e Quentin Quire estão vivas e também presentes na escola, assim como Doug Ramsey.
Karma e os jovens sofrem um ataque de um grupo humano terrorista, sendo salvos pelos Satânicos. Há uma tensão entre eles, já que são de métodos totalmente diferentes. E os combatentes precisam viajar até o Japão para localizar e matar os outros terroristas, que estão atrás de um certo Projeto Gênese. Faísca é desligada dos Satânicos temporariamente, já que seu pai é o possível líder do grupo. Ela, que namora escondido o Prodígio, resolve pedir ajuda da equipe rival: irem até o Japão e tentar resgatar o pai.
Como eles viajam até lá, ninguém sabe, mas vamos entrar na magia! No lugar da Faísca, a Shield coloca a Magia, que lembra um pouco a versão que aparece nos Exilados (irritada e que não pensa nos outros). Em meio a tudo isso, temos alguns mistérios ocorrendo. A Feromona e seu pai, que é um conselheiro na escola, são agentes secretos da Shield. Ela, inclusive, mata Quentin Quire (alterando seus feromônios para que se suicidasse) e desencadeia uma série de suspeitas.
A maioria dos personagens possuem mais destaque do que já tiveram na série regular. Mercury, por exemplo, é uma das protagonistas. A Jubileu também faz parte dos Novos Mutantes, sendo melhor amiga da Pó, duas compulsivas por compra e shopping. Há também Decompositor e Elixir, que formam uma dupla de torturadores da Shield. Enquanto o primeiro decompõe o torturado, o outro cura, ficando num ciclo de sofrimento sem fim. Pesado!
Mais alguns detalhes dessa nova realidade também são revelados, como o Solaris sendo o Imperador do Japão, e a maior autoridade depois de Magneto. O ponto alto da história ocorre quando estão Novos Mutantes e Satânicos no coração do Projeto Gênese, que planeja forçar a mutação em humanos, e a Feromona manipula a todos para que se matem. Aí a roupa suja é lavada, com um xingando e esculhambando o outro.
E fugindo de possíveis clichês, há grandes perdas nas equipes. Pessoas realmente morrem! O final também reúne algumas surpresas e mostra como as equipes amadureceram, enfrentando um inimigo comum mesmo que custem suas vidas, atuando como verdadeiros heróis. Algo muito bonito de ver, principalmente olhando o histórico dos Novos X-Men, que não passava de uma novela adolescente. O casal Defilippis & Weir fizeram um ótimo trabalho nesse fechamento, abrindo espaço para a nova dupla de roteiristas, Craig Kyle & Christopher Yost, os responsáveis pela criação da X-23 (que fará parte da série).
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.