Nome Original: X-Treme X-Men #45, #46; Exiles #41, #42, #43, #44 e #45; X-Statix #21, #22 e #23; Astonishing X-Men #1; Excalibur #1
Editora/Ano: Panini, 2005 (Marvel, 2004)
Preço/ Páginas: R$6,90/ 100 páginas cada
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Chris Claremont; Jim Calafiore & Chuck Austen; Peter Milligan; Joss Whedon
Arte: Igor Kordey; Jim Calafiore; Mike Allred; Aaron Lopresti; John Cassaday
Sinopse: X-Treme Men: última batalha com Elias Bogan e a despedida da equipe! X-Táticos: a equipe precisa enfrentar os Vingadores para recuperar o cérebro de Dup! Exilados: a história de Nocturna mais uma aventura com a equipe batalhando pela sobrevivência contra a Arma X! E mais: estréia de Excalibur e Surpreendentes X-Men!
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Assim como comentei no review de X-Men #44, #45 e #46, essa época marca a estréia da fase “X-Men Reload” aqui no Brasil, com a tentativa da Marvel de realinhar os títulos mutantes após a saída de Grant Morrison na série principal. Em X-Men Extra #44, #45 e #46 temos o fim dessa “Era Morrison” e o início de “Reload”: o término de X-Treme X-Men (aleluia!) e a estréia de Surpreendentes X-Men e Excalibur! Os Exilados permanecem inalterados e os X-Táticos ainda possuem mais 3 edições pela frente. Confira mais abaixo meus comentários sobre as histórias.
X-Treme X-Men: nas últimas duas histórias dessa série, fica visível o que a fez interessante e o que a fez desprezível. Particularmente, X-Treme foi um dos títulos que menos gostei desse período. Na primeira página temos a já batida “seção de personagens”, com o rostinho de cada um deles + nome, codinome e poderes. Isso acontece em toda santa edição, chega a cansar. E, pasmem, são 16 personagens! Enfim… na edição #44 o arco sobre Elias Bogan chega ao fim, com ele entrando na mente dos membros da equipe e Amara levantando um vulcão debaixo da mansão. Nada de mais e fica no ar se o vilão morreu ou não. Vale comentar a entrada “triunfal” de Tempestade e Calisto na casa da Vampira: as duas saem de um armário, que ligava à dimensão da Lila. Sacaram a ironia?
Na última história (ed. #45), uma despedida clássica de Claremont. Todo mundo reunido, ele faz uma ligação com o último arco do Morrison (NY destruída por Magneto), a reconstrução do Instituto e, literalmente, o fim da equipe. Felizmente, ficou uma história bem interessante. Gambit recupera seus poderes (beijando a Sábia, sem querer), Kitty volta a ter seu dragão, Rachel passa a ser a nova Garota Marvel e o mais importante: Tempestade cria um novo grupo chamado Elite de Segurança X (ESX), que realizará missões para o Governo, tentando unir humanos e mutantes. Essa nova equipe terá suas histórias publicadas em Fabulosos X-Men (na revista X-Men) com roteiro do próprio Claremont, ou seja, ele só migrou seus personagens preferidos pra lá.
X-Táticos: Dup foi sequestrado pelos russos, sendo usado como arma. Cabe agora aos X-Táticos tentarem recuperar o velho amigo, agora com a ajuda dos Vingadores. Infelizmente as duas equipes não entram muito em acordo e o cérebro do bichinho explode, indo pedacinhos verdes pra vários lugares do mundo. A partir da ed. #45 inicia, então, uma corrida entre os Vingadores e X-Táticos pra ver quem consegue pegar esses pedaços em menos tempo (pra tentarem salvar o Dup) + várias brigas entre eles. Esse arco foi bem divertido e interessante por explorar um pouco o “Projeto Dup“.
As batalhas são compostas por Anarquista Vs Capitão América, numa luta muito boa e com várias discussões envolvendo preconceito racial. Feiticeira Escarlate Vs Falecida num barco fantasma abandonado e tóxico, uma das melhores lutas, principalmente pela Wanda relembrar várias coisas. Na ed. #46 acontece Vivisector Vs Gavião Arqueiro, muito divertida (o Myles é meu X-Tático preferido – e nem é só por ser gay – imagino uma série protagonizada por ele e o Fera) e Vênus De Milus Vs Homem Formiga, numa batalha visceral. Essa é a penúltima vez que a equipe vai aparecer na revista, no meu próximo review será as últimas histórias dela. Uma pena que foi cancelada tão cedo.
Exilados: a série vai continuar firme e forte na revista, praticamente não sofrerá mudanças com o “Reload” (já que acontece em realidades paralelas). Na ed. #44 temos a origem de Nocturna, o que ela fazia em sua realidade original, seu convívio com Noturno (seu pai), entre outras coisas. Em seu universo, o Profº morreu pelas mãos de um Wolverine possuído e, com ódio, Ciclope debanda pro lado do mal. Envolve até viagem no tempo da Kitty, numa homenagem (proposital ou não) à Dias de Um Futuro Esquecido. Não é nada de mais, porém Exilados prova outra vez que é o título mutante com mais fan-service masculino ^^. Veja porque na imagem acima.
Já nas edições #45 e #46 temo um arco muito interessante: os Exilados são transportados para a realidade onde a Arma X (comandada por Hipérion – aquela mesma com o Gambit que vimos em XME #41, #42 e #43) está dominando uma cidade e tornando a população escrava, se negando à continuar sua missão. Isso gerou um erro nas realidades e, de acordo com o Corretor do Tempo, só poderá ser consertado se as duas equipes (que somam 12 membros) forem reduzidas a apenas uma. Ou seja, 6 membros terão que morrer.
O desdobramento é muito bom e, como de costume, é uma leitura bastante rápida. Temos Magia sendo a membro mais desequilibrada e imprevisível, Morfo lamentando a morte de Solaris, Hipérion matando a torto e a direita, e até mesmo um Gambit sem braço. Blink também está de volta e possui papel fundamental no término da batalha. Spoiler: Hipérion é derrotado e sobram apenas 5 Exilados pra contar a história. O Corretor do Tempo ofereceu liberdade para o Morfo, porém ele escolheu continuar na equipe ^^ Pela primeira vez passa alguém aceitando ou não isso.
Excalibur: estreando na ed. #46, essa nova série é escrita por Chris Claremont (o mesmo de X-Treme) e desenhada por Aaron Lopresti (Ms. Marvel, Ícones: Vampira), que tem um traço muito bom e detalhado. Apesar do nome, não tem nada haver com a antiga equipe Excalibur. A série traz como protagonista o Profº X, que abandonou o Instituto e os X-Men após os ataques de Magneto e viajou para Genosha, com o intuito de recuperar a Ilha. Aparecem novos personagens e o desenvolvimento flui bem, com algumas boas sacadas como a superação do Profº, seus novos ideias, as lembranças do ataque de Cassandra Nova… Mas o final, surpreendente, pode guiar a série para um bom caminho, ou fudercomplicar ainda mais a cronologia mutante. Spoiler: todos pensam que Magneto está morto, mas ele aparece vivo na última cena e ainda em parceria com Charles.
Surpreendentes X-Men: e a melhor estréia da fase “Reload” também acontece na ed. #46: com Surpreendentes X-Men, escrito por Joss Whedon (Fugitivos) e desenhado por John Cassaday (Planetary), trazendo uma equipe concisa (Wolverine, Fera, Kitty, Ciclope e Emma) com os uniformes coloridos de volta e à frente do Instituto. Roteiro ágil e uma arte bem clean fazem de Surpreendentes uma ótima leitura. Já fica claro nessa primeira história o que será tratado daqui pra frente: o relacionamento amoroso de Scott com Emma; o conflito entre Kitty e a loira, que não é dos melhores; e a estréia de Kavita Rao, uma cientista que diz ter criado “a cura” para a mutação.
Por incrível que pareça, essas edições de X-Men Extra foram uma boa surpresa. Depois de histórias arrastadas (principalmente X-Treme), temos carne nova no pedaço. X-Treme saiu e X-Táticos também sairão daqui 3 edições, o mix será composto a partir da ed. #50 por Excalibur, Surpreendentes e Exilados. Não sei se já comentei aqui, mas antes de começar a acompanhar X-Men ou até mesmo colecionar HQs, eu tinha lido Astonishing por scan (tinham me indicado começar por ele) e achei sensacional, por isso resolvi ler material mais antigo. Então já sei o que vai acontecer na série (Sala de Perigo, Kitty e o míssil…) e posso dizer que será o carro chefe das revistas X dessa época, merecidamente.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.