Nome Original: Spawn – Blood Feud #1 à #4.
Editora/Ano: Abril, 1998 (Image, 1995)
Roteiro: Alan Moore
Arte: Kevin Conrad & Tony S. Daniel
Antes da resenha em si, vamos voltar no tempo… Em 1992 surgia a editora Image Comics, fundada por escritores e desenhistas da Marvel que não gostavam da política de direitos autorais da empresa e resolveram criar uma outra onde o criador teria total poder sobre sua criação. Eis que surgem, através dessa nova editora, algumas séries como Gen¹³, WildCats, Witchblade e YoungBlood durante a década de 1990. Porém quase todas possuíam um apelo visual muito forte e histórias muito fracas. O que gerou o bordão “era Image” dos quadrinhos, quando as heroínas tinham dois metros só de perna e os homens tinham super-músculos e armas gigantescas. Talvez a melhor série que surgiu nesse meio (e a mais bem sucedida) foi Spawn, criada pelo Todd McFarlane em 1992. Mesmo assim, a principal característica do Todd é o traço detalhado e exagerado, o que tornou Spawn um clássico no quesito visual, porém com histórias legais e o apoio de roteiristas do nível de Neil Gaiman e Frank Miller.
SPAWN – FEUDO DE SANGUE
Esta mini-série, de 1995, foi escrita por ninguém menos que Alan Moore (V de Vingança, Watchmen) e tenta clarear um pouco a situação simbiótica do personagem. Pra quem não conhece, Spawn na verdade é Al-Simmons, um ex-agente da CIA que morre, vai pro Inferno e volta pra terra pra combater demônios e bandidos. Seu uniforme o transforma em Spawn e possui vida própria. Em “Feudo de Sangue”, diversos assassinatos ocorrem na cidade e Spawn passa a acordar de repente em lugares estranhos, cheio de sangue e não lembrando o que aconteceu… tudo indicando que ele é o responsável pelas mortes (bem novidade…). Em paralelo, uma detetive paranormal investiga o crime e está em busca do “monstro”.
Por se tratar de Alan Moore, o público sempre espera algo de incrível. Porém a mini é mediana e bastante confusa (algo que o Moore adora). Spawn em diversos momentos parece uma criança ingênua de tão infantil que são suas atitudes. Os desenhos são da dupla Kevin Conrad & Tony S. Daniel, que já haviam desenhado pra série principal do personagem antes. Tudo bastante “90’s”, aquela arte esquisita dos super-heróis, exageradas e lotadas de quadros grandes e splash-pages (o que torna a leitura rápida). Em alguns momentos percebemos a arte final de McFarlane e em outros uma tentativa de simular o traço do mesmo, porém tudo acaba ficando no lado estranho da coisa. Algumas sequencias, entretanto, são bem bonitas.
O vilão, Sansker, apesar de intimidar no início, prova ser o mais clichê dos vampiros (sim, tem toda a parte do Sol) e sai de cena de maneira patética. O final da mini deixa bastante a desejar, parece que nada de especial aconteceu. Alguns pontos positivos estão na participação do Violador, aquele palhaço gordo e simpático ^^, porém é muito rápida; e na tentativa do Alan Moore em explicar e se aprofundar no que é a armadura do Spawn. A mini foi lançada pela editora Abril em 1998 em duas edições quinzenais, com um bom acabamento: capa couché e miolo de qualidade, porém sem nenhum tipo de extra.
Confira outros reviews de Spawn que fiz aqui no site:
Série principal (1992 – atualmente):
Spawn: Origem Infernal (#1-11)
Spawn: Vingança – A Vida e a Morte de Al Simmons (#291-297)
Spawn: Histórica Edição #300 (#298-301)
Spawn: Consequências – Caçada Infernal (#302-307)
Minisséries e one-shots:
Spawn: Feudo de Sangue (1995; 4 edições)
Ou acesse o Índice de Reviews para conferir outros títulos!
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.