Liga da Justiça Dark: Constantine encontra Zatanna e juntos realizam um ritual para ajudar no combate à Feiticeira. Desafiador meio que se aproxima de June Moon, a menina procurada pela vilã. Shade passa por uma crise com seu casaco, que lhe concede os poderes, e enfrenta Distorção Mental. A Feiticeira, enquanto isso, vaga por um lugar soturno falando sozinha que quer June Moon para si. Interessante comentar que Zatanna e Constantine deixam bem claro que já tiveram um caso no passado, numa cena “sensual”. Mais uma vez a Feiticeira gera expectativa, como se na próxima edição ela fosse aparecer e detonar tudo, mas já estamos esperando isso há 3 meses. Vamos ver no que dá.
Homem Animal: a melhor série do mix. Buddy e Maxinne chegam no Vermelho, o coração da “Teia da Vida” ou seja lá que nome recebe, responsável pela energia animal. Os Totens são as entidades responsáveis pelo lugar e alertam a dupla que estão prestes a iniciar uma guerra contra a Podridão, além de Maxinne ser uma espécie de avatar do Vermelho. Enquanto isso, um dos agentes da Podridão atacam a esposa e filho de Baker em sua própria casa, numa ótima sequencia. Um dos destaques é a relação com a série do Monstro do Pântano: um dos Totens diz que o Verde também está se preparando para enfrentar a podridão.
Outro destaque é em relação aos desenhos de Foreman. Além de ótimas sequências de ação, como a fuga da esposa e do menino, as monstruosidades e cenários criados por ele são excelentes. Desde as pessoas possuídas pelo “podre” à transição do mundo real ao Vermelho, são bem “lisérgicas”. O que é bom e remete à série original do Homem Animal, conhecida por suas tramas “alternativas”. As cores de Kindzierski também auxiliam na concepção de um visual mais “retro”, ótimas.
Ressurreição: o poder de Mitchell é renascer com um dom diferente cada vez que é morto. Ele é capaz de fazer isso por algum motivo obscuro, no qual ele procura conhecer, e chama atenção de agentes do céu e do inferno. Na edição anterior duas moças armadas conhecidas como Dublês de Corpo foram enviadas ao asilo onde ele estava e atacaram com tudo que tinham. Mitchell morreu, teve uma conversa com uma entidade do espaço entre o céu e o inferno, e logo volta (para morrer e reviver mais umas 5 vezes). As mulheres, inclusive, tiram um sarro desse círculo vicioso (como na página acima), mas a narrativa fica repetida, não chega a lugar nenhum e termina com um momento “WTF!?”. O destaque fica para a hora que ele renasce, numa reconstituição de matéria e DNA muito boa.
Eu, o Vampiro: ainda estou me acostumando com a história do “vampiro bonzinho é apaixonado pela vampira má que quer dominar o mundo”, mas até que nessa edição as coisas melhoraram um pouco. Andrew está decidido em acabar com os planos de Mary e recebe o apoio de John Troughton, seu amigo humano e caçador de vampiro de longa data. No caminho encontram mais uma ajudante que, no inicio, quis matar o próprio Andrew, formando a equipe. Por outro lado, Mary reuniu um exército de vampiros. A arte de Fialkov continua um dos destaques da série, pois é bem estilizada e diferente das demais. Interessante comentar sobre três fatos: os noticiários sobre as mortes nos EUA e a ausência da LJA; a ida do grupo à Gotham; e será que John Constantine vai aparecer em mais uma série?
Monstro do Pântano: como comentado, é o melhor do mix ao lado de Homem Animal. Agora os eventos da última edição ficaram mais claro, com a explicação do Verde, Podridão e da guerra que virá. Alec Holland encontra Abigail Holland, sua ex na realidade que viveu como Monstro, e descobre que precisam encontrar seu irmão caçula antes que algo de mau ocorra, pois ele é um avatar da Podridão, tão poderoso quanto os do Verde e Vermelho são. Esse menino, William Arcane, foi internado numa clínica pela irmã, pois possui uma rara doença que o impossibilita de entrar em contato direto com a atmosfera, precisando ficar preso numa “bolha”. Seus colegas de quarto o perturbam e libera a podridão de dentro dele, numa sequencia de morte alucinante. Quando Alec e Abigail chegam já é tarde demais.
Os desenhos de Paquette são bons e continuam com diagramações “cruzadas” de páginas duplas, uma característica constante desde a primeira edição, dando um visual próprio pra série, mesmo se interligando com Homem Animal e apresentando algumas mortes tão bizarras quanto. Fica a expectativa se, num determinado momento, Alec e Buddy irão se encontrar. Seria muito interessante ver o confronto de Maxinne contra o William, ou Verde em parceria do Vermelho.
Dark #3 possui capa couchê, miolo LWC e todas as capas originais. Ao lado da Vertigo, uma das mensais DC mais interessantes de se acompanhar, principalmente pelo custo/ benefício. Apesar de Ressurreição andar em círculos, Homem Animal e Monstro do Pântano já valem o mix, além de que Eu, o Vampiro e Liga da Justiça Dark são bacanas. Parece que a Panini finalmente vai diversificar as capas, já que a da próxima edição não é LJD.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.