Arcos Principais: Inumanos: Prime e X-Men: Prime (Inhumans: Prime e X-Men: Prime).
Publicação Original: Inhumans: Prime e X-Men: Prime (Marvel, 2017).
Roteiro/ Arte: Vários.
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Após os trágicos acontecimentos (em diversas formas) da saga Inumanos vs X-Men, a Marvel relançou boa parte das revistas relacionadas às duas equipes, com novos escritores e artistas na fase chamada “ResurrXion“. X-Men: Prime e Inumanos: Prime foram duas one-shots queķ serviram de prelúdio para essa fase nova, apresentando o novo status-quo de alguns personagens, atiçando (ou não) o leitor para o que viria. Review especial das duas edições com spoilers!
X-MEN: PRIME
A principal função da história é criar um novo panorama para os X-Men, como que arrumando a casa após a bagunça de IvsX, e deixando as coisas no eixo para a fase que vem a seguir. Sendo assim, mesmo com três roteiristas (Cullen Bunn, Greg Pak e Marc Guggenheim), X-Men: Prime fica muito num lugar comum dos mutantes. Kitty Pryde volta de suas aventuras no espaço, tentando novamente levar uma vida normal, mas recebe a visita de Ororo, que atualiza a Lince Negra sobre a batalha com os Inumanos. A novidade é que Ororo assume não querer mais ficar à frente da Escola, que agora a Kitty precisa assumir as responsabilidades. Assim, temos a gata voltando para a Escola. Quem acompanha os mutantes há um tempo sabe que essa sequência da Kitty voltando pro Insituto já aconteceu várias vezes, como na primeira edição de Surpreendentes X-Men (que ela inclusive relembra momentos semelhantes).
Um ponto curioso é que, mesmo com membros antigos disponíveis como o Colossus, Kitty Pryde foi escolhida para retornar e liderar mais uma vez. Mas é legal vê-la conversando com os velhos amigos, como o próprio Pietr, a Magia e a Karma. Em paralelo, vemos a Lady Letal com seu visual secretária tentando chegar no país despercebida, mas acaba capturada por uma organização secreta. Num quadro vemos que ela, junto do Velho Logan, Dominó, Apache e Dentes de Sabre, foram capturados para uma provável e nova Arma X. Enquanto Kitty chega na escola, os X-Novinhos decidem sair do lugar e caminharem seu próprio curso. Uma passagem bem interessante é quando a Kitty faz um discurso para toda a galera, dizendo que agora eles não serão mais mutantes, mas sim “heróis”. Será que o ideal de orgulho mutante acima de tudo vai ser deixado pra trás? No fim das contas, a Escola é trasnferida para o Centra Park, num movimento de “não mais nos esconderemos“.
INUMANOS: PRIME
Já na one-shot dos Inumanos, que particularmente curti um pouco mais que a dos X-Men, Medusa e seu povo lamentam a extinção da terrígena e, consequentemente, do surgimento de novos inumanos. A família real também persegue e captura Maximus, o irmão do Raio Negro, para julgá-lo pelos seus crimes. Tudo isso depois de uma luta clássica, daquelas que estão lá porque tem que estar. A Medusa também passa seu manto oficialmente para Iso.
A história funciona como uma luz no fim do túnel para eles, já que o Marvel Boy faz uma ponta e deixa a entender que há uma outra forma de conseguirem a terrígena. O julgamento de Maximus é bacana, com sua condenação à prisão no espaço. A Medusa, que é uma personagem que acabei gostando, diz que é momento de seguirem em frente e de superarem tradições arcaicas que vinham trazendo, entre elas a monarquia, o que dá um panorama bem interessante aos inumanos.
Após essas edições a Marvel lançou a fase ResurrXion, com revistas novas tanto dos X-Men (como Arma X, Geração X, X-Men Azul e X-Men Dourado) quanto dos Inumanos (como Realeza, Guerreiros Secretos e Raio Negro), além de dar mais relevância aos mutantes, que vinham recebendo diversas críticas do público e mídias especializadas, trazendo à tona o possível boicote que a própria Marvel (e a Disney) fazia dos X-Men devido o direito dos filmes estarem com a Fox. Conforme eu for lendo essa fase, vou escrevendo os reviews aqui no site! A minissérie do Raio Negro eu já li e indico, veja a review aqui.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.