[Especial] Fabulosos X-Men: O Mutante Ômega e Storyville!

Arcos Principais: O Mutante Ômega (The Omega Mutant) e Storyville.
Publicação Original: Uncanny X-Men #25-35 (Marvel, 2015).
Roteiro/ Arte: Brian Michael Bendis/ Chris Bachalo, Kris Anka.

No review anterior vimos como os X-Men ficaram em relação ao evento da Inumanidade e também numa batalha contra a SHIELD, quando seu Aeroporta-aviões deliberadamente atacou os mutantes. Dando sequência aos dramas cotidianos da equipe, os arcos que compõem os volumes 5 e 6 de Fabulosos X-Men, os últimos escritos por Brian Michael Bendis, colocam a equipe frente a frente de um novo mutante nível ômega que ocasiona um grande acidente, a vingança da Cristal contra a Mística e a Eva Bell tentando voltar pro passado e contatar o Professor X. Review especial com spoilers!

O MUTANTE ÔMEGA

Matthew Malroy é um mutante nível ômega (escala que classifica o nível de poder, sendo o ômega um dos mais poderosos) que ao despertar dos seus poderes acaba por eliminar toda uma região, matando todos ao redor. Temos aqui um ponto bem recorrente na cronologia X, dos mutantes que causam algum acidente ao revelar seus poderes. O diferencial dessa vez é que a Maria Hill percebe o nível da ameaça e sente que precisa da ajuda dos X-Men, ficando irada (já que deixou bem claro nas últimas edições que não vai muito com a cara dos mutantes) e o melhor (ou pior): aparentemente o Professor X sabia da presença de Malroy e manipulou sua mente, como que proibindo seus poderes de se manifestarem devido seu nível de perigo. Mas com sua morte, o jovem desencadeou tudo de uma vez. É mais um daqueles casos que colocam os alunos numa situação complicada, em aceitar ou não esse tipo de decisão do Xavier.

Assim a SHIELD e os X-Men tentam se aproximar de Malroy, que está isolado em meio ao deserto e sua própria destruição. Rachel e o Exidus tentam enfrentá-lo psiquicamente, mas não conseguem vencê-lo. O próprio Malroy consegue partir o aeroporta-aviões ao meio, em reação. Maria Hill até cogita a ideia de mandar o novo mutante para fora do planeta. E, claro, Ciclope não poderia deixar isso passar em branco, oferecendo um ombro amigo a ele, convidando-o para tomar um café, ou seja, sendo o oposto do que a SHIELD e alguns dos X-Men foram. O interessante é que isso deixa bem claro os contrastes entre as equipes. O próprio Malroy entra na mente do Ciclope e vê sua origem (assim como a dos X-Men) e sua evolução.

Um dos melhores momentos é quando comentam que a mensagem do Charles Xavier, de união e convivência pacífica entre humanos e mutantes, nunca deu certo. Ele estava errado, é preciso que a mutandade se imponha, já que depois de tantos anos os humanos continuam perseguindo e matando mutantes, é a hora de dar o troco. E quando pensamos que o discurso fanático do Ciclope não poderia se parecer mais com o do Magneto, eis que o próprio ex-vilão surge em cena para recriminar Scott! Uma cena e tanto que coloca, mais uma vez, o Ciclope no centro do que os mutantes vem passando. Inclusive há até uma outra discussão, dessa vez entre o Fera e a Tempestade, sobre as atitudes do Ciclope frente aos humanos e o quanto ele está certo.

Chega a ser engraçado o Magneto tentando dar um sermão de como não precisam seguir por esse caminho, sendo silenciado logo em seguida. O diálogo entre Ciclope e Matthew é bastante extenso, mas em paralelo a Rachel conversa com o Dr. Estranho e pega o Olho de Agamoto enquanto a SHIELD tenta atacar com tudo, culminando numa explosão e num confronto onde Malroy mata o Ciclope, a Emma e até mesmo a Magia, entre outros que tentam se aproximar. Mas como todos sabem, heróis não ficam mortos por muito tempo…

Eva Bell, a Tempus, demonstra sua rebeldia e por conta própria resolve aplicar um plano bem arriscado: utilizar de seu poder especial e voltar ao passado pra conversar e convencer o Professor X de apagar a presença de Matthew Malroy no futuro. E o plano inclui impedir que os pais do garoto se conheçam e, consequentemente, que ela nunca vá nascer. É um tanto bizarro e radical, mas o próprio Malroy no presente fica incontrolável. o plano é realizado e, sem ameaça da história, as coisas voltam ao que era antes. Alguns podem dizer que é uma espécie de Deus Ex Machina (e não os culpo) pra se livrar do mutante ômega, mas foi uma ótima oportunidade pra dar voz às falas do Ciclope. E falando no Magrão, ao fim do arco ele toma a polêmica decisão de fechar sua escola e deixar o testamento do Professor para aquela que também foi uma das melhores líderes dos X-Men: Tempestade!

STORYVILLE

Os alunos do Ciclope não aceitam sua saída e o confrontam, mas sem sucesso. O Destrutor, seu irmão, reaparece depois de um bom tempo para tentar entender sua saída e dar um apoio a ele. Até mesmo a Emma tenta conversar com ele, mas acaba se transformando em diamante e saindo de cena, magoada por ele ter praticamente terminando o relacionamento e jogado umas grosserias na sua cara. Depois dos últimos eventos, nos sobra um Ciclope desolado e até mesmo sem esperança.

O restante do arco é composto por histórias mais soltas, como uma em que Kitty se une à Magia e vão dar um passeio por uma ilha cheia de monstros a fim de resgatar uma criança mutante. Elas aproveitam a aventura para descarregar a raiva, reforçar seu laço de amizade, o lado mais humano da Magia, que também admite sentir saudades da amiga e do irmão, que deseja encontrá-lo. Lembrando que após os eventos dos Vingadores Vs. X-Men, o Colossus deu uma sumida.

Uma história legal (mas um pouco forçada, vamos admitir) é quando a Cristal, disfarçada de Ciclope (com ajuda das Cucos), consegue enganar e cercar a Mística. Vale a pena por ver a Cristal tomando atitude, super nervosa e conseguindo rastrear a transmorfa pelos seus meios, nem que precise forçar a Maria Hill à cooperar, além de voltar aos palcos e cantar. E, claro, por ver a minha azulona preferida na ativa e apontando uma bazuca na cara do inimigo, o que é sempre ótimo.

Pra finalizar, a equipe do Ciclope resolve tentar ser heróis por conta própria, agora que ficaram sem mentor, e no melhor estilo X-Táticos eles ficam famosos, principalmente o Bolas Douradas que participa de programa de TV, aparece em revista de fofoca de heróis e tudo mais. Mas, quando o público descobre que é um mutante, se rebela e chega a atacá-lo, arremessando uma garrafa em sua cabeçae, deixando-o ferido. Quer dizer… esse pessoal luta com super vilões, aguentam porrada e poderes aos montes, monstros, etc… mas caem com uma garrafa jogada por uma pessoa comum. No fim das contas eles percebem que precisam ficar próximos dos seus, pedindo asilo na Escola Jean Grey. Dois arcos (que depois culminam na edição comemorativa #600) que finalizam a fase escrita pelo Brian Michael Bendis, confesso que gostei mais do confronto com o Malroy, principalmente pelos diálogos e como o Ciclope se posiciona frente à causa mutante, que pra mim é o maior destaque de todo esse período, adorei. Mas escorrega com as histórias finais (que tem seus altos e baixos), além de toda a correção de cronologia usando viagem no tempo. Os desenhos continuam com a dupla Bachalo e Anka, que tem seus críticos, mas que particularmente sou bem fã, cheia de detalhes e informações, com personagens estilizados e cenas de ação bem movimentadas.

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