[Especial] X-Men: Batalha do Átomo!

Arcos Principais: A Batalha do Átomo (Battle of the Atom).
Publicação Original/ Brasil: X-Men: Battle of the Atom #1-2, All-New X-Men #16-17, X-Men #5-6, Uncanny X-Men #12-13 and Wolverine & the X-Men #36-37 (Marvel, 2013)/ X-Men: A Batalha do Átomo (Panini, 2016).
Roteiro/ Arte: Brian Michael Bendis, Brian Wood e Jason Aaron/ Vários.

Uma das grandes mudanças para os mutante durante a Marvel NOW foi a inclusão dos 5 X-Men originais do passado sendo trazidos pelo Fera, a fim de relembrarem o Scott daquele sonho do Profº Xavier, agora meio distante, que tinham quando jovens. O plano deu errado e, não só ficaram no presente (prejudicando a linha temporal), como o Scott não deu a mínima. “A Batalha do Átomo” é um crossover em 10 partes entre as revistas X-Men, Novíssimos X-Men, Fabulosos X-Men e Wolverine & os X-Men, também comemorando os 50 anos que os mutantes faziam na época. Encabeçada pelo Brian Michael Bendis, além dos autores Brian Wood e Jason Aaron, é uma aventura em grande escala onde X-Men do futuro chegam ao presente, dizendo que os X-Men originais do passado não podem permanecer nessa época, estando dispostos a tudo para mandá-los de volta. Um amontoado de mutantes, de tempos diferentes e, talvez, de linhas também diferentes, se digladiando. Se tem uma coisa que odeio em HQs de heróis são viagens no tempo, realidades alternativas e afins (por isso não vou com a cara do Bishop e do Cable), então já comecei a ler com um pé atrás. Mas até que me surpreendi. Review especial com spoilers!

A BATALHA DO ÁTOMO

No especial que abre essa história, temos a Magia indo ao futuro pra ver, com os próprios olhos, se vale a pena ou não ficar com os X-Men originais, se vale a pena continuar lutando pelos mutantes. E ela percebe as coisas estão piores que nunca. Em paralelo, um grupo liderado pela Kitty vai de encontro à uma nova mutante, a fim de recrutá-la, mas são atacados no processo, quando a equipe do Ciclope chega pra ajudar. Durante esse confronto, o Scott jovem é atingido e aparentemente morre, já que sua contraparte adulta desaparece. Triagem, o mutante capaz de curar, utiliza seus poderes para curá-lo e consegue trazê-lo de volta à vida, com o Ciclope adulto também retornando do além. Nesse momento eles percebem que a presença dos X-Men originais é muito perigosa, podendo afetar os adultos. Quando pensam a respeito e resolvem mandá-los de volta, o Cubo do Fera traz um grupo de X-Men do futuro, anunciando que os do passado precisam ir embora. O único pensamento que passou pela minha cabeça foi: ninguém aguenta mais… Sem contar que virou padaria: um mutante morre e o Triagem vai lá e revive, ficando meio banal (mais pra frente é dito que poderia ser um estado de coma, mas não muda nada).

O grupo do futuro é composto por uma Kitty Pryde, Charles Xavier Neto, Deadpool, Fera, uma cópia do Homem de Gelo, Molly Hayes dos Fugitivos e uma Xorn (Jean Grey). A conversa não é muito amistosa e a jovem Jean acha muito suspeito todos estarem com bloqueios psíquicos. Ela faz uma jeanzisse, controlando o Wolverine e dando um ataque, iniciando um puta tumulto e pancadaria. No meio da bagunça ela e o jovem Scott roubam um jato e fogem. Um ponto interessante aqui é perceber a personalidade dessa jovem Jean, que não pensa duas vezes antes de agir, além do jovem Scott, que a segue também sem pensar muito. Os dois chegam no Asteroid M, onde era Utopia e são recebidos por Scott e sua equipe. A Emma e o Magneto não concordam em ajudá-los, mas Scott acaba ajudando-os de qualquer forma.

Esse pessoal do futuro é, claramente, um grupo de vilões. Você percebe na atitude deles, que estão escondendo algo. Mas ninguém parece ligar muito e, nesse ponto, fico do lado da Jeanzinha. O Xavier e a Xorn, por exemplo, possuem um sistema portátil de Cérebra, conseguindo ampliar seus poderes e caçarem quem eles quiserem. Além da Kitty velha ser uma megera total. Inclusive antes dos dois chegarem na Ilha, eles são atacados pelos X-Men do presente e os do futuro, colocando mais uma vez mutante Vs. mutante, algo que a Kitty e a Tempestade entram em desacordo. O desenhista da parte 3 é David Lopez, que tem um estilo mais clean e cria cenas muito boas (como essa do Xavier), mas quando as personagens estão longe, ele deixa os rostos em branco e fica bem engraçado!

Na ilha, a Emma manda uma mensagem à Xorn, dizendo que os dois estão com ela e que também concorda que devem voltar pro passado. Essa edição #4 tem uma das melhores cenas, quando a Xorn já chega na voadora psíquica em sua eu mais jovem. O que se segue é um duelo psíquico envolvendo a jovem Jean, a velha Jean, Emma e as Cucos. Claro que é meio difícil de engolir a Xorn vencendo da Emma e das três Cucos, mas perdendo pra Jeanzinha, que descobriu os poderes há pouco tempo. Apesar das lutas legais e o fato de terem mil personagens ainda não pesar muito, algo que me encheu o saco é o motivo pelo qual estão lutando. O grupo do futuro não pode contar o que acontece, o que de ruim vai acontecer caso os X-Men originais fiquem nesse tempo. É uma ladainha, não mostrando pro leitor o real motivo, deixando a situação meio artificial.

Se esses X-Men do passado/ presente/ futuro já não bastassem, a Magia faz questão de retornar ao futuro (outra padaria…) e conhece os verdadeiros X-Men do futuro. Descobrimos que esses X-Men que vieram antes, na verdade, são uma nova Irmandade de Mutantes, que se rebelaram após a morte da Cristal, que havia recém virado Presidenta dos EUA, sofrendo um atentado anti-mutante e reforçando a rixa entre mutantes e humanos. Com isso na mesa, além de ninguém poder saber onde as coisas realmente dão ruim, a Magia retorna ao passado trazendo os X-Men verdadeiros: Wiccano, Jubileu, Colossus, Homem de Gelo Ancião, Sentinela X (Shogo), Kymera (filha da Tempestade) e a Fênix (Quentin Quire).

Eis o momento da Irmandade do futuro se revelar e, pra surpresa de todos, a Kitty megera na verdade não é a Kitty, mas Raze Darkholme: o filho do Wolverine com a Mística! Xavier e a Xorn começam um ataque, já que estão dispostos a tudo pra fazerem os X-Men originais voltarem pra sua época. Com direito a Krakoa ser controlada psiquicamente e todas as defesas da Escola Jean Grey serem ativadas, assim ninguém entra e nem sai. Um dos melhores momentos é quando a Magia enfia sua espada demoníaca no Deadpool e na Molly! O Colossus não fica pra trás e faz o mesmo com o Xavier. Muitos não gostam, mas continuo curtindo os desenhos do Chris Bachalo, que assina essa edição. Seu estilo bem delimitado, cheio de detalhes e exagerado geram uma confusão estética que se diferencia dos demais desenhistas. Um ponto interessante nessa parte é quando o Quentin Quire do presente cruza com sua contraparte adulta, percebendo que virou a Fênix (algo que realmente aconteceu recentemente, na revista da Poderosa Thor).

Vamos comentar a batalha final? A Irmandade vai até a base militar de Cabo Cidadela, onde ocorreu o primeiríssimo embate dos X-Men contra o Magneto, lá em 1963, exatos 50 anos antes desse crossover. As referências e o tributo à história dos X-Men ficam bastante evidentes. As duas últimas partes focam no confronto no Cabo e, um ponto que não comentei, é a presença da SHIELD: em diversos momentos a Maria Hill surge na história, sendo avisada que há algum problema no espaço-tempo vindo da Escola Jean Grey e agora no Cabo Cidadela; o legal (e engraçado) é ver a Hill esculhambando os X-Men, dizendo que não aguenta mais essas idas e vindas do futuro, do Fera fazer merda e cia. (assim como o eu). A SHIELD e seu aeroporta-aviões ficam sobre a base militar, deixando todos os mutantes em choque. A ideia da Diretora é de permanecer ali como precaução, com medo do que a briga entre passado/ presente/ e futuro pode causar. Mas a Xorn dá início ao seu plano B: controla o aeroporta-aviões e ativa todas as armas da máquina, disparando tudo que eles tem contra os X-Men (de todas as épocas).

Na sua cabeça, ela estaria adiantando a ira fatal que os mutantes e os humanos iriam ter mais pra frente. Entre as armas, além de super mísseis, também está uma pequena tropa de Sentinelas. Rola uma pancadaria louca, com os desenhos do sempre ótimo Esad RibicGiuseppe Camuncoli. O Fera velho morre no processo, assim como a Jubileu de sua época. O Xavier tenta aniquilar a mente do Colossus, deixando a Magia puta da vida, prestes a se transformar em Demônio. A Xorn, furiosa, tira sua máscara (que controlava seus poderes), fica insana e literalmente explode! Mas a Magia consegue transportar todos a tempo, antes de irem pelos ares. E assim a saga da Batalha do Átomo chega ao fim.

Por mais que o plano da Irmandade do futuro não tenha ocorrido como queriam, há diversas repercussões nas equipes. Começando pela SHIELD possuir suas próprias Sentinelas, deixando aquela pulga atrás da orelha. Há um momento familiar entre as versões do presente e do futuro, como a Kymera (que tem um design muito interessante, andando com uma pantera) conversando com a Ororo; e a Jubileu conversando com a versão adulta do seu próprio bebê. O destaque fica pro final, quando a Kitty, extremamente chateada com toda a situação, pelas equipes terem ficado contra ela quando queria ajudar os originais, e decide abandonar tudo, indo embora (o que não é a primeira vez, também). A Batalha do Átomo foi melhor do que imaginava. Por envolver tantos personagens, de diferentes épocas e talvez realidades, fiquei com um pé atrás e pensei que seria uma bomba. Mas o problema inicial, que os levaram até ali, o grande problema do futuro, também não ficou muito claro. Não chega a ser um Complexo de Messias, mas tem seus momentos e traz diversas referências, funcionando como um tributo à história X. Mas isso também tem seu lado negativo, porque continua requentando a briga entre mutantes e humanos, a presença de Sentinelas e cia., algo que já vimos centenas de vezes. No fundo, continuo no mesmo espírito da Maria Hill: esses X-Men ficam mais loucos a cada ano.

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