Arcos Principais: Um Lugar Solitário Para Viver (A Lonely Place of Living).
Publicação Original/ Brasil: Detective Comics #965-968 (DC, 2017)/ Inédito.
Roteiro/ Arte: James Tynion IV/ Eddy Barrows e Alvaro Martinez.
Detective Comics se tornou, nesse Renascimento da DC, a revista de “equipe” do Batman. Não só por trazer quase toda a batfamília lutando contra o crime, mas pelo roteiro do James Tynion IV trabalhar em cima de estruturas já conhecidas de séries de equipe. Também não apenas por conta do QG, que é a Torre do Sino, mas também por se inspirar em formulas de esquadrões, que fica bem visível nesse arco. Em Um Lugar Solitário Para Viver temos o retorno do Tim Drake, o Robin Vermelho, que estava “morto” até então. Um arco cheio de referências, que reforça a ideia de “ser um Robin“. Review especial com alguns spoilers!
UM LUGAR SOLITÁRIO PARA SE VIVER
Logo no início do Rebirth, o Robin Vermelho foi morto pelos Drones da Colônia. Houve tristeza, choro, velório e tudo; porém ele não morreu de verdade. Aqui finalmente vemos para onde ele foi parar, uma espécie de prisão do Sr. X, sendo constantemente questionado do porque se tornou um Robin. É uma maneira de lembrarmos quem é Tim Drake, o terceiro Robin, que não possui a mesma força e destreza no combate como os outros, mas é o mais inteligente. Inclusive o título do arco é uma referência à Um Lugar Solitário Para Morrer, o arco de 1989 onde temos a estréia de Tim Drake, tentando ajudar o Batman logo após a morte do Jason Todd, o Robin anterior. Então há todo um clima nostálgico.
Após descobrir a identidade do Sr. X, ele tenta a todo custo sair dessa prisão atemporal, conseguindo encontrar um sinal de rádio e transferir uma mensagem pro Batman, recebendo ajuda. Porém o Batman que surge não é Bruce Wayne, mas o próprio Drake sob o capuz do Morcego, vindo de uma linha temporal diferente duas décadas no futuro, uma em que a Batwoman foi responsável por ele se tornar o Batman, uma versão fria, violenta e assassina dele, que utiliza armas e não tem medo de matar. Esse é o foco que desenrola o arco, com essa versão do Batman retornando à linha do tempo tradicional pra matar a Batwoman. É interessante se pensar quem seria o Batman caso o Bruce morresse. Robin, já tivemos vários, mas Batman (apesar do manto ser usado por alguém por um período ou outro), sempre é o Bruce Wayne. E em algumas cenas vemos, dessa realidade alternativa, como seriam os Batman do Dick Grayson (que optou pela família), do Jason Todd (louco) e do Damian (mais louco ainda).
Essa história de idas e vindas no tempo, pra assassinar alguém que poderá, talvez, influenciar alguma coisa… não é novidade, já vimos aos montes por aí. O grande destaque aqui é como a figura do Robin é explorada, retomando sua função de ajudar no equilíbrio emocional do Batman. Algo que também é tratado no arco As Regras do Noivado da mensal principal (o Damian se aceitando como Robin). O clímax ocorre quando descobrimos que o Batman (o Bruce) está trabalhando numa versão do Irmão Olho. Como comentei no início, trata-se de uma história de equipe, apesar de focar no Robin. É interessante ver a Órfã dizendo para ficarem juntos, além do Batman e alguns membros da batfamília entrando em “formação” em super-aviões. Tynion já deixou bem claro seu gosto por cenas assim, como o quase megazord no arco A Noite dos Homens-Monstro. Fica a expectativa pra ver como irão tratar o relacionamento entre o Robin Vermelho e a Batwoman daqui pra frente, além do momento em que ele se encontrará com a Salteadora/ Spoiler, que não participou da briga.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.