[Especial] Os Supremos – Omniverso: Comece Com o Impossível!

Os Supremos - Comece Com o Impossível Destaque

Arcos Principais: Comece Com o Impossível (Start With The Impossible).
Publicação Original/ Brasil: The Ultimates #1-6 (Marvel, 2016)/ Avante Vingadores #1-6  (Panini, 2017).
Roteiro/ Arte: Al Ewing/ Kenneth Rocafort e Christian Ward.

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Com a fase All New, All Different em 2015, a Marvel resolveu zerar todas as suas séries, cancelando algumas e criando outras, pra facilitar a vida de novos leitores (e irritar antigos), já que edições número #1 atraem mais atenção a curto prazo. Uma dessas novas séries foi Os Supremos (The Ultimates) que durou 12 edições e foi compilado em dois encadernados: Comece Com o Impossível (Start With The Impossible) e Guerra Civil II (Civil War II) lá fora e que vem sendo publicado por aqui no mix Avante, Vingadores! da Panini. Reunindo uma equipe incomum lidando com problemas “supremos” que envolvem o cosmos, os Supremos tem um primeiro arco interessante, colorido e bem desenhado, mas sem um fio condutor muito claro. Review especial desse primeiro arco, com poucos spoilers.

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COMECE COM O IMPOSSÍVEL

O Pantera Negra decidiu criar uma frente de super-heróis para lidar com problemas cósmicos e evitarem que eles cheguem à Terra. Capitã Marvel, Espectro, Marvel Azul e Miss América completam a equipe dos Supremos. Apesar do nome, não possuem nenhuma ligação com a série “Os Supremos” do Universo Ultimate. A primeira missão do grupo é tentar resolver, de uma vez por todas, o maior problema cósmico do Universo Marvel: Galactus, o Devorador de Mundos. Assim, Capitã Marvel e Marvel Azul vão conversar com a própria figura; enquanto Miss América e Espectro procuram por um artefato raro, a “incubadora” original do Galactus. O plano é colocar o vilão nela para que possa terminar sua “evolução”. Uma ideia muito interessante, ampliando a mitologia do personagem e que poderia render todo o arco. Mas ele é finalizado bem rápido (e até bem facilmente) e assim Galactus se transforma em outra versão de si mesmo, com uniforme laranja/ dourado e com sua fome saciada, deixando de ser o Devorador de Mundos para se tornar o Portador da Vida.

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O começo é promissor. É legal ver Marvel Azul e Capitã Marvel indo conversar com Galactus primeiro, sem chegar já na porradaria. Claro que depois vira ação desenfreada, mas tem um início diferente. Com o problema do Galactus já resolvido na edição #2, o grupo parte para outra missão: tentar chegar no “lado de fora” do Omniverso, para assim verem o quão ferrada estão as linhas temporais. Nos últimos anos várias crises assolaram o passado, presente e futuro da Marvel, como heróis convivendo com suas contrapartes mais jovens por exemplo. E os Supremos querem corrigir isso. Mais uma missão ousada! No processo eles encontram o Anti Homem e até mesmo o Eternidade, que seria a representação de todo o Omniverso, e que não quer ver um super-grupo enxerido. O roteiro é de Al Ewing (Loki: Agente de Asgard e Novos Vingadores) que traz grandes ideias e uma pegada cósmica muito interessante, mas que não sei aonde ele quer chegar. Quer dizer, há décadas o Quarteto Fantástico vem lidando com o Galactus e em duas edições o problema é aparentemente resolvido. Apesar da trama maior ir sendo revelada e montada aos poucos, esses pequenos fragmentos de missões acabam parecendo dispersos.

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Mas Ewing merece destaque por fugir um pouco do convencional. Sua equipe também é diferente, com exceção do Pantera Negra e da Capitã Marvel, os outros três membros são relativamente novos no Universo Marvel. Juntos, possuem um poder de guerra fortíssimo. Pantera Negra é o Rei de Wakanda, um dos reinos mais fortes e ricos da Terra. A Capitã Marvel é quase a nova representante da Terra, além de líder da nova Tropa Alfa. Marvel Azul é um ex-soldado com poderes de anti-matéria. Espectro é praticamente energia viva. Miss América consegue abrir portais. Um outro ponto interessante da equipe é sua diversidade: são poucos os super-grupos que possuem mais mulheres que homens ou mais negros que brancos. E os Supremos preenche esses pontos, ainda com a adição de uma personagem latina e LGBT (Miss América). Mesmo assim, essas questões raciais ou de gênero não são tratadas no arco, o que é bom por não ficar panfletário como muitas história tem se tornado, mas ruim por perderem a deixa de fazerem uma boa crítica.

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A arte é sensacional, com Kenneth Rocafort (Capuz Vermelho e os Foragidos) sendo o desenhista principal e Dan Brown (Motoqueiro Fantasma) nas cores. Gosto muito do Rocafort e acho que sem ele, os Supremos seria uma história cósmica bem mais tradicional. Ele cria diagramações diferentes, cheio de fagulhas, pequenos quadros que se movem e uma ideia de sequencialidade muito boa, que vemos pouco em HQs de heróis, sem contar nas cores vivas. Os nomes da equipe criativa, por exemplo, vão surgindo no decorrer das edições como se fossem créditos de um filme. A edição #6 recebe Christian Ward (ODY-C) como artista convidado, numa história mais focada no Galactus lidando com sua nova forma e conversando com Lorde Caos e Mestre Ordem, além do Homem Molecular numa sala branca além-espaço. Ver Galactus de braços cruzados ou sentado num sofá é bizarro, mas essa última edição possui um resultado gráfico até mais interessante que do próprio Rocafort, numa narrativa super psicodélica, lisérgica e colorida. Lindíssima. “Comece Com o Impossível” é um arco com boas ideias, arte excelente e um tom colorido que chega a ser caricato (Galactus ficou adorável), colocando no ralo todas as nossas noções sobre o Universo Marvel e suas malhas temporais/ espaciais/ cósmicas e por aí vai. Mas que dá uns tropeços no caminho, com os problemas “impossíveis” sendo resolvidos muito facilmente e com pouco desenvolvimento de personagem. Apenas Marvel Azul e Miss América tem um pouco de seu passado/ contexto falado.

Review do segundo e último arco desse volume: Guerra Civil II.

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