Nome Original: The Hole
Direção/ Ano: John Hubley, 1962
Roteiro/ Estúdio: John Hubley & Faith Hubley/ Storyboard Inc.
Duração: 15 minutos
Sinopse: Dois homens discutem sobre a natureza dos acidentes e a possibilidade de um ataque nuclear.
Continuando a série de especiais que reunirá os vencedores desta categoria tão obscura do Oscar, ano por ano. Leia o post [Especial] O Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação para conhecer um pouco da trajetória do prêmio pela Acadêmia e o Índice dos Curtas para os já comentados.
Essa é a animação mais longa a vencer o prêmio até então (com 15 min.), criada pelo casal John & Faith Hubley que leva sua segunda estatueta (a primeira foi com o curta Moonbird em 1960). Todas as principais características de produção da dupla estão presentes, desde a animação simples à dublagem realista. O que, particularmente, não curto muito.
Na história, dois construtores conversam sobre os acidentes que podem vir a acontecer na obra e chegam ao assunto principal: a possibilidade de um ataque nuclear. A animação é da década de 1960, onde os americanos de fato estavam preocupados com questões como guerra e armamento nuclear, e não podemos esquecer da Guerra Fria. E “The Hole” se desenvolve em cima do diálogo entre os dois homens sobre isso.
Pano de fundo interessante, porém extenso demais. Num determinado momento chega a ser monótomo. E a animação é muito simples, mas não de uma maneira charmosa como a produção da UPA, mas de uma forma grotesca. Parece que não há um acabamento refinado (o que já comentei no post de Moonbird). A dublagem leva mérito por trazer Dizzy Gillespie, famoso cantor de jazz interpretando o homem negro; e do ator George Mathews interpretando o homem branco. Mesmo assim, há algo na sonoridade dos curtas de John & Faith Hubley que é estranho, como se não se encaixasse com a animação.
Fil Felix é ilustrador e escritor. Criador dos conceitos e personagens do universo da Central dos Sonhos. Fã de HQs, gosta de escrever reviews desde 2011, totalizando mais de 600 delas em 2023. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a Coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou seu primeiro livro infantil em 2021: Zumi Barreshti, da editora Palco das Letras.