[Review] Juiz Dredd Megazine #1 !

Juiz Dredd Megazine #1

Nome Original: ?; 2000 AD Annual 2012; 2000 AD #330; 2000 AD #1035; ?; ?
Editora/Ano: Mythos, 2013 (2000 Ad Books)
Preço/ Páginas: R$10,90/ 68 páginas
Gênero: Alternativo/ Ação
Roteiro: Howard Chaykin; Dan Abnett; Pat Mills; Robbie Morrison; Alan Moore; John Wagner
Arte: Brian Bolland; Karl Richardson; Angela Kincaid; Simon Fraser; Dave Gibbons; Henry Flint
Sinopse: Encabeçada pelo truculento e implacável Juiz Dredd – ausente das bancas nacionais desde 2004 -, a publicação reúne histórias lançadas nas tradicionais revistas britânicas 2000 AD e Judge Dredd Megazine, e mescla personagens já conhecidos do público brasileiro, como o guerreiro bárbaro Sláine, a séries inéditas, como Área Cinzenta, Nikolai Dante, Áquila, Distorções Temporais e outras.

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“Juiz Dredd Megazine” talvez seja o mix mais aguardado pelos fans de quadrinhos nesses últimos tempos, por reunir material inédito da 2000 AD e ter nomes de peso como Alan Moore e Brian Bolland no meio. Pra quem não conhece, 2000 AD é uma revista inglesa de ficção científica lançada em 1977 e publicada semanalmente até hoje, rendendo centenas de edições. Ao contrário das HQs americanadas, cada edição reuni várias séries de poucas páginas (geralmente de 5 à 10), o que permite uma variedade grande de títulos. Além de ser a revista britânica de maior sucesso, responsável pela criação do Juíz Dredd, também impulsionou artistas como Alan Moore, Neil Gaiman e Grant Morrison em início de carreira.

Infelizmente, há pouca coisa dela publicado no Brasil, mesmo com seu vasto conteúdo. E Juiz Dredd Megazine veio com a proposta de cobrir esse buraco, trazendo séries já conhecidas com outras totalmente inéditas. Esta primeira edição traz uma história clássica e outra inédita do Juiz, e as séries Area Cinzenta, Sláine, Nikolai Dante e a curta Distorções Temporais. Todas com um fundo de ficção ou fantasia, algumas em cores e outras em preto e branco, material bem diversificado do que o já batido tema de super-heróis DC e Marvel.

Clássicos do Juiz Dredd

Clássicos do Juiz Dredd: por ser bem antiga, vemos várias coisas datadas e nostálgicas nesse clássico (como balões de pensando narrando o que o personagem irá fazer). O Juiz é chamado para conter um adolescente revoltado no Zoológico. Com roteiro de Howard Chaykin (Ironwolf, Cyberella), é a típica história da série, aproveitando para mostrar as várias espécies de extraterrestres no Zoo e o senso de justiça inalterável de Dredd. Os desenhos são de Brian Bolland (Juiz Dredd – Os Juízes do Apocalipse), com seu estilo bem detalhado e contornos fortes, que caracterizaram o personagem. Conforme nota da Mythos, esta é a única história em cores realizada por ele para a série.

Area Cinzenta

Area Cinzenta: é o nome do “check-in” interestelar da Terra no futuro, onde os ETs que chegam precisam ficar para serem investigados e afins. Entretanto, o lugar ficou perigoso e se tornou uma favela para os extraterrestres, sendo preciso a ajuda da ETC para controlá-los. Há todo um clima de games como Halo e Dead Space, principalmente pela arte de Karl Richardson (Warhammer). O roteiro é de Dan Abnett (Ressurreição), que não foge de alguns clichês ao gênero como o comandante casca grossa, a novata insegura, a durona e aí sim vai. O argumento, porém, pode dar pano pra manga.

Sláine

Sláine: ao estilo de Conan, Sláine é um bárbaro da época dos celtas que foi expulso de sua tribo e passou a vagar pelo mundo com um anão traiçoeiro como acompanhante, enfrentando monstros e entrando em confusões. O roteiro é de Pat Mills (Justiceiro 2099) e um arco da série já havia sido publicado por aqui pela Pandora. Os desenhos em preto e branco são de Angela Kincaid.  Sláine é uma versão debochada do Conan, porém nada de muito interessante acontece.

Nikolai Dante

Nikolai Dante: escrita por Robbie Morrison (Authority), Dante é um cara sedutor, engraçado, desbocado e que se mete em várias encrencas até ser capturado pelo chefão de uma Rússia futurística, porém com ar retrô. Não curto personagens assim, mas pra quem gosta é um prato cheio. A arte é de Simon Fraser (Hell House) é talvez a mais bonita desta edição, com cores aquareladas e traços bem bonitos.

Distorções Temporais

Distorções Temporais: escrita por Alan Moore (V de Vingança) e desenhada por Dave Gibbons (Liberdade – Um Sonho Americano), antes mesmo da dupla ser mundialmente conhecida pela criação de Watchmen. Na história, dois policiais resolvem problemas temporais, indo e voltando no tempo, porém sem tratar de realidades paralelas. Algumas coisas de Moore e Grant Morrison, por exemplo, entram naquela ala em que não entendemos o que fizeram, mas sabemos que é legal. Nesse caso, admito que boiei do início ao fim.

Juiz Dredd

Juiz Dredd: uma história recente do Juiz, início do arco Guerra Total. Escrita por John Wagner, o próprio criador do personagem, e desenhada por Henry Flint (Juiz Dredd VS Alien), mostra uma guerra iminente em Mega City Um: um grupo terrorista denominado Guerra Total espalhou diversas bombas pela cidade e ameaça explodi-las caso os Juízes continuem no poder. O que parecia ser apenas uma ameaça, gera pânico quando a primeira bomba é ativada e mata milhares de pessoas. É uma história mais “tradicional”, com sub-trama e tudo o mais (o caso do “parente” em degeneração) e talvez seja a que mais gostei do mix, principalmente por querer tirar a Juízada do poder.

O acabamento da revista é em papel couché, formato magazine (maior que o americano), possui índice das séries, editorial, sessão para cartas e uma apresentação das séries e seus respectivos roteiristas/ desenhistas. Só faltou os créditos para a edição e ano originais. A Mythos prometeu lançar 6 edições e, caso seja bem aceita, continuará publicando. Apesar de, particularmente, não ter gostando tanto das séries escolhidas, ela vem sendo bem aceita pelo público e pela crítica (justamente por diferenciar do mercado de revistas mix). Entretanto, gosto do Juiz e tenho curiosidade em várias histórias da 2000 AD (principalmente as mais “nonsense” e psicodélicas), ficarei no aguardo.

nota 7,0 q

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