[Review] Juiz Dredd – Os Juízes do Apocalipse !

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Nome Original: 2000 AD #110, #120, #122 à #125,  #127, #149 à #151, #224 à #228
Editora/Ano: Pandora Books, 2003 (IPC Magazines, 1979; 1980; 1981)
Preço/ Páginas: R$22,00/ 100 páginas
Gênero: Ação
Roteiro: John Wagner
Arte: Brian Bolland & Ron Smith
Sinopse: Durão e implacável, Dredd é capaz de tudo para proteger sua cidade. E ele vai precisar usar todas as suas armas para enfrentar a ameça do Juiz Death, um ser demoníaco vindo de uma dimensão onde a própria vida é um crime! Auxiliado pela Juíza-Psi Anderson, Dredd tem pela frente uma batalha como nenhuma outra de sua longa carreira… principalmente quando três outros seres demoníacos surgem do nada para ajudar o Juiz Death em sua nefasta missão.
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Juíz Dredd é um importante personagem dos quadrinhos britânicos, talvez o mais famoso do Reino Unido, criado em 1977 por John Wagner (Raça das Trevas) e pelo desenhista Carlos Ezquerra (Bloody Mary). Os Juízes são a autoridade máxima de um futuro violento, representando a policia, juiz, júri e executor numa única figura.  Sua série homônima foi publicada na revista 2000 AD #2, uma antologia de ficção lançada até hoje (atualmente com mais de 1800 edições, dentre regulares e especiais). Essa revista, inclusive, serviu para diversos autores britânicos publicarem suas histórias e migrarem para os EUA, como Alan Moore, Neil Gaiman e Grant Morrison, mas “Judge Dredd” sempre foi o carro-chefe dela. Sua popularidade por lá é tanta que no decorrer dos anos ganhou revista própria, tiras em jornais, edições especiais e inspirou tantas outras criações como o Robocop e a música I’m The Law do The Human League, entre outros.

juiz-dredd-os-ju-C3-ADzes-do-apocalipse-p-C3-A1gina-1Infelizmente, a série nunca fez muito sucesso no Brasil e temos poucos títulos lançados por aqui. Juiz Dredd – Os Juizes do Apocalipse reúne alguns arcos e histórias paralelas publicadas entre 1979 e 1981, escritas pelo próprio John Wagner e desenhadas pelo Brian Bolland (Camelot 3000, Batman – A Piada Mortal), renomado artista e capista de séries como Homem Animal e Os Invisíveis. O principal arco (que leva o título) apresenta o Juiz Death, uma criatura de outra dimensão e um dos mais famosos inimigos de Dredd.

O futuro apresentado por Wagner é caótico, com super população e mega construções verticais, para aproveitar o espaço. A polícia do jeito que conhecemos já não funciona mais e o governo cria o conceito dos Juízes, soldados capazes de julgar, prender ou matar qualquer um que saia da linha. O Juiz Dredd é o mais famoso dentre eles, sua noção de certo e errado é inigualável. O ditado “bandido bom é bandido morto” nunca foi levado tão a sério; não há distinções entre um simples roubo à um assassinato, o que importa é que infligiram a lei. Esse conceito de futuro é o maior destaque da série do Dredd, gerando, também, alguns debates calorosos do tema.

juiz-dredd-os-ju-C3-ADzes-do-apocalipse-p-C3-A1gina-2No primeiro arco temos a estréia do Júiz Death, vindo de uma dimensão onde a vida é um crime. Com isso em mente, ele mata todos que cruzar seu caminho. Dredd recebe a ajuda da agente Anderson da divisão-psi, uma “mutante” com poderes psíquicos. Os outros “juízes do apocalipse” (Fire, Mortis e Fear) darão às caras mais pra frente no volume. Nas demais histórias o destaque fica para os “Punks” e o arco final, sobre o Pai-Terra. Particularmente, este último arco é o melhor da edição, possui mais empolgação, revolta, crises, eleições etc.

Os desenhos de Brian Bolland são ótimos, como sempre. Suas expressões exageradas e grandes closes são fortes características de seu traço. Por se passar numa época fictícia, fica a importância do desenhista em criar cenários, trajes e etc convincentes, e nisso Bolland se saiu muito bem. Tira toda aquela parafernália futurística que estamos acostumados a ver e nos apresenta um lugar bastante real, com pessoas de todos os gêneros e crimes sendo cometidos à torto e a direito. 

juiz-dredd-os-ju-C3-ADzes-do-apocalipse-p-C3-A1gina-3Juiz Dredd é uma boa leitura, com grandes momentos e outros nem tanto, com cenas que chegam a ser cômicas, mas no geral um material clássico para os leitores. Preciso comentar que há algo nele que me lembra os filmes da década de 1940 e 1950 (além de ser em preto e branco ^^), algo nos recordatórios exagerados, altas descrições e à arte de Bolland. Fiquei curioso para conhecer as histórias mais atuais, espero que alguma editora aproveite o lançamento do filme (que é ótimo) para publicar mais material da série.

A Pandora Books caprichou no acabamento, com capa cartão, miolo off-set e alguns extras interessantes. Além dos resumos, há uma relação dos principais acontecimentos no mundo até a data em que ocorre a história, tem bio dos autores, além de explicações sobre a figura dos Juízes e da construção das Mega-Cities. Só deixaram passar alguns erros de português. Será que um dia chegaremos à tal realidade onde a cidadania é um privilégio e não um direito?

nota 8,0 ;

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