Escrita por Paul Jenkins (UDC Apresenta: Desafiador), a história dessa edição começa com algumas pessoas falando o que acham do Homem-Aranha até chegar a Joey, jovem com paralisia cerebral e um dos maiores fans do herói. Seu pai o deixa no terraço do apartamento todas as tardes para que possa se distrair e, vire e mexe, acaba vendo o Aranha. No prédio em frente está o vilão Morbius, que percebe a presença de Joey e o ataca.
O fato de Joey não poder se mexer nem falar é bem explorado por Jenkins. Histórias com personagens em situações semelhantes geralmente são comoventes, pois lidam com nosso sentimento de se colocar em seu lugar, e nesse caso não é diferente. Ficamos apreensivos com a investida de Morbius em sua vítima completamente indefesa, até o Homem-Aranha aparecer para salvar o dia. O final é interessante, com as relações entre os dois.
A arte pintada de Paolo Rivera (Mitos Marvel) é o diferencial aqui, e o principal destaque da edição. A caracterização de Joey está excelente, tanto pelo realismo quanto pelas expressões faciais. Seus desenhos, geralmente escuros, foram beneficiados pelo miolo em LWC, podendo observar detalhes que não seria possível em pisa brite, por exemplo. Fecha a edição a origem do Aranha recontada numa história de uma página, como de praxe na linha + Aventura. Ponto para a Panini pela escolha e fica a expectativa de republicar, agora, “O Garoto Que Colecionava Homem-Aranha”.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.