Direção/ Ano: Ward Kimball & Charles A. Nichols, 1953
Um professor coruja ensina à seus alunos a história dos instrumentos musicais, explicando que todas as músicas se originaram de 4 tipos de sons diferentes: dos instrumentos com cordas, da percussão e dos instrumentos de sopro em metal e madeira. A partir de então, conhecemos a evolução de tais instrumentos numa viajem pela história da humanidade, desde à época das cavernas, passando pelo Egito, Grécia e chegando em nossa época. “Toot, Whistle, Plunk and Boom” fez parte de uma pequena série de musicais que a Disney produziu para fins educativos. O título representa o som gerado pelos instrumentos.
Esta é a primeira animação dos estúdios Dinsey a utilizar a tecnologia CinemaScope, com lentes anamórficas que permitia uma maior resolução, em “widescreen” e marcando o início do formato moderno de projeções. Também é um dos primeiros trabalhos do estúdio que deixa de lado o visual “cartunesco” e aposta num design mais experimental e estilizado, principalmente com o uso das cores e contornos, algo que já vinha acontecendo e ganhando público pelos outros estúdios, Gerald McBoing-Boing (UPA) é um dos exemplos.
A animação ficou em 29ª posição no livro “50 Greatest Cartoons” e não é pra menos. Impossível não simpatizar com os homens da caverna ou rir na sequência dos violões, sem contar as inúmeras referências à culturas e outros sons característicos de alguns países, como o japonês. No final temos uma orquestra reunindo tudo isso, sensacional. “Toot, Whistle, Plunk and Boom” também possui um visual arrojado e se destaca na caracterização dos personagens. Atualmente, alguns casos poderia sofrer de censura por utilizar de estereótipos, mas nada grave. Vale comentar que este foi o 11º Oscar recebido por Walt Disney em Curta-Metragem de Animação, seu último na categoria enquanto estava vivo (o 12º, em 1969, foi póstumo).
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.