[Review] Ex Machina Vol. 1 – Estado de Emergência !

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Nome Original: Ex Machina #1 à #5
Editora/Ano: Panini, 2011 (WildStorm, 2004)
Preço/ Páginas: R$17,90/ 132 páginas
Gênero: Ação/ Alternativo
Roteiro: Brian K. Vaughan
Arte: Tony Harris
Sinopse: Mitchell Hundred recebeu superpoderes em decorrência de um misterioso incidente e fez exatamente o que qualquer leitor de gibi faria: se tornou um super-herói com identidade secreta, assistentes e até mesmo equipamento especial. Mas colocar a própria vida em risco para defender uma pequena parcela da população parecia pouco para um verdadeiro herói. E então ele fez o que nenhum mascarado em seu juízo perfeito faria: entrou para a política e concorreu para prefeito de Nova York. E ganhou. De lavada! Essa expressiva votação marcou o início de uma nova era da política e o ingresso de Mitchell a um mundo mais perigoso do que aquele habitado por supervilões: um habitado por políticos!
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Ex Machina é uma série vencedora do Eisner lançada, originalmente, em 2004 por Brian K. Vaughan, o mesmo roteirista de Y – O Último Homem, através do antigo selo WildStorm da DC, terminando em 2010 com 50 edições compiladas em 10 encadernados. No Brasil a série teve uma publicação complicada: a Panini lançou o vol. 1 em 2005; a Pixel lançou o vol. 2 dividida em três partes em 2007, e em encadernado em 2008; e a Panini retoma a série no final de 2009 a partir do vol. 3, lançando-a até hoje (o vol. 10 sairá ainda em 2012, finalizando a série). Para padronizar o formato, a editora relançou os dois primeiros encadernados em 2011. 

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Meu primeiro contato com alguma história do Vaughan foi nas páginas de X-Men Extra, com as minisséries do Ciclope e do Câmara, muito boa esta última, por sinal. Em Ex Machina ele mistura super-heróis com política e assuntos sociais, num fundo bastante realista, abusando de referências históricas. Mitchell Hundred era um engenheiro civil especialista sobre a Ponte do Brooklyn e, numa inspeção dessa mesma ponte, acaba exposto à um estranho objeto que lhe confere o poder de se comunicar com qualquer tipo de máquina. Como qualquer fan de quadrinhos faria no seu lugar, ele decide usar uniforme e tentar combater o crime, se transformando na Grande Máquina, tendo seus amigos Kremlin e Bradbury como parceiros, sendo o primeiro e único super herói do mundo.

Mas salvar vidas e prender ladrões não é tão fácil como mostrado nas histórias do Superman, e muito menos bem vista pela maioria das pessoas. No atentado às Torres Gêmeas, a Grande Máquina conseguiu impedir que um dos aviões atingisse seu alvo, mas falhou com o outro. Isso o faz refletir sobre seus atos e, aproveitando o sucesso, resolve se candidatar à prefeitura de Nova York para, verdadeiramente, conseguir ajudar as pessoas. Sua vitória é inacreditável e agora Mitchell precisa enfrentar os problemas da cidade e crises dentro da própria política, além de aposentar seu traje de Grande Máquina.

ex-machina-vol.-1-estado-de-emerg-C3-AAncia-p-C3-A1gina-2A série irá narrar os 4 anos que Mitchell esteve no poder, com diversos flashbacks passeando sobre sua infância e os dias como a Grande Máquina. Nesse primeiro arco conhecemos a origem de seu poder e sua subida ao cargo de prefeito, além de enfrentar dois problemas na cidade: uma artista pinta a palavra “Crioulo” numa foto do famoso Abraham Lincoln, o presidente que aboliu a escravidão nos EUA, e expõe no Museu de Arte do Brooklyn, gerando  protestos das “minorias” da cidade; e motoristas de trator estão sendo assassinatos, causando paralisação dos outros funcionários, em plena temporada de neve.

Na realidade Mitchell é uma criança brincando de ser prefeito, pois teme tratar de certos assuntos (como terrorismo e racismo) e não sabe lidar com outros temas políticos. Seus assistentes são os destaques do volume: a comissária Angotti que não concorda com muitas características dele; a estagiária Journal Moore, promovida recentemente à “Assessora Para Assuntos da Juventude”; o Chefe de Segurança e ex-parceiro da Grande Máquina,Bradbury; entre outros. Vaughan fecha todas as pontas no final e cria expectativa para os próximos problemas. O caso da artista ficou muito bom e a resolução dos assassinatos ficou um pouco artificial, pois muda de rumo subitamente.

ex-machina-vol.-1-estado-de-emerg-C3-AAncia-p-C3-A1gina-1Os desenhos são de Tony Harris com as cores de J.D. Mettler, dupla responsável por Homem-Aranha: Com Grandes Poderes… e pelas capas de Conan, o Cimério. O traço de Harris é bastante característico, com quadros grandes e sequências cinematográficas, já as cores de Mettler são um destaque a parte, principalmente com as cenas embaçadas por conta da neve e as texturas “brilhantes”. A arte, no geral, é um dos pontos alto em Ex Machina. O acabamento da Panini segue o padrão dos encadernados de banca das séries Vertigo: capa cartonada e miolo LWC, além de um glossário ao final explicando termos e eventos comentados pelos personagens. Um início de série bastante competente que só deixa a desejar em alguns pontos, como a resolução do crime, mas que deixa expectativa.

nota 8,0 ;

*deus ex machina: literalmente, “deus na máquina”. Uma pessoa ou força que vem providenciar uma solução improvável para uma situação impossível, batizada assim devido aos dispositivos mecânicos usados pelos dramaturgos gregos a fim de fazer descer no palco atores que interpretavam divindades.

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