Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[Galeria de Capas] Bite Club !
Lançada em 2004 como uma minissérie em 6 edições, Bite Club ainda ganhou uma sequência em 2006: Bite Club: Vampire Crime Unit, minissérie em 5 edições. O roteiro é da dupla Howard Chaykin (Cyberella) e David Tischman (Greatest Hits), com desenhos de David Hahn (Suicide Girls) e cores de Brian Miller (Army @ Lover). A classe dos vampiros é a nova “minoria” das cidades, geralmente imigrantes e, em Miami (embaixo do clima ensolarado), a família mafiosa Del Toro acaba de perder seu vampiro-patriarca, deixando seu legado para Leto, um vampiro católico que quer ser padre e não se interessa nem um pouco pelos assuntos familiares. Então começa um jogo de gato e rato entre os outros membros do clã para ganhar o título. Uma ótima leitura que permanece inédita no Brasil, para conhecer um pouco mais leia o post [Especial] Lança Brasil #1.
.
As capas de Bite Club foram criadas por ninguém menos que Frank Quitely (Grandes Astros Superman, WE3), recebendo em 2005 uma indicação ao Eisner de melhor capista. Já Vampire Crime Unit possui as duas primeiras capas também de Quitley e as três últimas de Howard Chaykin. As capas do roteirista/ artista não chegam a ser tão icônicas quanto às de Frank, mas também não desagradam. A grande sacada dessa galeria de “pôsteres” é a parodia. Os artistas brincam com os clichês de séries com vampiros; com a pop-art; comerciais; músicas; filmes; etc. O traço de Quitely, principalmente, deixa tudo bastante realista e, ao mesmo tempo, bizarro.
.
A primeira minissérie utiliza um padrão nas capas, repetindo uma imagem na lateral da folha, além de mesclar o título à arte como uma propaganda. Bite Club #1 e #2 estão, para mim, entre as capas mais “gostosas” que já vi. Quitely não se importa em tratar “imperfeições” e mostra uma vampira apenas de calcinha, com algumas “dobrinhas”, uma tatuagem (uma estaca num coração) e tomando sangue de caixinha, com uma parede rosa por trás. Já na segunda edição, um vampiro passa protetor solar nas costas da personagem anterior, deitada na areia da praia. Tudo bem irreverente e diferente do que poderíamos esperar de uma série sangrenta e envolvendo vampiros. As demais capas não ficam pra trás, como a propaganda de creme dental na #3 (Clube da Luta) e o clima 70’s da #6. Já na segunda minissérie elas satirizam algumas capas de filmes, porém perderam um pouco do fôlego. As edições #4 (do filme Os Pássaros) e #5 (Scarface) são os destaques, além da #2, com uma vampira fazendo pose numa marcação de corpo no chão.
.
Notem, também, nos títulos de cada edição, sempre bem inspirados como “You Give Love a Bad Name”, baseado no hit homônimo de 1986 do Bon Jovi; e “Bang, Bang – She Shot Me Down”; baseado em outro hit, desta vez no single de 1966 da Cher (Bang, Bang – My baby Shot Me Down), entre outros. O próprio nome “Bite Club; Vampire Crime Unit” é uma paródia com a famosa série Law & Order: Special Victims Unit.
.
[…] a criar um post em 2011 falando pra trazerem Bite Club pra cá e em 2012 um outro especial sobre as icônicas capas do Frank Quitely (WE3) para a série, que são um destaque a […]