Quem lê quadrinhos há algum tempo sabe que muito material bom ainda não foi publicado por aqui, muitas vezes nunca serão. O que nos resta caso queiramos ler ? Entre uma das opções, os scans. Outros quadrinhos já começaram a ser publicados mas nunca finalizados, feito pelas coxas. Muita gente critica os scans, e acham que eles são os culpados do mercado brasileiro de quadrinhos estar baixo. Não quero defender nem criticar ninguém mas boa parte desse problema é ocasionado pelas próprias editoras. O preço de algumas obras espanta muita gente. Acontece o mesmo com a indústria de videogames, CDs, DVDs, animes etc. Para não gastar (ou por não ter sido lançado), compramos piratas, baixamos de graça entre outras coisas.
Acredito que os scans sejam uma porta de entrada para quem não conhece os gibis. Eu mesmo comecei a ler graças aos scans e, com o tempo, fui cansando de ler na tela do PC e decidi começar a comprar, vi que é bem melhor assim e acredito que todo mundo prefere ler uma história impressa do que digital. Hoje em dia é raro eu ler scan, só leio aquilo que me interessa mas não é lançado por aqui ou não é continuado. Outras obras, como Sereias de Gotham, eu leio por scan porque não pagarei R$ 15,00 num mix do Batman só pra ler uma história. Esse problema do preço sempre é o maior empecilho na hora de futuros compradores ou fans de quadrinhos (nem todo mundo pode pagar R$ 150,00 num encadernado do Sandman – mesmo valendo a pena). Apesar que muitas iniciativas (como a nova linha de R$ 1,99 da Panini) merecerem elogios, apesar da escolha dos títulos.
Mesmo assim, isso não é uma grande desculpa. Muito material bom pode ser encontrado em sebos ou em promoções. Eu mesmo vivo indo em sebos, boa parte do material antigo que tenho foi comprado neles. Tento aproveitar ao máximo promoções ou eventos do gênero, como a Fest Comix. Já comprei a coleção Yuki – Vingança na Neve por R$ 10,00, o mesmo com Angry. A coleção de Guerreiras Mágicas custou R$ 24,00, e por aí vai, é só uma questão de pesquisar. Lógico que algumas obras, principalmente recentes ou raras, vai custar caro (as vezes MUITO caro).
Agora vamos esquecer tudo isso e ir ao que interessa: a lista de quadrinhos inéditos no Brasil. Essa série de especiais reunirá alguns títulos que, por algum motivo ou outro, merecem serem publicados ou continuados aqui no Brasil. Os títulos serão enumerados para facilitar, mas não representam ordem de preferência.
# 1: Bite Club
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Nome Original: The Complete Bite Club
Editora/Ano: Vertigo (2007)
Gênero: Alternativo
Sinopse: A cidade de Miami é dominada por essa minoria étnica, como os vampiros são tratados na história. Mas precisamente por uma família, os Del Toro. Eles são para os vampiros o que os Corleone são para os italianos. Tudo começa quando o chefão da família, Eduardo del Toro, é assassinado e a sucessão vira briga familiar quando se descobre que seu filho Leto, que virou padre, é o novo líder.
Bite Club foi umas das primeiras HQs que li e simplesmente uma das minhas preferidas. Os vampiros são tratados com um realismo mais cínico. Aqui os vampiros tomam sol e vão à escola, mão não são do Crepúsculo. Tem morte, sangue, trairagem entre outras coisas. Super recomendado para fans do gênero. A série original (Bite Club) foi lançada em 2004 com 6 edições e, em 2006, foi lançada uma continuação, chamada de Bite Club: Vampire Crime Unit, com 5 edições. Essa última ainda não cheguei a ler, mas se manter a qualidade do primeiro já é ótimo. O bom é que ambas as séries foram compiladas num encadernado denominado The Complete Bite Club, lançado em 2007 com 264 páginas !! É uma das séries que mais gostaria que lançasse por aqui. A versão completa já foi lançada na Alemanha pela Panini de lá, dividida em duas partes, poderia lançar aqui também Panini BR ! Atenção especial para as ótimas capas desenhadas por Frank Quitely.
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# 2: Pet Shop of Horrors
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Nome Original: Pet Shop of Horrors # 1 a # 10 e Pet Shop of Horrors – Tokyo (#1 – )
Editora/Ano: Asahi Sonorama (1995-1998/ 2005- )
Gênero: Terror
Sinopse: Count D, um calmo e interessante dono de um pet shop em uma área chamada Chinatown, vende animais raros e difíceis de encontrar para pessoas que desejam algo especial, mas com cada venda vem um contrato. Se as regras do contrato forem seguidas, tudo correrá bem, mas se alguém, por acaso, quebrar as regras do contrato, o pet shop não pode ser responsabilizado por qualquer coisa infeliz que possa acontecer.
Conheci Pet Shop of Horrors através de um OVA lançado em 1999 com 4 episódios. Todos são demais e me apaixonei pela série. A arte é muito sinistra e exótica. No pet shop se vende animais raríssimos (e bizarros) para pessoas que querem tal animal. A única coisa que o dono, Count D, exige é que siga algumas regras de cuidado com o animal, caso contrário ele não se responsabilizará pelo que ocorrer. E o que ocorre caso quebre a regra são coisas bizonhas. O mangá é de 1995, com 10 volumes, terminando em 1998. Cada um possui em torno de 200 páginas, preto e branco. Em 2005 foi lançado uma seqüência, denominada Pet Shop of Horrors – Tokyo, que ainda está em andamento e se encontra no vol. 8. Enquanto o mangá não chega por aqui (esperanças), recomendo verem o anime.
Por enquanto é só pessoal. Na próxima parte, um especial só com a série Os Invisíveis. Uma das melhores séries que já teve, na minha opinião, e que já lançaram por aqui o começo inúmeras vezes, mas terminar que é bom nada.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
[…] com o título foi há alguns anos e confesso que adorei o estilo narrativo, cheguei a criar um post em 2011 falando pra trazerem Bite Club pra cá e em 2012 um outro especial sobre as icônicas capas […]
[…] com o título foi há alguns anos e confesso que adorei o estilo narrativo, cheguei a criar um post em 2011 falando pra trazerem Bite Club pra cá e em 2012 um outro especial sobre as icônicas capas […]