Nome Original: X-Treme X-Men Annual 2001
Editora/Ano: Panini, 2003 (Marvel, 2002)
Preço/ Páginas: R$5,50/ 52 páginas
Gênero: Ação/ Super-Herói
Roteiro: Chris Claremont
Arte: Salvador Larroca
Sinopse: No passado, Elisabeth Braddock, mais conhecida como a mutante Psylocke, abdicou de seus poderes telepáticos para conter o Rei das Sombras, um demoníaco mutante incorpóreo que dominou o Plano Astral. Na busca pelos Diários de Sina, Betsy acabou perdendo a vida nas mãos de um novo e poderoso inimigo, Vargas. Com sua morte, entretanto, uma pergunta ficou no ar: qual o destino do Rei das Sombras? Teria ele parecido com Psylocke ou estaria solto, à espera de uma nova oportunidade para atacar?
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Ao contrário da primeira edição, essa Widescreen #2 traz apenas uma história: X-Treme X-Men Anual 2001. Além de tentar explorar um formato diferenciado (horizontal) ela serve, praticamente, para explicar o que aconteceu ao Rei das Sombras. Dando uma resumida, o vilão já atormentou o Professor X e a Tempestade (seus alvos preferidos), mas foi derrotado por Psylocke quando esta abdicou de seus poderes telepáticos para contê-lo e aprisioná-lo em sua mente. Entretanto, Betsy morreu em X-Men Extra #8 e, desde então, vários leitores perguntaram sobre o destino do Rei das Sombras. E finalmente temos uma explicação.
Esse resumo e outras informações são contados em “Os Fatos Até Aqui” no início da edição, ajudando o leitor a se localizar. Em seguida temos duas páginas com “fichas” dos membros da X-Force, do Rei das Sombras e dos Carniceiros. Tudo começa com Vampira, Bishop e Sábia indo ao plano onírico e sendo afetados por algo desconhecido, onde Vamps vê uma página do Diário de Sina com dados de seu passado/ futuro. Eis que surge o Rei das Sombras para confundi-la e tomá-la como Rainha das Sombras. O vilão diz que quando Betsy morreu ele foi libertado parcialmente e passado para a mente de Vampira, que já havia tocado na falecida no passado e guardava resíduos de seus poderes. Sua intenção, agora, é utilizar das demais memórias na mente da garota para comandar os outros mutantes e heróis. Interessante que em nenhum momento ele cita Tempestade ou o por que de não ter entrado na cabeça dela, já que os dois tem uma longa história, sendo mais plausível que esta.
Em seguida temos erros de continuação e momentos absurdos. Claremont não soube aproveitar as páginas deste anual, nos dando uma trama bem morna. Em vários momentos Vampira diz se manter “sã” por conta de Gambit, beijando-o na realidade paralela e, logo que desperta, estar ao lado do Gambit de verdade. Coincidência ou não, uma hora fica forçado. Os Carniceiros de Donald Pierce, ex-Clube do Inferno, também surgem para enfrentar o restante da equipe. Sem dizer que a protagonista descobriu o esconderijo de Pierce sem nem ao menos procurar. O final também deixa a desejar, com uma puxação de saco para os X-Men e o sonho de Xavier sem tamanho (e os famosos textos de Claremont), fazendo analogia à uma discussão de duas pessoas sobre uma vaga de carro. Parece que tudo isso poderia ter sido contado numa edição mensal da série.
O desenho de Salvador Larroca em as cores da Liquid! continuam ótimos como de costume, porém não aproveitam do formato widescreen. Todas as páginas poderiam, facilmente, ser transportadas para o formato americano, já que pouco inova e em boa parte são “splash pages”. Um fato que me chamou atenção é que, na edição original, há uma segunda história protagonizada pela Lince Negra, mostrando o que está fazendo atualmente. A Kitty se separou dos X-Men desde a morte do Colossus e nunca mais apareceu desde então. Nenhum comentário editorial sobre essa história não ter sido publicada nessa Widescreen #2 foi feito.
Fil Felix é autor, ilustrador e psicanalista. A Central dos Sonhos é seu universo particular, por onde aborda questões como memórias, desejos e infância. Fã de HQs, escreve seus comentários sobre quadrinhos desde 2011, totalizando mais de 600 reviews. Já escreveu sobre arte para diversos blogs como Os Imaginários e a coluna Asas da editora Caligo. Ilustrou os livros infantis Zumi Barreshti (2021, Palco das Letras) e Meu Avô Que Me Ensinou (Ases da Literatura), entre outras publicações.
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